"Concurso do Iguatemi São Paulo leva vencedor para a Paris de Coco Chanel
A partir e hoje e até 19/11, o Iguatemi disponibilizará em seu site o Hot Site especial Coco Chanel. Junto com ele, o concurso cultural A Moda Muda, Mas o Estilo Permanece.
Os participantes (qualquer um pode participar) deverão criar um texto de, no máximo, 10 linhas com a frase da estilista francesa que é famosa até hoje: “Chanel é antes de tudo um estilo. A moda muda. O estilo permanece”.
O autor do melhor texto ganhará uma viagem de quatro dias a Paris, com direito a acompanhante e uma visita ao apartamento onde viveu Coco Chanel, na rue de Cambon.
Concurso Cultural A Moda Muda, Mas o Estilo Permanece
Onde: www.iguatemisp.com.br (hot site Coco Chanel)
Prazo: de 26 de outubro a 8 de novembro
Resultado: até 24 de novembro"
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
A TEORIA das bares necessities - parte 3
Em Uma Filha de Eva, Balzaz escreve:
"Ademais, o que dá tanto atrativo a essas festas preparadas para o olhar, seios comprimidos como os apreciava Jorge IV, ou separados à moda do século XVIII, ou tendendo a se aproximarem como os queria Luis XV; mas exibidos com audácia, sem véus, ou sob aquelas gargantilhas franzidas dos retratos de Rafael, triunfo de seus pacientes alunos."
É, literalmente, o corpo submetido à moda, à lingerie, ao olhar do homem, ao poder.
Se todas colocam prótese, imagino que Balzac notaria que hoje os seios precisam ser como melões, aproximados pelo tamanho e não pelo esforço corset e paralelos ao chão, como que imunes à gravidade.
"Ademais, o que dá tanto atrativo a essas festas preparadas para o olhar, seios comprimidos como os apreciava Jorge IV, ou separados à moda do século XVIII, ou tendendo a se aproximarem como os queria Luis XV; mas exibidos com audácia, sem véus, ou sob aquelas gargantilhas franzidas dos retratos de Rafael, triunfo de seus pacientes alunos."
É, literalmente, o corpo submetido à moda, à lingerie, ao olhar do homem, ao poder.
Se todas colocam prótese, imagino que Balzac notaria que hoje os seios precisam ser como melões, aproximados pelo tamanho e não pelo esforço corset e paralelos ao chão, como que imunes à gravidade.
FOREVER GIRLS Jean Patchett
Jean Patchett é um dos rostos definitivos dos anos 1950.
E talvez a mais definitiva de suas imagens seja o close – boca vermelha, olhos delineados, sobrancelha arqueada, pele branca, pinta verdadeira – tirado por Erwin Blumfeld para a capa de Vogue de 01jan1950.
"The Doe Eyes" é o nome do close gráfico, à moda do teatro Kabuki, que Blumfeld fez de Planchett
A cara da década Dior.
Irving Penn e Jean Patchett entraram para a história da foto de moda com esta imagem: um clique espontâneo da modelo entre fotos, mordendo o colar de pérolas, num café em Lima, Peru, virou o shot publicado pela Vogue em 15fev1949.
No leilão da Christie's, de 2007, o catálogo dizia:
"Esta fotografia marca uma virada na fotografia de moda em Vogue porque mostra as roupas, sem pose, num cenário real. É resultado do esforço do diretor de arte Alexander Liberman de "empurrar" Irving Penn para trabalhar em Lima, Peru, longe do seu estúdio em Manhattan.
A modelo, Jean Patchett, lembra: "Voamos 3 200 milhas e, quando chegamos, Sr. Penn não usou a câmera por uma semana. Comecei a ficar ansiosa. Todo dia eu acordava, me arrumava e ele nunca tirava uma foto.
Um dia encontramos esse café e havia um moço sentado à minha frente. Eu estava ficando frustrada. Fiquei ali, pensei "dane-se", comecei a mexer nas pérolas e tirei os sapatos porque meus pés doíam. Ele disse: "Pare!". (Angeletti and Oliva, In Vogue, Rizzoli, 2006, p. 147.)"
Dali para frente, escreveu Cathy Horyn no NYT, Irving Penn sempre proporia um enredo – encontrar o amante no teatro, por exemplo – e à medida em que Jean Patchett esticava seu pescoço longo como que à procura do namorado.
Patchett morreu em 22 de janeiro de 2002, aos 75 anos, em la Quinta, Califórnia.
Nina Leen fotografa Jean Patchett para um editorial de moda barata usada com roupas caras, Life, 1949: hi-lo há 50 anos. (o biquíni é feito de lenços amarrados – dedicado a minha amiga juju)
Na Vogue de 15maio1950, John Rawling fotografa Jean Patchett entre cravos para celebrar a primavera.
Jean Patchett por Horst P. Horst para a Vogue (2dez1955)
E talvez a mais definitiva de suas imagens seja o close – boca vermelha, olhos delineados, sobrancelha arqueada, pele branca, pinta verdadeira – tirado por Erwin Blumfeld para a capa de Vogue de 01jan1950.
"The Doe Eyes" é o nome do close gráfico, à moda do teatro Kabuki, que Blumfeld fez de Planchett
A cara da década Dior.
Irving Penn e Jean Patchett entraram para a história da foto de moda com esta imagem: um clique espontâneo da modelo entre fotos, mordendo o colar de pérolas, num café em Lima, Peru, virou o shot publicado pela Vogue em 15fev1949.
No leilão da Christie's, de 2007, o catálogo dizia:
"Esta fotografia marca uma virada na fotografia de moda em Vogue porque mostra as roupas, sem pose, num cenário real. É resultado do esforço do diretor de arte Alexander Liberman de "empurrar" Irving Penn para trabalhar em Lima, Peru, longe do seu estúdio em Manhattan.
A modelo, Jean Patchett, lembra: "Voamos 3 200 milhas e, quando chegamos, Sr. Penn não usou a câmera por uma semana. Comecei a ficar ansiosa. Todo dia eu acordava, me arrumava e ele nunca tirava uma foto.
Um dia encontramos esse café e havia um moço sentado à minha frente. Eu estava ficando frustrada. Fiquei ali, pensei "dane-se", comecei a mexer nas pérolas e tirei os sapatos porque meus pés doíam. Ele disse: "Pare!". (Angeletti and Oliva, In Vogue, Rizzoli, 2006, p. 147.)"
Dali para frente, escreveu Cathy Horyn no NYT, Irving Penn sempre proporia um enredo – encontrar o amante no teatro, por exemplo – e à medida em que Jean Patchett esticava seu pescoço longo como que à procura do namorado.
Patchett morreu em 22 de janeiro de 2002, aos 75 anos, em la Quinta, Califórnia.
Nina Leen fotografa Jean Patchett para um editorial de moda barata usada com roupas caras, Life, 1949: hi-lo há 50 anos. (o biquíni é feito de lenços amarrados – dedicado a minha amiga juju)
Na Vogue de 15maio1950, John Rawling fotografa Jean Patchett entre cravos para celebrar a primavera.
Jean Patchett por Horst P. Horst para a Vogue (2dez1955)
TENDENCINHA marinières
Quando Coco avant Chanel estreou em Paris, em abril deste ano, o efeito foi equivalente à proposta "jade" de Karl Lagerfeld: todo mundo, 'de repentemente', sentiu uma necessidade inexplicável de usar a camiseta de marinheiro/pescador que Coco, a original, adotou num passé bem remoto.
Quando o filme estrear aqui, eu prevejo essa mesma vontade.
Audrey Tatou interpreta Coco Chanel em Coco avant Chanel, que estreia em 30out no Brasil
Chanel, a original, com o cachorro Gigot, em La Pausa, sua propriedade na Riviera francesa (1930): look beira-mar.
A camiseta listrada - conhecida como Breton (leia-se Bretanha, no noroeste da França) ou marinière, de marinheira - tem modelagem deliciosa, mais folgadinha, com decote canoa. A original era de tricô, mas a malha tipo camiseta se presta muito bem à função.
Minhas favoritas para comprar on-line:
Original Breton Fisherman's Shirt
Lutz & Patmos
Jean Paul Gaultier, inverno 2009: um obcecado pelas marinières, tão clássicas quanto trench. Very french!
Balmain, inverno 2009: camiseta Breton versão fever night!
Nas ruas, por Scott Schuman
Nas ruas, por Scott Schuman
Quando o filme estrear aqui, eu prevejo essa mesma vontade.
Audrey Tatou interpreta Coco Chanel em Coco avant Chanel, que estreia em 30out no Brasil
Chanel, a original, com o cachorro Gigot, em La Pausa, sua propriedade na Riviera francesa (1930): look beira-mar.
A camiseta listrada - conhecida como Breton (leia-se Bretanha, no noroeste da França) ou marinière, de marinheira - tem modelagem deliciosa, mais folgadinha, com decote canoa. A original era de tricô, mas a malha tipo camiseta se presta muito bem à função.
Minhas favoritas para comprar on-line:
Original Breton Fisherman's Shirt
Lutz & Patmos
Jean Paul Gaultier, inverno 2009: um obcecado pelas marinières, tão clássicas quanto trench. Very french!
Balmain, inverno 2009: camiseta Breton versão fever night!
Nas ruas, por Scott Schuman
Nas ruas, por Scott Schuman
BELEZA PURA unhas com pregui
Mary-Kate Olsen
Na contramão da ideia de que unhas precisam estar perfeitas e bem acabadas, MKO aparece com esmalte propositadament mal pintado, como se tivesse descascado.
Na verdade, é pintado de um jeito displicente: pega o pincel, passa sobre a unah sem compromisso com cantinhos, etc.
É o esmalte à concretista, uma forma geométrica sobre um fundo, com uma cadência, criando uma experiência visual que nada tem de natural ou acaso.
Na contramão da ideia de que unhas precisam estar perfeitas e bem acabadas, MKO aparece com esmalte propositadament mal pintado, como se tivesse descascado.
Na verdade, é pintado de um jeito displicente: pega o pincel, passa sobre a unah sem compromisso com cantinhos, etc.
É o esmalte à concretista, uma forma geométrica sobre um fundo, com uma cadência, criando uma experiência visual que nada tem de natural ou acaso.
O que faz uma boa capa de glossy neste século 21 - década 2?
Mais e mais eu me pergunto isso. Como torná-las atraentes? Que linguagem usar em compasso com o hoje?
Gosto desta, Vogue França novembro 2009:
Diz no vogue.fr:
" 'Se luxo e originalidade são duas características de Vogue, é mais aqui: nós fomos mais longe e vivemos a moda ao extremo. Extremos na ideias, na inspiração e na desmedida'", disse Carine Roitfeld, diretora de redação da Vogue Paris, sobre a edição de novembro.
É um número que enaltece a originalidade assumida, a personalidade exacerbada e tomada de postura audaciosa.
A alta costura encontra o street style e o grafite, as estampas de bicho se acumulam e viram camuflagem e o bofy painting se inspira em Keith Haring na série Keith Me que descobrimos na revista. Relógios com diamantes e objetos ultraluxo nos tiram do sério, a imagem da casa dos Rosen em NY, onde descobrimos numa visita guiada uma impressionante coleção de pop art.
Nas bancas 28 de outubro."
E de algumas capas da edição de colecionadores da Elle Reino Unido, como esta:
Gosto da atitude, a roupa é moda pura e esta chamada promete o aqui e agora. Mas, no geral, a chamada única fala da celeb e, ainda que estejamos vivendo a ditadura da celebridade, ser totalmente calcada na figura da famosa é algo que me incomoda.
ps. Para uma retrospectiva do gosto – e da evolução das capas de Vogue Paris – vale caminhar pela Champs Elysées até 1nov. Os 90 anos da edição francesa são comemorados com impressões giga colocadas na calçada e aqui. Sem viagem bookada para Paris? Navegue pelas páginas do catálogo Vogue Covers 1920-2009, de Sonia Rachline, publicado pela Ramsay.
Gosto desta, Vogue França novembro 2009:
Diz no vogue.fr:
" 'Se luxo e originalidade são duas características de Vogue, é mais aqui: nós fomos mais longe e vivemos a moda ao extremo. Extremos na ideias, na inspiração e na desmedida'", disse Carine Roitfeld, diretora de redação da Vogue Paris, sobre a edição de novembro.
É um número que enaltece a originalidade assumida, a personalidade exacerbada e tomada de postura audaciosa.
A alta costura encontra o street style e o grafite, as estampas de bicho se acumulam e viram camuflagem e o bofy painting se inspira em Keith Haring na série Keith Me que descobrimos na revista. Relógios com diamantes e objetos ultraluxo nos tiram do sério, a imagem da casa dos Rosen em NY, onde descobrimos numa visita guiada uma impressionante coleção de pop art.
Nas bancas 28 de outubro."
E de algumas capas da edição de colecionadores da Elle Reino Unido, como esta:
Gosto da atitude, a roupa é moda pura e esta chamada promete o aqui e agora. Mas, no geral, a chamada única fala da celeb e, ainda que estejamos vivendo a ditadura da celebridade, ser totalmente calcada na figura da famosa é algo que me incomoda.
ps. Para uma retrospectiva do gosto – e da evolução das capas de Vogue Paris – vale caminhar pela Champs Elysées até 1nov. Os 90 anos da edição francesa são comemorados com impressões giga colocadas na calçada e aqui. Sem viagem bookada para Paris? Navegue pelas páginas do catálogo Vogue Covers 1920-2009, de Sonia Rachline, publicado pela Ramsay.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
MÁXIMA DO DIA Coco Chanel
"Todo dia eu simplifico algo porque todo dia eu aprendo algo."
ps. fico boba de pensar que estamos 100 anos à frente de Chanel e só agora em dia com ela.
Desfile de verão 1971, em 26 de janeiro de 1971: mais de mil pessoas se reuniram para ver a coleção póstuma de Chanel. Ela morreu dezesseis dias antes do desfile.
ps. fico boba de pensar que estamos 100 anos à frente de Chanel e só agora em dia com ela.
Desfile de verão 1971, em 26 de janeiro de 1971: mais de mil pessoas se reuniram para ver a coleção póstuma de Chanel. Ela morreu dezesseis dias antes do desfile.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
FANTASCHIC bolsa dupla + uma
Nunca fui fã de maxibolsas. Me parece impossível encontrar algo dentro de um buraco negro. Também não vejo lógica em concentrar todo o peso num único apoio.
Sem querer, o staff da Chloé dá a solução: dividir os conteúdos em duas ou três bolsas e usá-las duas a tiracolo, sobrepostas, e uma no outro ombro. Cria uma brincadeira entre texturas e cores, facilita a vida porque sempre dá para deixar para trás a bolsa sem o conteúdo urgente e distribui os pesos numa media saudável.
(cortesia de Jak&Jil)
domingo, 18 de outubro de 2009
A TEORIA das bare necessities 2
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
A TEORIA das bare necessities
YSL, verão 2010
YSL, verão 2010
YSL, verão 2010
Prada, verão 2010
Prada, verão 2010
Prada, verão 2010
Fendi, verão 2010
Fendi, verão 2010
Dolce&Gabbana, verão 2010
Dolce&Gabbana, verão 2010
Dolce&Gabbana, verão 2010
Mais e mais a lingerie – ou o que ela representa – tem se mostrado o discurso atual das passarelas.
Na estação passada, corsets e transparências desconcertaram a audiência. Não por pudor, mas por colocá-la frente à frente com a imagem de sexo/sensualidade 1940s – forte, assumida e extremamente adulta e feminina – apagada do repertório da mulher do século 21.
(leia mais sobre em minhas matérias para a Vogue de setembro (Tire o corset do baú, sobre o dito cujo) e de outubro (Peep show, sobre as transparências)
Há um lado colete à prova de balas neste corsets – o mais, digamos, caricatural deles em sendo a armadura-medieval Fendi sobre vestidos Sofia Loren passados na cor camelo. No sentido metafórico, é como se as barbatanas da peça estruturassem a mulher para encarar o mundo de peito aberto. E firme, no lugar.
Como nos 1940s, quando as mulheres assumiram postos nunca antes imaginados/permitidos.
Uma exposição recente em Paris expôs um lado pouco comentado da França Vichy: fotos de André Zucca do cotidiano de mulheres bem vestidas, com jóias e sapatos dominatrix, se maquiando (já falei disso aqui, do ponto de vista dos sapatos).
As cenas causaram polêmica e repulsa. "A verdade é que as pessoas se adaptaram à ocupação", explicou à época Patrick Buisson, autor de 1940-1945 Années Erotics (1940-1945 Anos Eróticos). "Era preciso provar que se estava vivo e as pessoas sentiam isso fazendo amor." Ou se maquiando. Ou usando corseletes para dar bandeira.
Devagar, no entanto, o gesto de sobrevivência da mulher-sexual dos anos 1940 dá sinais de que vai abrir caminho para a mulher-objeto sexual, insinuando que a onda 30/40/80 vai, ao longo das próximas temporadas, virar 50/60/90.
No desfile de alta costura Dior, inverno 2009, John Galliano recorreu a fotos de arquivo de Christian, o original, vestindo as modelos no backstage. O resultado é um otimismo em forma de cores, saias rodadas a New Look e as curvas marcadas por sutiãs estruturados.
Assim:
Fotos de calcinhas Playtex e sutiãs, de Gjon Milil, 1951.
Calcinhas da vovó se juntam no verão 2010 às transparências e aos corsets e sutiãs que continuam saindo do armário. Ainda que um lado seja meio calcinha da vovó mesmo - a função do Playtex, por exemplo, é segurar o que a gravidade já condenou - há toneladas de calçolas bem boudoir nas passarelas (em defesa da calcinha à moda Playtex, há misturas bem esportivas, bem Alexander Wang).
Estamos sendo expostas a um realidade que já não faz mais parte da nossa vida.
Sexuais ou objetos-sexuais, mulheres d'antanho tinham intimidade com a roupa íntima. E a roupa íntima tinha mais camadas do que meros um sutiã + uma calcinha quaisquer da gaveta. Cinta-liga, anágua, combinação – enfim, essas coisas todas muito além da nossa preguiça atual de ser mulher-feminina também por debaixo dos panos.
Quantas de nós estaremos de fato preparadas para bancar essa nova/velha mulher?
Suponho que pouquíssimas. E poderíamos dar as desculpas mais diversas, da falta de tempo à ressaca da revolução feminista.
Muitas décadas já se passaram desde a tal queima do sutiã. Todas já podemos reestabelecer o convívio com a peça que no mínimo impede que você chegue aos 50+ com bexigas murchas (é mais do que muita coisas feita em nome do amor próprio e da boa aparência).
Há um sentido de função na lingerie na mesma medida em que há um sentido de fantasia.
Estilistas parecem nos dizer que podemos olhar para todos os papéis da mulher do século 20 - dona-de-casa, peça de reposição na linha produtiva, objeto sexual, homens de saias (ou seriam mulheres de calças?) – e nos despir de ideias passé. Fazer delas o que bem entendemos (não era esse o plano?).
A segunda metade do século 21 começa prometendo que podemos ser femininas (não é isso, de uma certa forma, que dizem as intimidades expostas na passarela?) sem que isso signifique fraqueza, humilhação, bláblá...
Começamos, então, reconquistando o nosso direito básico de ser mulher. Inclusive escolhendo ser objeto sexual, nem que seja por um espaço limitado de tempo e de boudoir.
(ps. É como voltar nos anos Dior e poder revivê-los com autonomia. Dior já dizia: "Sem a base, não pode haver moda." Por base entenda-se nosso closet fundamental: lingerie.)
YSL, verão 2010
YSL, verão 2010
Prada, verão 2010
Prada, verão 2010
Prada, verão 2010
Fendi, verão 2010
Fendi, verão 2010
Dolce&Gabbana, verão 2010
Dolce&Gabbana, verão 2010
Dolce&Gabbana, verão 2010
Mais e mais a lingerie – ou o que ela representa – tem se mostrado o discurso atual das passarelas.
Na estação passada, corsets e transparências desconcertaram a audiência. Não por pudor, mas por colocá-la frente à frente com a imagem de sexo/sensualidade 1940s – forte, assumida e extremamente adulta e feminina – apagada do repertório da mulher do século 21.
(leia mais sobre em minhas matérias para a Vogue de setembro (Tire o corset do baú, sobre o dito cujo) e de outubro (Peep show, sobre as transparências)
Há um lado colete à prova de balas neste corsets – o mais, digamos, caricatural deles em sendo a armadura-medieval Fendi sobre vestidos Sofia Loren passados na cor camelo. No sentido metafórico, é como se as barbatanas da peça estruturassem a mulher para encarar o mundo de peito aberto. E firme, no lugar.
Como nos 1940s, quando as mulheres assumiram postos nunca antes imaginados/permitidos.
Uma exposição recente em Paris expôs um lado pouco comentado da França Vichy: fotos de André Zucca do cotidiano de mulheres bem vestidas, com jóias e sapatos dominatrix, se maquiando (já falei disso aqui, do ponto de vista dos sapatos).
As cenas causaram polêmica e repulsa. "A verdade é que as pessoas se adaptaram à ocupação", explicou à época Patrick Buisson, autor de 1940-1945 Années Erotics (1940-1945 Anos Eróticos). "Era preciso provar que se estava vivo e as pessoas sentiam isso fazendo amor." Ou se maquiando. Ou usando corseletes para dar bandeira.
Devagar, no entanto, o gesto de sobrevivência da mulher-sexual dos anos 1940 dá sinais de que vai abrir caminho para a mulher-objeto sexual, insinuando que a onda 30/40/80 vai, ao longo das próximas temporadas, virar 50/60/90.
No desfile de alta costura Dior, inverno 2009, John Galliano recorreu a fotos de arquivo de Christian, o original, vestindo as modelos no backstage. O resultado é um otimismo em forma de cores, saias rodadas a New Look e as curvas marcadas por sutiãs estruturados.
Assim:
Fotos de calcinhas Playtex e sutiãs, de Gjon Milil, 1951.
Calcinhas da vovó se juntam no verão 2010 às transparências e aos corsets e sutiãs que continuam saindo do armário. Ainda que um lado seja meio calcinha da vovó mesmo - a função do Playtex, por exemplo, é segurar o que a gravidade já condenou - há toneladas de calçolas bem boudoir nas passarelas (em defesa da calcinha à moda Playtex, há misturas bem esportivas, bem Alexander Wang).
Estamos sendo expostas a um realidade que já não faz mais parte da nossa vida.
Sexuais ou objetos-sexuais, mulheres d'antanho tinham intimidade com a roupa íntima. E a roupa íntima tinha mais camadas do que meros um sutiã + uma calcinha quaisquer da gaveta. Cinta-liga, anágua, combinação – enfim, essas coisas todas muito além da nossa preguiça atual de ser mulher-feminina também por debaixo dos panos.
Quantas de nós estaremos de fato preparadas para bancar essa nova/velha mulher?
Suponho que pouquíssimas. E poderíamos dar as desculpas mais diversas, da falta de tempo à ressaca da revolução feminista.
Muitas décadas já se passaram desde a tal queima do sutiã. Todas já podemos reestabelecer o convívio com a peça que no mínimo impede que você chegue aos 50+ com bexigas murchas (é mais do que muita coisas feita em nome do amor próprio e da boa aparência).
Há um sentido de função na lingerie na mesma medida em que há um sentido de fantasia.
Estilistas parecem nos dizer que podemos olhar para todos os papéis da mulher do século 20 - dona-de-casa, peça de reposição na linha produtiva, objeto sexual, homens de saias (ou seriam mulheres de calças?) – e nos despir de ideias passé. Fazer delas o que bem entendemos (não era esse o plano?).
A segunda metade do século 21 começa prometendo que podemos ser femininas (não é isso, de uma certa forma, que dizem as intimidades expostas na passarela?) sem que isso signifique fraqueza, humilhação, bláblá...
Começamos, então, reconquistando o nosso direito básico de ser mulher. Inclusive escolhendo ser objeto sexual, nem que seja por um espaço limitado de tempo e de boudoir.
(ps. É como voltar nos anos Dior e poder revivê-los com autonomia. Dior já dizia: "Sem a base, não pode haver moda." Por base entenda-se nosso closet fundamental: lingerie.)
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
MÁXIMA DO DIA Miuccia Prada
"Quando as coisas vão mal, você tem que superar. Otimismo é uma escolha."
Milão, 24set2009
ps. você não ama o ladinho auto-ajuda da moda?
Milão, 24set2009
ps. você não ama o ladinho auto-ajuda da moda?
FANTASCHIC asas nos pés
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
A SEMANA COM Antonia Bernardes – dia 07
Sempre imaginei quando a arquitetura de Sergio Bernardes (1919-2002) e do filho, Claudio (1949-2001), - feita de simplicidade, amor à luz e à natureza e ao à vonts carioca, daqueles da casa giga em Angra para andar de chinelo de dedo, sabe? - chegaria à moda.
Chegou quando Antonia, filha de Claudio, resolveu abandonar o jornalismo e aplicar a filosofia Bernardes à roupa.
No ano passado, Antonia Bernardes abriu a primeira loja, na Dias Ferreira, Leblon. Mas já vem domando linho, algodão e formas há uns bons três anos, não, Antonia?
É tão bom olhar para a cara de paz da Antonia usando mescla, branco e volume de um jeito bem nonchalant. Coisa fina - tudo no mínimo, mas ser ser o mínimo modernista, mais frio. Tem jeans, tem malha, tem camiseta podrinha, tem cor - daquelas peças de roupa que pedem uma joia de peso, prata ou ouro, com linhas, ué?, arquitetônicas e cabelos felizes ao vento.
Bem carioca, mas bem urbano. No hippies involved!
Antonia Bernardes, estilista
Rio de Janeiro, 6, terça
"Hoje acordei às 6 h, fui levar minha filha no colégio, depois fiz ginástica e, como meu carro quebrou, voltei para casa a pé amarradona! Cheguei em casa, tomei café, fiquei com Maria, minha caçula e depois vim para o ateliê. À noite acho que vou direto ao cinema ver o filme da Chanel."
Usa: Camiseta? Antonia Bernardes. Calça de camurça? Patricia Viera. Sandálias? Birkenstock. Argolas? Lili Zaiden. Bolsa? Grã.
Qual a melhor ideia do look? Minhas roupas são sempre práticas e confortáveis. Adoro sandálias birkenstock, elas são supergostosas e deixam qualquer look descontraído.
Chegou quando Antonia, filha de Claudio, resolveu abandonar o jornalismo e aplicar a filosofia Bernardes à roupa.
No ano passado, Antonia Bernardes abriu a primeira loja, na Dias Ferreira, Leblon. Mas já vem domando linho, algodão e formas há uns bons três anos, não, Antonia?
É tão bom olhar para a cara de paz da Antonia usando mescla, branco e volume de um jeito bem nonchalant. Coisa fina - tudo no mínimo, mas ser ser o mínimo modernista, mais frio. Tem jeans, tem malha, tem camiseta podrinha, tem cor - daquelas peças de roupa que pedem uma joia de peso, prata ou ouro, com linhas, ué?, arquitetônicas e cabelos felizes ao vento.
Bem carioca, mas bem urbano. No hippies involved!
Antonia Bernardes, estilista
Rio de Janeiro, 6, terça
"Hoje acordei às 6 h, fui levar minha filha no colégio, depois fiz ginástica e, como meu carro quebrou, voltei para casa a pé amarradona! Cheguei em casa, tomei café, fiquei com Maria, minha caçula e depois vim para o ateliê. À noite acho que vou direto ao cinema ver o filme da Chanel."
Usa: Camiseta? Antonia Bernardes. Calça de camurça? Patricia Viera. Sandálias? Birkenstock. Argolas? Lili Zaiden. Bolsa? Grã.
Qual a melhor ideia do look? Minhas roupas são sempre práticas e confortáveis. Adoro sandálias birkenstock, elas são supergostosas e deixam qualquer look descontraído.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
A SEMANA COM Antonia Bernardes – dia 06
Sempre imaginei quando a arquitetura de Sergio Bernardes (1919-2002) e do filho, Claudio (1949-2001), - feita de simplicidade, amor à luz e à natureza e ao à vonts carioca, daqueles da casa giga em Angra para andar de chinelo de dedo, sabe? - chegaria à moda.
Chegou quando Antonia, filha de Claudio, resolveu abandonar o jornalismo e aplicar a filosofia Bernardes à roupa.
No ano passado, Antonia Bernardes abriu a primeira loja, na Dias Ferreira, Leblon. Mas já vem domando linho, algodão e formas há uns bons três anos, não, Antonia?
É tão bom olhar para a cara de paz da Antonia usando mescla, branco e volume de um jeito bem nonchalant. Coisa fina - tudo no mínimo, mas ser ser o mínimo modernista, mais frio. Tem jeans, tem malha, tem camiseta podrinha, tem cor - daquelas peças de roupa que pedem uma joia de peso, prata ou ouro, com linhas, ué?, arquitetônicas e cabelos felizes ao vento.
Bem carioca, mas bem urbano. No hippies involved!
Antonia Bernardes, estilista
Rio de Janeiro, 5, segunda
"Hoje acordei, fui fazer uma série de exames, depois dei uma passada na loja, almocei com uma amiga e vim para o ateliê. Este jardim lindo é aqui no ateliê, um privilégio.
Aqui vou ficar até o final do dia começando a organizar a coleção de inverno."
Usa: Camiseta? De malha de algodão, Antonia Bernardes. Saia? De malha de linho, Antonia Bernardes. Bolsa? De couro, Grã. Sandálias? Havaianas.
Qual a melhor ideia do look? Adoro usar saiões com camisetas e sandálias rasteiras.
Chegou quando Antonia, filha de Claudio, resolveu abandonar o jornalismo e aplicar a filosofia Bernardes à roupa.
No ano passado, Antonia Bernardes abriu a primeira loja, na Dias Ferreira, Leblon. Mas já vem domando linho, algodão e formas há uns bons três anos, não, Antonia?
É tão bom olhar para a cara de paz da Antonia usando mescla, branco e volume de um jeito bem nonchalant. Coisa fina - tudo no mínimo, mas ser ser o mínimo modernista, mais frio. Tem jeans, tem malha, tem camiseta podrinha, tem cor - daquelas peças de roupa que pedem uma joia de peso, prata ou ouro, com linhas, ué?, arquitetônicas e cabelos felizes ao vento.
Bem carioca, mas bem urbano. No hippies involved!
Antonia Bernardes, estilista
Rio de Janeiro, 5, segunda
"Hoje acordei, fui fazer uma série de exames, depois dei uma passada na loja, almocei com uma amiga e vim para o ateliê. Este jardim lindo é aqui no ateliê, um privilégio.
Aqui vou ficar até o final do dia começando a organizar a coleção de inverno."
Usa: Camiseta? De malha de algodão, Antonia Bernardes. Saia? De malha de linho, Antonia Bernardes. Bolsa? De couro, Grã. Sandálias? Havaianas.
Qual a melhor ideia do look? Adoro usar saiões com camisetas e sandálias rasteiras.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
É NOVO bico fino
Jil Sander, inverno 2009
Preparar, apontar: começou aqui e vai desencanear, sem dúvida, um retorno do bico fino (vulgo mata barata, alguém já viu isso?).
Sapatilhas funcionam muito. Parece que é a dose entre um bico mais pretensioso e um (zero) salto nonchalant.
Bem diferente do escarpim, que fica todo sexy (bico + salto). Mas a gente vai se renoventando, não?
Preparar, apontar: começou aqui e vai desencanear, sem dúvida, um retorno do bico fino (vulgo mata barata, alguém já viu isso?).
Sapatilhas funcionam muito. Parece que é a dose entre um bico mais pretensioso e um (zero) salto nonchalant.
Bem diferente do escarpim, que fica todo sexy (bico + salto). Mas a gente vai se renoventando, não?
FIQUE DE OLHO The Row
Mente quem diz não olhar para Mary-Kate & Ashley Olsen como refs de estilo - talvez porque seja difícil de descolá-las das bebezinhas seriado Full House, um sucesso dos anos 90, sem dúvida, mas cafona de dar dó.
Enfim, o hippie-rocky-vinatge deluxe de ambas, que é ótimo, não tem nada a ver com a marca de básicos luxuosos criados por elas, a The Row. É a melhor novidade da moda, mais em sintonia com os novos tempos: A camiseta perfeita, O blazer, A calça, A saia-lápis, O mescla...
Ainda não comprei nada do duo, mas vou acompanhando e, na próxima viagem, paradinha na Bergdorf para.
Enquanto isso, vejam:
ps. não sei quem vai vender aqui. Dá muito trabalho construir a imagem de uma marca para a consumidora nacional - eu já pleiteei muito que uma multimarcas luxo trouxesse Isabel Marant e Dries Van Noten, dois dos meus favoritésimos, mas o quanto se espera vender para um público que vai no "hype" da compra não justifica ainda o trabalho e o espaço nas araras. Pena! De qualquer forma, acho que este é um case a ser estudado. Quantas celebs ultrapassam a categoria pop e viram ref chic de fato nas marcas que lançam? Nem SJP...
Enfim, o hippie-rocky-vinatge deluxe de ambas, que é ótimo, não tem nada a ver com a marca de básicos luxuosos criados por elas, a The Row. É a melhor novidade da moda, mais em sintonia com os novos tempos: A camiseta perfeita, O blazer, A calça, A saia-lápis, O mescla...
Ainda não comprei nada do duo, mas vou acompanhando e, na próxima viagem, paradinha na Bergdorf para.
Enquanto isso, vejam:
ps. não sei quem vai vender aqui. Dá muito trabalho construir a imagem de uma marca para a consumidora nacional - eu já pleiteei muito que uma multimarcas luxo trouxesse Isabel Marant e Dries Van Noten, dois dos meus favoritésimos, mas o quanto se espera vender para um público que vai no "hype" da compra não justifica ainda o trabalho e o espaço nas araras. Pena! De qualquer forma, acho que este é um case a ser estudado. Quantas celebs ultrapassam a categoria pop e viram ref chic de fato nas marcas que lançam? Nem SJP...
A SEMANA COM Antonia Bernardes – dia 05
Sempre imaginei quando a arquitetura de Sergio Bernardes (1919-2002) e do filho, Claudio (1949-2001), - feita de simplicidade, amor à luz e à natureza e ao à vonts carioca, daqueles da casa giga em Angra para andar de chinelo de dedo, sabe? - chegaria à moda.
Chegou quando Antonia, filha de Claudio, resolveu abandonar o jornalismo e aplicar a filosofia Bernardes à roupa.
No ano passado, Antonia Bernardes abriu a primeira loja, na Dias Ferreira, Leblon. Mas já vem domando linho, algodão e formas há uns bons três anos, não, Antonia?
É tão bom olhar para a cara de paz da Antonia usando mescla, branco e volume de um jeito bem nonchalant. Coisa fina - tudo no mínimo, mas ser ser o mínimo modernista, mais frio. Tem jeans, tem malha, tem camiseta podrinha, tem cor - daquelas peças de roupa que pedem uma joia de peso, prata ou ouro, com linhas, ué?, arquitetônicas e cabelos felizes ao vento.
Bem carioca, mas bem urbano. No hippies involved!
Antonia Bernardes, estilista
Rio de Janeiro, 24, terça
"Hoje está frio e chuvoso. Acordei às 7h, fui para ginástica, levei as crianças à natação e cheguei ao ateliê por volta de 12h. Muitas coisas para resolver... Atendi fornecedores, provei algumas peças do alto-verão e comecei a pensar na coleção de inverno. Ainda vou passar no hortifruti no final do dia."
Usa: Blazer? Antonia Bernardes. Camiseta? De malha, Antonia Bernardes. Calça jeans? Diesel. Sapatilhas? De camurça, Antonia Bernardes.
Qual a melhor ideia do look? Sempre escolho roupas em que eu me sinta a vontade ao longo do dia. Eu sou mãe de três e trabalho bastante, então essa é a melhor solução: roupas descomplicadas e confortáveis.
Chegou quando Antonia, filha de Claudio, resolveu abandonar o jornalismo e aplicar a filosofia Bernardes à roupa.
No ano passado, Antonia Bernardes abriu a primeira loja, na Dias Ferreira, Leblon. Mas já vem domando linho, algodão e formas há uns bons três anos, não, Antonia?
É tão bom olhar para a cara de paz da Antonia usando mescla, branco e volume de um jeito bem nonchalant. Coisa fina - tudo no mínimo, mas ser ser o mínimo modernista, mais frio. Tem jeans, tem malha, tem camiseta podrinha, tem cor - daquelas peças de roupa que pedem uma joia de peso, prata ou ouro, com linhas, ué?, arquitetônicas e cabelos felizes ao vento.
Bem carioca, mas bem urbano. No hippies involved!
Antonia Bernardes, estilista
Rio de Janeiro, 24, terça
"Hoje está frio e chuvoso. Acordei às 7h, fui para ginástica, levei as crianças à natação e cheguei ao ateliê por volta de 12h. Muitas coisas para resolver... Atendi fornecedores, provei algumas peças do alto-verão e comecei a pensar na coleção de inverno. Ainda vou passar no hortifruti no final do dia."
Usa: Blazer? Antonia Bernardes. Camiseta? De malha, Antonia Bernardes. Calça jeans? Diesel. Sapatilhas? De camurça, Antonia Bernardes.
Qual a melhor ideia do look? Sempre escolho roupas em que eu me sinta a vontade ao longo do dia. Eu sou mãe de três e trabalho bastante, então essa é a melhor solução: roupas descomplicadas e confortáveis.
domingo, 4 de outubro de 2009
DOU-LHE UMA, DOU-LHE DUAS leilão de moda, Audrey Hepburn
11 entre 10 fashionistas admiram Audrey Hepburn, que, junto com Hubert de Givenchy, foi a bandeira maior de uma feminilidade gráfica (coisa que parece impossível), simples, sem "rocoquismos" e, milagrosamente, sem linhas retas dominantes (leia-se masculinidade).
No dia 8 de dezembro, a Kerry Taylor Auctions, única casa de leilão especializada em moda de que tenho notícias, vai promover um leilão de peças presenteadas por Hepburn a uma amiga. Kerry me disse que este leilão é histórico porque as peças de Audrey raramente são colocadas à venda.
A coleção inclui vários pretinhos básicos de Valentino, Elizabeth Arden (o modelo que ela usou quando conheceu o primeiro marido, Mel Ferrer, em 1953)_ além de Givenchys, sem dúvida: o vestido de seda de Paris when it sizzles (Quando Paris alucina, 1962) tem preços estimados entre 10 e 15 mil libras esterlinas e o vestido de coquetel de renda chantilly de How to steal a million (Como roubar um milhão de dólares, 1966) vai de 8 a 12 mil libras esterlinas.
Kerry Taylor ainda leiloa 36 peças datadas de 1953 até o fim dos anos 1960, chapéus, cintos e um porção de cartas em que Audrey relata a entrada no cinema, o casamento proposto por James Hanson e o período de filamgem de Roman Holiday (A Princesa e o Plebeu, 1953).
Leilão: terça, 8dez, 14h (Londres)
Onde: La Galleria, Royal Opera Arcade, Pall Mall
Exposição: domingo, 6dez, 12h/17h; seg, 7dez, 9h30/17h; ter, 8dez, 9h30/12h.
Audrey Hepburn, de Givenchy de seda, inverno 1966, a ser vendido com a foto da atriz vestindo o modelo: valor estimado em 10 mil-15 mil libras esterlinas.
No dia 8 de dezembro, a Kerry Taylor Auctions, única casa de leilão especializada em moda de que tenho notícias, vai promover um leilão de peças presenteadas por Hepburn a uma amiga. Kerry me disse que este leilão é histórico porque as peças de Audrey raramente são colocadas à venda.
A coleção inclui vários pretinhos básicos de Valentino, Elizabeth Arden (o modelo que ela usou quando conheceu o primeiro marido, Mel Ferrer, em 1953)_ além de Givenchys, sem dúvida: o vestido de seda de Paris when it sizzles (Quando Paris alucina, 1962) tem preços estimados entre 10 e 15 mil libras esterlinas e o vestido de coquetel de renda chantilly de How to steal a million (Como roubar um milhão de dólares, 1966) vai de 8 a 12 mil libras esterlinas.
Kerry Taylor ainda leiloa 36 peças datadas de 1953 até o fim dos anos 1960, chapéus, cintos e um porção de cartas em que Audrey relata a entrada no cinema, o casamento proposto por James Hanson e o período de filamgem de Roman Holiday (A Princesa e o Plebeu, 1953).
Leilão: terça, 8dez, 14h (Londres)
Onde: La Galleria, Royal Opera Arcade, Pall Mall
Exposição: domingo, 6dez, 12h/17h; seg, 7dez, 9h30/17h; ter, 8dez, 9h30/12h.
Audrey Hepburn, de Givenchy de seda, inverno 1966, a ser vendido com a foto da atriz vestindo o modelo: valor estimado em 10 mil-15 mil libras esterlinas.
Londres-Paris, por Balzac
Agora que Londres voltou a ter relevância (ufa!) nas passarelas (em oposição a apenas nas ruas), eu encontrei isso em Alberto Savarus, uma das novelas de Balzac - que, junto com Proust, dá relevância à moda como personagem de um tempo.
Adoraria saber o que ele(s) escreveria(m) agora.
Paris, maio de 1842.
"Em todos os tempos, a França e a Inglaterra têm feito uma troca de futilidades, tanto mais seguida, porque escapa à tirania das alfândegas. A moda que em Paris chamamos de inglesa é em Londres chamada francesa, e reciprocamente. A inimizade dos dois povos cessa em dois pontos: na questão das palavras e na do vestuário.
God Save the King, o hino nacional da Inglaterra, é uma música feita por Lulli para os coros de Esther ou de Athalie*. As anquinhas, trazidas por uma inglesa para Paris, foram inventadas em Londres, conhece-se o motivo, por uma francesa, a famosa Duquesa de Portsmouth**; começaram por provocar tal zombaria que a primeira inglesa que assim apareceu nas Tulherias escapou de ser esmagada na multidão, mas as anquinhas foram adotadas. Essa moda tiranizou as mulheres da Europa por meio século. Na paz de 1815, gracejou-se durante um ano da cintura baixa das inglesas. Paris em peso foi ver Pothier e Brunet em Les Anglaises pour rire***; mas, em 1816 e 1817, a cintura das francesas, que em 1814 lhes cortava os seios, desceu gradativamente até lhes delinear as cadeiras."
*Lulli, compositor italiano, diretor da Academia Real de Música em Paris – e esther e Athalie, tragédias de Racine.
**Louise-Renée de Panancoët de Kéroal (1649-1734), favorita de Carlos II, da Inglaterra.
*** comediantes do vaudeville de Servin e Dumersan.
Adoraria saber o que ele(s) escreveria(m) agora.
Paris, maio de 1842.
"Em todos os tempos, a França e a Inglaterra têm feito uma troca de futilidades, tanto mais seguida, porque escapa à tirania das alfândegas. A moda que em Paris chamamos de inglesa é em Londres chamada francesa, e reciprocamente. A inimizade dos dois povos cessa em dois pontos: na questão das palavras e na do vestuário.
God Save the King, o hino nacional da Inglaterra, é uma música feita por Lulli para os coros de Esther ou de Athalie*. As anquinhas, trazidas por uma inglesa para Paris, foram inventadas em Londres, conhece-se o motivo, por uma francesa, a famosa Duquesa de Portsmouth**; começaram por provocar tal zombaria que a primeira inglesa que assim apareceu nas Tulherias escapou de ser esmagada na multidão, mas as anquinhas foram adotadas. Essa moda tiranizou as mulheres da Europa por meio século. Na paz de 1815, gracejou-se durante um ano da cintura baixa das inglesas. Paris em peso foi ver Pothier e Brunet em Les Anglaises pour rire***; mas, em 1816 e 1817, a cintura das francesas, que em 1814 lhes cortava os seios, desceu gradativamente até lhes delinear as cadeiras."
*Lulli, compositor italiano, diretor da Academia Real de Música em Paris – e esther e Athalie, tragédias de Racine.
**Louise-Renée de Panancoët de Kéroal (1649-1734), favorita de Carlos II, da Inglaterra.
*** comediantes do vaudeville de Servin e Dumersan.
AQUI TEM fruta no pé
Para quem pensa que extravaganza tem limites e vida curtérrima, Paris na real (da moda) prova o contrário.
Jak&Jil focaram as sandálias de cerejinha que Tom Ford fez em 2003 para YSL – ou seja, não são apenas os clássicos, no sentido restrito da palavra, que retornam na linha do tempo.
As boas ideias têm sua vez - e mais de uma vez.
Se você não foi uma feliz compradora das cerejinhas maduras de Tom Ford, que tal provar o café ainda no pé de Reinaldo Lourenço, verão 2010?
Use já e guarde, como provam Carine Roitfeld e Anna Dello Russo. Em cinco, seis anos, as sandalinhas vão voltar para o café society.
Anna, obviamente à direita...
... e no centro, com transparência assumida (leia mais na minha matéria para a Vogue de outubro)
(fotos: Jak&Jil, The Sartorialist e Agência Fotosite)
Jak&Jil focaram as sandálias de cerejinha que Tom Ford fez em 2003 para YSL – ou seja, não são apenas os clássicos, no sentido restrito da palavra, que retornam na linha do tempo.
As boas ideias têm sua vez - e mais de uma vez.
Se você não foi uma feliz compradora das cerejinhas maduras de Tom Ford, que tal provar o café ainda no pé de Reinaldo Lourenço, verão 2010?
Use já e guarde, como provam Carine Roitfeld e Anna Dello Russo. Em cinco, seis anos, as sandalinhas vão voltar para o café society.
Anna, obviamente à direita...
... e no centro, com transparência assumida (leia mais na minha matéria para a Vogue de outubro)
(fotos: Jak&Jil, The Sartorialist e Agência Fotosite)
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