Chapeleiro antes de ser fotógrafo - e o fotógrafo de moda de rua como comportamento (em oposição à "moda de rua" limitada ao jeito de vestir dos sócios do fashion club documentada por Scott Schuman, Garance Doré, Jak & Jil...) da coluna On the Street, The New York Times -, Bill Cuningham é o meu exemplo de contador de história(s) da moda.
Ao contrário dos tempos BBB que vivemos, em que jornalistas de moda se tornam celebs e por vezes se acham mais importantes do que a notícia e do que o trabalho de reportá-las, Cunningham se nega a estar do outro lado da lente: ele deu um trabalho incrível, de anos, para virar foco de um documentário sobre seu trabalho.
Seu olho é vivo, seu faro é fino, seu conhecimento é gigabytes. Ele capta - como antena e como fotógrafo – as mudanças da moda como ninguém. É movido a curiosidade, pela bicicleta, em qualquer lugar do mundo. A noção de que moda é um fenômeno das metrópoles é uma das lições mais bonitas do seu trabalho. Ela só tem razão de ser quando cabe, sempre levando um salto à frente, nas pessoas anônimas.
Este slide show de Cunningham é uma amostra de que, daqui a décadas, seu trabalho vai ser documento para revelar todos os shifts pelo quais passamos desde a década de 40, quando ele começou a registrar o que faz o seu olhar (e, portanto, seu lente) parar - sem julgamento estético (vulgo, "acho feio, acho bonito"), mas com senso de história.
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