Último post de 2008 e um dedicado a começar o ano mais leve e mais fina. beijos
(para Loulou)
Ilustração de Ricardo Toscani inspirada no armário da Loulou
Loulou é uma menina muito, muito inteligente. O que não significa que seus cachinhos dourados não fiquem lisos diante da idéia de passar por uma limpeza de closet.
Mas, desconfio, a virada para 2009 + os novos tempos (vcs leram no NYT que se trata de uma revolução, tipo Dior '47, crise do petróleo '70s, daquelas que muda para sempre o jeito de vestir?) pedem uma boa limpeza. E Loulou, darrrling, você não pode mais deixar para amanhã.
Eu já fiz várias, de maneira organizada como os meninos Jesse Garza e Joe Lupo, autores de Nothing to Wear?, me ensinaram.
E agora Nina Garcia, do Project Runaway e da Marie Claire US, ensina.
Posso dizer o seguinte: é tudo uma questão de lógica e tudo parece óbvio e fácil como cozinhar miojo (arrgh!). Mas a única vez que eu tentei fazer miojo na vida eu errei (ufa!) e eu garanto: diante das peças que acumuladas por décadas (não é, Loulou?), a gente fica tão emotiva que a lógica vai para as cucuias.
Então, apegue-se à Nina Garcia e a Sissi como se fôssemos Expedito, o santo das causas impossíveis.
Só ele(a) para ajudar você nessa hora difícil e sensível que é a edição do closet. A saber, as aspas dela e os meus comentários:
1. JOGUE FORA O QUE VOCÊ NÃO USA E O QUE NÃO FICA BEM EM VOCÊ. Dureza é admitir que você nunca mais vai usar aquela minissaia de pelúcia de leopardo - ainda mais agora que Tory Burch fez coletes fake do felino. Mas, querida, encare a vida: a moda colocou o leopardo fake na gaiola certa. Mini é muitoooo risqué. Colete é engraçado. Isso é só um exemplo da conversa que você vai travar com cada uma das peças entocadas no fundo do seu armário. Prepare-se para ouvir por horas as vozes do diabinho e do anjinho da moda. Para agüentar, tia Nina sugere que você se dê de presente uma peça-desejo para cada 20 que mandar para a sacola marcada com 'já vai tarde'. Eu acho uma marca alta - espero que você não tenha 20 peças para mandar embora. Mas desconfio que seja o caso da Loulou. Seja como for, você captou a necessidade de ter uma cenoura na sua frente, sim?
2. COMPRE O TAMANHO CERTO. Tenha fé de que vai acontecer, mas não conte que você vai perder 5 quilos na hora de comprar uma roupa. "É melhor ser realista e aproveitar o que aquela peça pode fazer por você naquele momento", diz Nina. Isso significa que não adianta adquirir um tubinho Léger se você vai se sentir como um salame francês, compreeende? Melhor um vestidinho mais amigo, assim, um André Lima vaporoso? Do contrário, você vai se sentir deprê cada vez que abrir o armário.
3. NÃO SE DEIXE SEDUZIR PELO OFF, OFF, OFF! Sim, ninguém discorda que ir ao Marcas&Cia e comprar um sapato masculino de píton Maria Bonita por 500 reais - valor cheio, 1,5 mil reais - é uma barganha. Mas se você nunca levar o par para dar uma voltinha, bem, vou dar uma notícia: você não mais economizou 1 000 reais e sim jogou fora 500 reais.
4. AI, NÃO SEJA TÃO SANTA. Moda é diversão (esse é meu mantra). Se você não consegue sair da linha, precisa experimentar a ótima sensação de colorir outros espaços em branco. "Você deve se sentir inspirada pelo conteúdo do seu closet", diz tia Nina. "E 20 saias pretas dificilmente tiram alguém do tédio como uma única saia bordada." Make it a Blumarine!
5. NÃO SEJA DOMESTICADA PELAS TENDÊNCIAS. Simples assim: se um vestido amarelo Isabella Giobbi não fica bem em você, por que insistir? Sim, o amarelo é de novo a cor do verão. Mas está longe de ser a única. Então, take a walk on the wild side e se afaste do que dita o mercadão. Seja fiel ao que o seu espelho manda.
6. SEJA MEL GIBSON NA HORA DE EDITAR. Querida, se você agüentou ver cinco segundos da batalha de Coração Valente entende o tipo de coragem necessária para decepar peças do seu armário. Parece autoflagelo, mas não venha de 'bibibi'. Por razões sentimentais você guarda o guardanapo do acarajé que dividiu com seu primeiro namorado na viagem para Salvador. Não guarda 25 camisas xadrezes de quando decidiu ser grunge. Não se apegue a uma peça só porque investiu o salário de três meses nela. Monte um bazar como o da Rita Wainer e deixe que a peça, até então encalhada, vá ser feliz no corpo de uma outra menina. "Seu armário deve conter apenas aquilo que fica bem em você", diz Nina Garcia. "Do resto, eu prometo, você nunca vai sentir falta."
E eu prometo que, a cada limpeza que você faz, mais seu estilo se refina. E mais você fica fina.
sábado, 13 de dezembro de 2008
É NOVO calça cocoon
(para o Vitor)
Não sei se as calças fazem das mulheres mais século 21. Faz só quatro décadas que nos apropriamos da peça e talvez por isso, comparadas a séculos de vestido no closet das mulheres, elas pareçam mais frescas.
A questão é que as calças passaram um período muito monótono. Ou era calça de alfaiataria ou era jeans. E, puxa, quem quer bancar a bolinha de ping-pong entre dois jogadores que acabam desinteressantes com tanto uso?
Aí voltaram os vestidos. Faz uns três, quatro anos. Eu me lembro tanto de, na época da faculdade, morrer de vontade de usar vestido e simplesmente não encontrar para comprar. Gozado.
Enfim, depois do ostracismo feminista, da pecha de antiquado, 'mulher-bibelô é coisa do passado', eles pareciam a peça mais moderna de todos os tempo.
Moderna ou não, é muito bom de usar. Põe e vai.
As calças tinham parado no tempo. A roda do mercado percebeu e os estilistas começaram a produzir modelos mais interessantes, capazes de ameaçar a ditadura recém-instalada do vestido.
Agora, sim, as coisas estão muito, muito interessantes para o nosso lado. Tem calça de todo jeito.
A minha atual favorita é a calça curta, levemente afunilada na barra - peg leg, harem, cenoura. Ou, como eu resolvi chamar, cocoon (porque é abaulada como os casacos-casulo Paul Poiret). Mas tem aquelas com as barras soltas também.
(faz milênios que eu quero postá-las em forma de audio slideshow. É bem mais fácil de ver. Mas meu iMac e eu ainda estamos nos conhecendo. Não evoluí nesse pedacinho. Então, é meio chatinho, mas vai em forma de foto uma atrás da outra).
O melhor é que não é preciso ser monogâmica. Você fica com o vestido, depois com a dhoti, depois com a pantalona, depois com a skinny, vai pra tulipa. É essa a graça da vida, oops!, da moda.
PARA TRABALHAR
Daughters by Obedient Sons, verão 2009: terno em nova proporção
Pringle of Scotland, verão 2009: com twin set
Marc Jacobs, verão 2009: com camisa e suéter
Brian Reys, verão 2009: com paletó-colete
PARA SAIR À NOITE
Lacoste, verão 2009: sexy
Emporio Armani, verão 2009: neoclássica
Duro Olowu, verão 2009: étnica
DKNY, verão 2009: cocktail-esporte
Blumarine, verão 2009: glam
PARA VIDA DE GENTE NORMAL
DKNY, verão 2009: street
Armand Basi One, verão 2009: novo masculino
Abaeté, verão 2009: retrô-progressivo
Não sei se as calças fazem das mulheres mais século 21. Faz só quatro décadas que nos apropriamos da peça e talvez por isso, comparadas a séculos de vestido no closet das mulheres, elas pareçam mais frescas.
A questão é que as calças passaram um período muito monótono. Ou era calça de alfaiataria ou era jeans. E, puxa, quem quer bancar a bolinha de ping-pong entre dois jogadores que acabam desinteressantes com tanto uso?
Aí voltaram os vestidos. Faz uns três, quatro anos. Eu me lembro tanto de, na época da faculdade, morrer de vontade de usar vestido e simplesmente não encontrar para comprar. Gozado.
Enfim, depois do ostracismo feminista, da pecha de antiquado, 'mulher-bibelô é coisa do passado', eles pareciam a peça mais moderna de todos os tempo.
Moderna ou não, é muito bom de usar. Põe e vai.
As calças tinham parado no tempo. A roda do mercado percebeu e os estilistas começaram a produzir modelos mais interessantes, capazes de ameaçar a ditadura recém-instalada do vestido.
Agora, sim, as coisas estão muito, muito interessantes para o nosso lado. Tem calça de todo jeito.
A minha atual favorita é a calça curta, levemente afunilada na barra - peg leg, harem, cenoura. Ou, como eu resolvi chamar, cocoon (porque é abaulada como os casacos-casulo Paul Poiret). Mas tem aquelas com as barras soltas também.
(faz milênios que eu quero postá-las em forma de audio slideshow. É bem mais fácil de ver. Mas meu iMac e eu ainda estamos nos conhecendo. Não evoluí nesse pedacinho. Então, é meio chatinho, mas vai em forma de foto uma atrás da outra).
O melhor é que não é preciso ser monogâmica. Você fica com o vestido, depois com a dhoti, depois com a pantalona, depois com a skinny, vai pra tulipa. É essa a graça da vida, oops!, da moda.
PARA TRABALHAR
Daughters by Obedient Sons, verão 2009: terno em nova proporção
Pringle of Scotland, verão 2009: com twin set
Marc Jacobs, verão 2009: com camisa e suéter
Brian Reys, verão 2009: com paletó-colete
PARA SAIR À NOITE
Lacoste, verão 2009: sexy
Emporio Armani, verão 2009: neoclássica
Duro Olowu, verão 2009: étnica
DKNY, verão 2009: cocktail-esporte
Blumarine, verão 2009: glam
PARA VIDA DE GENTE NORMAL
DKNY, verão 2009: street
Armand Basi One, verão 2009: novo masculino
Abaeté, verão 2009: retrô-progressivo
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
AQUI TEM vestidinhos 1, 2 e 3
Jason Wu, verão 2009
Se você ainda está ponderando se os vestidos-boneca de Reinaldo Lourenço, branco + dourado, são bons investimentos. Eis a prova de que estamos falando de uma tendência que vai sair do seu quadrado. E, comprando Reinaldo no lugar de Jason Wu, você colabora com a indústria nacional. Lindo, não?
Akris, verão 2009
Sempre me lembro de um vestido lindo da Anunciação do inverno 2007 que deixei passar. Por isso é hoje só uma lembrança. Tivesse sido arrematado hoje ele provaria novo fôlego, ressuscitado por esse figurativo Akris.
A Anunciação é uma marca goiana da goiana Maria Elvira Crosara e as estampas são um caso à parte. Claro que, em se tratando de roupa, não adianta apenas a estampa ser um deslumbre. O mundo é tridimensional e, verdade seja dita, às vezes as peças da Anunciação são melhores em duas dimensões. Mas há vestidos, uns 1970, outros 1940, que valem os muitos reais cobrados por Maria Elvira.
3.1 Phillip Lim, verão 2009
Verdinho e estampadinho teve na Maria Bonita Extra e, mais parecidos em modelagem, na Têca. Fofo, fácil e indicado para peles que já viram o sol do verão.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Chanel - filme mudo
Muita gente acha que Marc Jacobs é o maior gênio da moda nesse começo de 21. Por mais que eu admire e reconheça o impacto das suas idéias, para mim ninguém é tão completo quanto Karl Lagerfeld.
Ele reúne tudo o que um estilista, na era do "moda é morta, viva o marketing!", precisa ter.
Domina a técnica da roupa, tem idéias que alongam o limite estabelecido pelo 'venda garantida', influencia o jeito de vestir de qualquer mortal, tem cultura de moda, atualiza o passado, cria uma imagem de marca, tem sensibilidade para o hoje, emociona.
Eu desconfio que esse vídeo promo da coleção Paris-Moscou (e as moscovitas não são a segunda esperança - depois das chinesas - de sustentação do mercado de luxo?) vai ser melhor que o filme com Audrey Tatou previsto para ano que vem.
Clique aqui para ver.
Ele reúne tudo o que um estilista, na era do "moda é morta, viva o marketing!", precisa ter.
Domina a técnica da roupa, tem idéias que alongam o limite estabelecido pelo 'venda garantida', influencia o jeito de vestir de qualquer mortal, tem cultura de moda, atualiza o passado, cria uma imagem de marca, tem sensibilidade para o hoje, emociona.
Eu desconfio que esse vídeo promo da coleção Paris-Moscou (e as moscovitas não são a segunda esperança - depois das chinesas - de sustentação do mercado de luxo?) vai ser melhor que o filme com Audrey Tatou previsto para ano que vem.
Clique aqui para ver.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO quinta de escarpim amarelo
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
FASHION GURU Como gastar - eis a questão
Publicidade do banco Well Fargo, um dos primeiros a oferecer cartão de crédito, há 40 anos: o plástico que mudou nosso jeito de comprar!
Não é que eu vá usar isso como desculpa para gastar. Mas, convenhamos, se eu (+ você + todo mundo) não tirar meu cartão de crédito da microcarteira Louis Vuitton (não sou uma IT-bag girrrl, mas a Constance está nos meus planos), toda uma engrenagem está fadada a emperrar.
Da Europa, uma amiga jornalista (que morou em Londres-Madri-Paris e agora está em Barcelona) reporta que crise é o assunto dsa conversas em torno da cerveja e do cigarro. Amigos e inimigos dela são demitidos todos os dias. Tem mais gente perambulando nas ruas atrás de uma vaga. Qualquer.
Então, apesar da minha não-vontade compradeira, pensei que dinheiro é o que faz o mundo girar. Mas há jeitos e jeitos de girar: sair gastando ou comprar com sabedoria.
Cartões de crédito e limites de cheque especial ajudaram muito nossa geração a 'sair gastando'. É prático, rápido, indolor e, verdade seja dita, um dos melhores contos que a fada do consumo poderia inventar!
Poder parcelar em X vezes ou gastar além do dinheiro real na conta dá a falsa idéia de que temos muito mais tutu, bufunfa, grana, cifras, dinheiro - enfim, poder de compra - do que na verdade temos. É uma promessa de dinheiro.
Vamos encarar a realidade. Comprar agora e pagar depois é bom, mas, como a crise vem provando, nada supera o dinheiro real. Compre-agora-o-que-puder-pagar-agora.
Então, aí vai alguma sabedoria coletada com experts (que preferem, claro, continuar glamourosamente anônimas) no pesadelo 'pague para entrar, reze para sair' do vermelho (complementa o que a gente falou aqui):
1. NÃO SE DEIXE TENTAR POR TODAS AS TENDÊNCIAS. Com tanta gente espalhando 'pink é o novo preto', 'sandálias pesadas atualizam o look', 'costume jewelry é a nova bolsa' como se fosse vírus, é difícil ficar imune e não cair doente por todas as novidades da temporada. Poupe seus centavos e sua integridade. Não há nada mais deprê do que uma pessoa que só se sente cidadã se estiver coberta com a última moda. Sim, você tem que saber das notícias, mas consuma só o que cabe no seu orçamento e estilo. "Aprendi a duras penas a gastar bem só em uma peça de qualidade, ou de designer, que vai sobreviver a muitas mudanças de estação", diz a ex-vermelha 1. "Mas se você não resistir a uma modinha, vá de fast fashion."
2. CONTROLE O IMPULSO GASTADOR. Moda é movida à paixão e a desejo, claro. Mas a compra precisa ser menos coração e mais cabeça. Toda vez que você se apaixonar "irremediavalmente" por uma peça, anote a fofa numa shopping list. Só o fato de anotar o seu desejo vai fazer a temperatura baixar, dar uma sensação de segurança (como se a peça já fosse sua). Com uma lista inteira feita à base de muito taquicardia, é hora de meditar, respirar fundo e olhar para ela a sangue frio. O quêeeee??? Você anotou gladiadoras de cinco marcas diferentes? E a milésima skinny? Já pensou se tivesse comprado tudo. Ainda bem que nada é irremediável.
* gente, adendo: vitor angelo manda uma dica dus*****infernus nos comentários desse post. tem-que-ler.
3. FAÇA UMA SHOPPING LIST DE VERDADE. Uma coisa é a lista de contenção de impulsos e erosão da conta bancária. Outra é a lista de compras real, aquela que vai limitar seu gasto a peças necessárias, tendências merecedoras dos seus reai$, clássicos ainda inéditos no seu closet, 01 item caro e de qualidade (que vale literal e metaforicamente escrevendo, mais do que 25 equivalentes baratos e descartáveis).
4. REDEFINA TERRITÓRIO E TEMPORADA DE COMPRAS. Liquidações, bazares, saldões e pontas são OS lugares para comprar peças assinadas – desde que você siga à risca as regras 2 e 3.
5. INVISTA NAS PEÇAS-PODER. Todas vivemos de imagem, vamos admitir sem frescura/pudor. Por isso, é preciso investir bem (o que NÃO é sinônimo de quantia alta) em sapatos e bolsas. São eles é que gritam ruim/bom num look. Seja de crocodilo autorizado pelo Ibama à palha, é o acabamento (costuras, colagens, tramas, metal) que manda. Tem que ser bem feito e caprichado, no mínimo, e no máximo a qualidade obsessiva Hermès. Idem para os pisantes. Muito melhor um Converse perfeito do que uma sandália pesada de quinta.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO quarta de cinza
MÁXIMA DO DIA Gloria Swanson
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO terça de amarelo-ouro
House of Holland, verão 2009
Preto & branco são mais do que bons companheiros. São camaradas porque servem de base para pequenas, necessárias e chics trangressões. Como usar amareloouro, por exemplo. Os poás, estampa clássica, só reforçam a idéia do conservadorismo que precisa ser chacoalhado pela cor-sem-pudor!
Assinar:
Postagens (Atom)