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Helmut Lang, pré-verão 2010
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Lang, pré-verão 2010
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Lauren Santo Domingo, por Jak & Jil
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Agnete Hegelung
Desde que a comfort fashion explodiu, nunca fui tão contente. Tudo nesta ideia luxo-preguiça me apetece: o mescla, as formas amplas e o delicioso e apimentado desafio a convenções burguesas.
Então, eu comprei uma calça sarouel de moletom (fino) da Le Lis Blanc.
(Num fim de semana de trabalho, encontrei Juju com o mesmo modelo - ela disse que foi a Le Lis depois de ler o post sobre a camiseta perfeita aqui - um passeio semifeliz porque nem tudo coube na altura estratosférica dela, um ponto que ela também deixou claro aqui.)
Também comprei um macacão de moletom mescla - já que o do Alexander Wang esgotou sem deixar rastro.
E um macacão cinza antracito de malha mais fina do João Pimenta, parecido que só com o modelo usado por Agnete Hegelung na foto acima, que eu achei semanas depois já não me lembro em que site.
Feliz e desencanada, eu tenho usado o moletom comme il faut. Inclusive em reuniões - já que a natureza do meu trabalho permite. Para quem não trabalha na indústria do entretenimento criativo, recomendo reservar para sair à noite com as amigas (sem intenção de paquerar, porque homens tendem a detestar. Sim, nem sempre a gente se veste para eles, mas um jeito de continuar sexy - e fashion - é usar sandálias altas de tiras finas no lugar as meia-patas ou ankle boots) ou para bater pernas na cidade.
O importante é não desencanar. Tem que subir no salto. A ideia é que o moletom apareça como uma escolha pensada, proposital, para garantir seu conforto ao longo do dia e da noite. Jamais deve parecer uma contingência da sua vida infeliz de chinelos e camisetas velhas oversized,
comprend?
Além do salto, é legal usar bijoux e batom – ainda que os cabelos venham desgrenhados depois de uma boa noite de sono – e tecidos nobres feito seda. Tudo isso concerta o desconcerto causado pela ideia de descaso do moletom. Ufa!
Não é tão simples assim. O planeta não está ligado no movimento Wang-Lang (de Helmut) e não vai conceber tão fácil a ideia de você usar moletom em praça pública. É inevitável alguém achar que você está muitas champanhotas acima da dose permitida legalmente. Em Curitiba, minha terrinha, onde estive há pouco, detectei a expressão "onde é que ela está com a cabeça?" no rosto de muita gente.
Mas é fato: o moletom, cortado em pseudo-paletó e pseudo-calça de alfaiataria, é o novo terno. Trate-o como se fosse seu jeans fashion statement ou uma peça de couro. Respeite desrespeitando.
Com o tempo, os olhos alheios se acostumam. Mas você vai estar tão confortável que nem vai reparar no desconforto dos outros.