sexta-feira, 18 de abril de 2008

A TEORIA DO cabelo



Roberto Cavalli, verão 2008: coque Belle Époque desestruturado pelo vento hippie. Feminino, com pescoço de fora (não tem nada mais sexy) e emoldurado pela sobreposição de colares. Soooooo much fun - e sem tintura!

Ontem, na aula de ioga privé, a instrutora me perguntou de que cor eu tingia meus cabelos. Eu estranhei porque, depois de muitas experiências - cor de fogo, luzes a ponto de ficar loira -, meu cabelo é mais natural do que algodão orgânico. Ou quase - me lembrei que, da última vez que cortei, fiz micro (micro mesmo!) mechas de loiro-mel. Mas elas foram feitas para mimetizar as luzes naturais do meu cabelo. Achei gozado ela supor que minha cor era de caixinha. E fiquei feliz de ter algo au naturel elogiado num planeta cada vez mais photoshopado e plasticizado. Não acho que a gente tenha de ter a mesma cara sempre, óbvio. Meu cabelo, aliás, oscila entre o ondulado, o cacheado e o falso liso (dependendo da minha dedicação e da vontade própria dele) e eu adoro olhar todo dia no espelho e ter uma surpresa. Também amo prender de jeitos diferentes, com pentes, presilhas, elásticos, grampinhos. Penteados são algo a ser ressuscitado nos rituais femininos de beleza (entre as idéias da passarela, minha favorita é a do verão 2008 Roberto Cavalli, um coque Belle Époque desmanchado, bagunçado pelos hippies anos 1970 - feminino, fácil de reproduzir e com efeito personalidade no ato!). Cabelos, eu pensei, falam muito mais sobre nossa intimidade com a gente mesma do que muitas outras coisas. E é bom que as mudanças aí sejam mais naturais mesmo - ressaltar uma qualidade que já existe com a tinta, mudar a textura com produticos... Fantasia mesmo, loucura radical, a não ser que a intenção seja passar a clara mensagem de insatisfação com a própria imagem ou o desejo de virar drag, melhor reservar para os sapatos. São eles que simbolizam nossa vontade de viajar mais longe. Cabelo serve para dizer quem a gente é - numa versão mais bonita e variada, sempre que possível.

Um comentário:

Edu Castelo disse...

Sissi, eu que agradeço por passar pelo pônei!! E acho que penteados super valorizam. A alternativa estilo colagem-na-cabeça é uma opção mais aventureira para quem não quer segurar bolsas hahahaha.

Adoro seu blog, leio sempre!
Beijos