quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

FASHION GURU Como gastar - eis a questão


Publicidade do banco Well Fargo, um dos primeiros a oferecer cartão de crédito, há 40 anos: o plástico que mudou nosso jeito de comprar!


Não é que eu vá usar isso como desculpa para gastar. Mas, convenhamos, se eu (+ você + todo mundo) não tirar meu cartão de crédito da microcarteira Louis Vuitton (não sou uma IT-bag girrrl, mas a Constance está nos meus planos), toda uma engrenagem está fadada a emperrar.

Da Europa, uma amiga jornalista (que morou em Londres-Madri-Paris e agora está em Barcelona) reporta que crise é o assunto dsa conversas em torno da cerveja e do cigarro. Amigos e inimigos dela são demitidos todos os dias. Tem mais gente perambulando nas ruas atrás de uma vaga. Qualquer.

Então, apesar da minha não-vontade compradeira, pensei que dinheiro é o que faz o mundo girar. Mas há jeitos e jeitos de girar: sair gastando ou comprar com sabedoria.

Cartões de crédito e limites de cheque especial ajudaram muito nossa geração a 'sair gastando'. É prático, rápido, indolor e, verdade seja dita, um dos melhores contos que a fada do consumo poderia inventar!

Poder parcelar em X vezes ou gastar além do dinheiro real na conta dá a falsa idéia de que temos muito mais tutu, bufunfa, grana, cifras, dinheiro - enfim, poder de compra - do que na verdade temos. É uma promessa de dinheiro.

Vamos encarar a realidade. Comprar agora e pagar depois é bom, mas, como a crise vem provando, nada supera o dinheiro real. Compre-agora-o-que-puder-pagar-agora.

Então, aí vai alguma sabedoria coletada com experts (que preferem, claro, continuar glamourosamente anônimas) no pesadelo 'pague para entrar, reze para sair' do vermelho (complementa o que a gente falou aqui):

1. NÃO SE DEIXE TENTAR POR TODAS AS TENDÊNCIAS. Com tanta gente espalhando 'pink é o novo preto', 'sandálias pesadas atualizam o look', 'costume jewelry é a nova bolsa' como se fosse vírus, é difícil ficar imune e não cair doente por todas as novidades da temporada. Poupe seus centavos e sua integridade. Não há nada mais deprê do que uma pessoa que só se sente cidadã se estiver coberta com a última moda. Sim, você tem que saber das notícias, mas consuma só o que cabe no seu orçamento e estilo. "Aprendi a duras penas a gastar bem só em uma peça de qualidade, ou de designer, que vai sobreviver a muitas mudanças de estação", diz a ex-vermelha 1. "Mas se você não resistir a uma modinha, vá de fast fashion."

2. CONTROLE O IMPULSO GASTADOR. Moda é movida à paixão e a desejo, claro. Mas a compra precisa ser menos coração e mais cabeça. Toda vez que você se apaixonar "irremediavalmente" por uma peça, anote a fofa numa shopping list. Só o fato de anotar o seu desejo vai fazer a temperatura baixar, dar uma sensação de segurança (como se a peça já fosse sua). Com uma lista inteira feita à base de muito taquicardia, é hora de meditar, respirar fundo e olhar para ela a sangue frio. O quêeeee??? Você anotou gladiadoras de cinco marcas diferentes? E a milésima skinny? Já pensou se tivesse comprado tudo. Ainda bem que nada é irremediável.

* gente, adendo: vitor angelo manda uma dica dus*****infernus nos comentários desse post. tem-que-ler.

3. FAÇA UMA SHOPPING LIST DE VERDADE. Uma coisa é a lista de contenção de impulsos e erosão da conta bancária. Outra é a lista de compras real, aquela que vai limitar seu gasto a peças necessárias, tendências merecedoras dos seus reai$, clássicos ainda inéditos no seu closet, 01 item caro e de qualidade (que vale literal e metaforicamente escrevendo, mais do que 25 equivalentes baratos e descartáveis).

4. REDEFINA TERRITÓRIO E TEMPORADA DE COMPRAS. Liquidações, bazares, saldões e pontas são OS lugares para comprar peças assinadas – desde que você siga à risca as regras 2 e 3.

5. INVISTA NAS PEÇAS-PODER. Todas vivemos de imagem, vamos admitir sem frescura/pudor. Por isso, é preciso investir bem (o que NÃO é sinônimo de quantia alta) em sapatos e bolsas. São eles é que gritam ruim/bom num look. Seja de crocodilo autorizado pelo Ibama à palha, é o acabamento (costuras, colagens, tramas, metal) que manda. Tem que ser bem feito e caprichado, no mínimo, e no máximo a qualidade obsessiva Hermès. Idem para os pisantes. Muito melhor um Converse perfeito do que uma sandália pesada de quinta.

6 comentários:

Djoh disse...

adorei a última frase!!! HAHAHA

- lalah disse...

Mto bom o blog!
E essas dicas vieram em uma boa hora para mim...
Tá no favoritos já!

:D

andreza felix disse...

ai sissi! superimportante esta sua reflexão da educação para nosso papel na indústria da moda, equacionando desejos e vida real.
Moda é civilidade também, posicionamento político e auto-responsabilidade. Consumo interfere e também comunica como nos portamos diante dos momentos importantes. Foi assim nas Guerras, nas fomes e agora é na crise.

Têm rolado umas discussões bacanas sobre isso no blog do Alcino Leite Neto, já viste?!
bjos

Vitor dus Infernus disse...

genial: "Não há nada mais deprê do que uma pessoa que só se sente cidadã se estiver coberta com a última moda".
tenho uma amiga que entra nos sites dos grandes magazines de luxo d earis, londres, ny, tóquio e começa a comprar, comprar, comprar, enche o carrinho de compras. Na hora de efetuar e confirmar a compra, ela desliga o computador e vai dormir feliz!

Unknown disse...

por favor, prestem atenção na prática absolutamente salutar da amiga do vitor!!!!! devia ter sido uma das minhas fontes aqui!!!! obrigada, vitorangelo - essa veio du*****céu! bjs

Anônimo disse...

esse seu post é vital, pra mim será sempre referência. e posso falar, amo frases com força, contundente: nada é mais... é muito bom!