Estou em Curitiba para acompanhar apenas dois dos sete dias de desfiles de marcas locais. O Estado têm polos de jeans e de tricô – confecções que produzem peças para marcas de São Paulo e do Rio – e alguns estilistas-sobreviventes. É bom sair do quadrado e ver as tentativas de produzir algo com assinatura própria. Leva tempo, mas é preciso começar de algum lugar.
Como 'ir às compras' soa demodé, no lugar de fazer uma shopping list, vou indicar as boas ideias da passarela. Você investe naquilo que vai de fato fazer diferença no seu closet.
BOA IDEIA: COCKTAIL DRESS DE TRICÔ
Cocktail dress de tricô, Lafort, verão 09, preço estimado entre R$ 400 e R$ 500., nas lojas em agosto.
Sempre achei que Brasil e cocktail dresses – por que não vestidos de coquetel ou, melhor, vestidos de caipirinha? – combinam muito. Especialmente no verão. É tudo leve e informal, o país e o vestido. Mas nunca tinha me ocorrido vestir tricô, sempre mais espírito preguiça do que festa.
Então, foi uma boa nova ver esse modelo da Lafort, uma malharia aberta em Curitiba em 1963 e que produz para Osklen, Animale, Daslu, Mara Mac. "A ideia é usar mesmo na festa", me disse a dona e manda-chuva do tricô da marca, Irit Czerny.
Inspirado na Missoni (alguns dos looks inpirados demais), o vestido é feito com quatro tipos de fios, entre eles um metalizado, um tingido e um de viscose. Gosto desse efeito zebra discretíssima e do trabalho de drapê (tricô é o tipo de trabalho que merece ser muito, muito explorado ainda). No desfile, ficou esse efeito P&B, mas da linha de produção sairão também versões azul e marrom com dourado.
Não é exatamente uma peça democrática. Serve se você é tall, (not necessarily) tanned, young and lovely. Com as onipresentes sandálias pesadas.
E com uma carteira feita de tururi ou de couro de peixe (estive em Belém investigando o trabalho de designers de lá e ainda falta falar disso).
Tipo glamour-floresta.
Lafort, www.lafort.com.br. Rua 24 de Maio, 1550, (41) 3111 1402, ou Park Shopping Barigui, (41) 3317 6180.
ps. pergunto a Irit se ela de fato vê as curitibanas, sempre apaixonadas por pedrarias e cetins encorpados na festa, vestidas assim (gente, sou daqui, sei como era). "Elas mudaram muito. Deixaram de ser peruas demais e estão mais arrojadas", garante a moça. To be seen no próximo coquetel. Tim-tim!
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Um comentário:
é, somos um estado + produtor que criador sem dúvida e concordo que as curitibanas estão menos uniformizadas e absorvendo devagar devagarinho toda a informação de moda e liberdade.
Não sabia que tu era daqui, um beijo!
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