domingo, 28 de fevereiro de 2010
NA DÚVIDA desfiles e corações palpitantes - parte 1
Para qual desfiles inter você roe as unhas de antecipação, morrendo de curiosidade até que a hora H chegue enfim?
MÁXIMA DO DIA por Maurizio Pecoraro
A SEMANA COM Consuelo Blocker - dia 4
Consuelo e eu nos conhecemos há uns bons cinco anos. Ela sentou entre mim e a mãe, Costanza Pascolato, num desfile do SPFW.
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 28fev
Milão
"Domingo de manhã deu tempo para dar uma passeada pelo "quadrilátero" do shopping milanês, que tem como artéria central a Via della Spiga."
Usa: Hoje estou de vestido marinho (deu para notar que é um tema comigo esta cor?) da Prada e um blazer/pele (é uma peça só) da Miu Miu que minha mãe me deu de presente. O sapato é o mesmo curingão da Repetto dos outros dias. Escolhi este look pois hoje está friooooooo! E, nesta estação, decidi usar vestidos, pois ocupam menos espaço na mala.
Qual a melhor ideia do look? Gosto muito como o cinto mais casual. Quebra o que poderia ser um look um pouco quadrado demais... Dica: na mala é bom ter um tema de cor para as peças combinarem entre si.. Nos vemos em Paris! Beijos
Foto Roberto Leone
ps. gente, Consu volta para Florença, onde revê os filhotes, faz as unhas e refaz as malas para Paris, de onde manda mais ideias _ e porques_ de looks para o c'est Sissi bon. São uns poucos dias de intervalo, mas que mal há esperar pelo glamour?
ps2. alguém pode, por favor, notar os cabelos cacheados da moça? São espetaculares e tudo o que ela tem a fazer é deixá-los secar ao natural. Em natural sendo quase um mantra nessa Consuelita.
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 28fev
Milão
"Domingo de manhã deu tempo para dar uma passeada pelo "quadrilátero" do shopping milanês, que tem como artéria central a Via della Spiga."
Usa: Hoje estou de vestido marinho (deu para notar que é um tema comigo esta cor?) da Prada e um blazer/pele (é uma peça só) da Miu Miu que minha mãe me deu de presente. O sapato é o mesmo curingão da Repetto dos outros dias. Escolhi este look pois hoje está friooooooo! E, nesta estação, decidi usar vestidos, pois ocupam menos espaço na mala.
Qual a melhor ideia do look? Gosto muito como o cinto mais casual. Quebra o que poderia ser um look um pouco quadrado demais... Dica: na mala é bom ter um tema de cor para as peças combinarem entre si.. Nos vemos em Paris! Beijos
Foto Roberto Leone
ps. gente, Consu volta para Florença, onde revê os filhotes, faz as unhas e refaz as malas para Paris, de onde manda mais ideias _ e porques_ de looks para o c'est Sissi bon. São uns poucos dias de intervalo, mas que mal há esperar pelo glamour?
ps2. alguém pode, por favor, notar os cabelos cacheados da moça? São espetaculares e tudo o que ela tem a fazer é deixá-los secar ao natural. Em natural sendo quase um mantra nessa Consuelita.
BELEZA PURA falso desarrumado
MODERNA NO ATO como abafar escândalos 2
Dries Van Noten, verão 2010
Versão "menos" para estampas. O bacana não é apenas o cinza como neutralizador, mas também o fato de se usar uma peça masculina para contrastar com um a estamparia, uma alegria geralmente relacionada ao universo feminino.
Mais da série aqui.
Versão "menos" para estampas. O bacana não é apenas o cinza como neutralizador, mas também o fato de se usar uma peça masculina para contrastar com um a estamparia, uma alegria geralmente relacionada ao universo feminino.
Mais da série aqui.
A SEMANA COM Consuelo Blocker - dia 3, dia e noite
Consuelo e eu nos conhecemos há uns bons cinco anos. Ela sentou entre mim e a mãe, Costanza Pascolato, num desfile do SPFW.
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 27fev
Milão
Usa: A foto de dia é na frente da Armani, local do desfile da coleção Inverno 2010/2011. Escolhi este look porque gostei como os dois volumes amplos _ um mais armado do casaco Prada e o outro mais "soft" do vestido Jil Sander _ entram em harmonia para criar uma silhueta original.
Qual a melhor ideia do look? As pregas geniais das costas da saia do vestido são a parte que mais gostei deste look. Dica para quem viaja: cada peça deve ser curinga e poder passar do dia para a noite. No look da noite usei o mesmo casaco e sapatos (Repetto) do dia. Só adicionei uma t-shirt de lantejoula da Arte Sacra, uma calça preta 3/4 basic e brincos longos para dar um toque de glamour. Estava indo à abertura da mostra de Greta Garbo na Triennale, patrocinada pela Ferragamo.
A domani ragazzi!!
Beijo
Fotos Roberto Leone
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 27fev
Milão
Usa: A foto de dia é na frente da Armani, local do desfile da coleção Inverno 2010/2011. Escolhi este look porque gostei como os dois volumes amplos _ um mais armado do casaco Prada e o outro mais "soft" do vestido Jil Sander _ entram em harmonia para criar uma silhueta original.
Qual a melhor ideia do look? As pregas geniais das costas da saia do vestido são a parte que mais gostei deste look. Dica para quem viaja: cada peça deve ser curinga e poder passar do dia para a noite. No look da noite usei o mesmo casaco e sapatos (Repetto) do dia. Só adicionei uma t-shirt de lantejoula da Arte Sacra, uma calça preta 3/4 basic e brincos longos para dar um toque de glamour. Estava indo à abertura da mostra de Greta Garbo na Triennale, patrocinada pela Ferragamo.
A domani ragazzi!!
Beijo
Fotos Roberto Leone
sábado, 27 de fevereiro de 2010
A SEMANA COM Consuelo Blocker - dia 2
Consuelo e eu nos conhecemos há uns bons cinco anos. Ela sentou entre mim e a mãe, Costanza Pascolato, num desfile do SPFW.
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 25fev
Milão
"O dia foi uma loucura... começamos cedíssimo e terminamos depois das 11... Só deu tempo de tirar a foto de noite no hotel."
Usa: As cores da foto não estão perfeitas, mas dá para ver a silhueta deste maravilhoso vestido Jil Sander de umas duas estações atrás. Ele é de tricô grosso azul marinho, manga 3/4, decote asimétrico e duas grandes golas de um lado só.
Escolhi este vestido porque hoje foi o dia do desfile Jil Sander... lindo por sinal! Mas mais que tudo, escolhi porque emagreci e as curvas ficam lindas nele...kkkkk!
Qual a melhor idéia do look? É a simplicidade. A proporção e a linha do vestido são tão lindas que têm que ser admiradas por si só! E agora, com licença, vou dormir... até amanhã! Beijos
Foto Roberto Leone
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 25fev
Milão
"O dia foi uma loucura... começamos cedíssimo e terminamos depois das 11... Só deu tempo de tirar a foto de noite no hotel."
Usa: As cores da foto não estão perfeitas, mas dá para ver a silhueta deste maravilhoso vestido Jil Sander de umas duas estações atrás. Ele é de tricô grosso azul marinho, manga 3/4, decote asimétrico e duas grandes golas de um lado só.
Escolhi este vestido porque hoje foi o dia do desfile Jil Sander... lindo por sinal! Mas mais que tudo, escolhi porque emagreci e as curvas ficam lindas nele...kkkkk!
Qual a melhor idéia do look? É a simplicidade. A proporção e a linha do vestido são tão lindas que têm que ser admiradas por si só! E agora, com licença, vou dormir... até amanhã! Beijos
Foto Roberto Leone
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
COM QUE ROUPA? jantarzinho
3.1 Phillip Lim, pré-verão 2010
Há algo de muito curioso acontecendo na moda. Estilistas apostam na combinação do igual-diferente criando uma espécie de novo conjuntinho.
Acontece com estampas que não são gêmeas univitelinas. Acontece com a maravilhosa ideia Prada inverno 2010 de tricô + tricô iguais mas diferentes.
E acontece com este look duplamente rendado, ótimo para usar hoje à noite num jantarzinho a dois. Espere o romance igual, só que diferente.
Há algo de muito curioso acontecendo na moda. Estilistas apostam na combinação do igual-diferente criando uma espécie de novo conjuntinho.
Acontece com estampas que não são gêmeas univitelinas. Acontece com a maravilhosa ideia Prada inverno 2010 de tricô + tricô iguais mas diferentes.
E acontece com este look duplamente rendado, ótimo para usar hoje à noite num jantarzinho a dois. Espere o romance igual, só que diferente.
A SEMANA COM Consuelo Blocker - dia 1
Consuelo e eu nos conhecemos há uns bons cinco anos. Ela sentou entre mim e a mãe, Costanza Pascolato, num desfile do SPFW.
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 25 de fevereiro
Milão
Usa: Escolhi este look porque sabia que ia pegar o trem de Florença para Milão e entrar na batalha desfiles direto. Então, roupa escura que aguenta melhor uma viagem, mesmo que o trajeto seja curto. Saltinho baixo para poder carregar a mala. O mix preto e azul marinho sempre achei chic e está in nesta estação. O marrom do cinto e colar dão um pouco de cor.
Qual a melhor ideia do look? O cinto. De NY a Londres e já em Milão, o cinto por cima de sweaters e casacos está com tudo. Beijos e até amanhã!
Foto de Andrea Pavanello
Eu me lembro até hoje da roupa: uma camiseta simples, uma saia lápis, uma sapatilha Prada usaaaada e com amor. Era tão simples, tão feminino e tão poderoso - e, principalmente, tão sem afetação, que eu e minha enorme boca não pudemos deixar de elogiar. Foi assim que viramos amigas - Consu para mim, Simon para ela...
Não era tanto pela roupa e sim como a roupa caía perfeitamente no corpo e ocupava um certo segundo plano, como toda roupa deve ocupar. (Se a roupa chega antes, me pergunto em que ponto do caminho se perdeu a personalidade.)
O que ficou, comme il faut, é a lembrança de um sorriso gigantesco e absolutamente sedutor (vocês vão ver nas fotos, a Consu é matadora!), uma mulher linda, feliz, de ironia fina e inteligente. E de verdade: na época, Consu brincou ser uma ousadia usar a saia lápis para mostrar as pernocas, que não são dois palitos. Daquelas quase insegurançazinhas típicas de todas nós.
Para a tecelagem da família, a Santaconstancia, Consu deixa a casa e os filhotes em Florença e ruma para as semans de moda.
Agora está em Milão para o inverno 2010, de onde twitta what's next. Follow her @Santaconstancia e aqui, onde ela divide os segredos de ser uma mulher na + além da moda.
Consuelo Blocker, 25 de fevereiro
Milão
Usa: Escolhi este look porque sabia que ia pegar o trem de Florença para Milão e entrar na batalha desfiles direto. Então, roupa escura que aguenta melhor uma viagem, mesmo que o trajeto seja curto. Saltinho baixo para poder carregar a mala. O mix preto e azul marinho sempre achei chic e está in nesta estação. O marrom do cinto e colar dão um pouco de cor.
Qual a melhor ideia do look? O cinto. De NY a Londres e já em Milão, o cinto por cima de sweaters e casacos está com tudo. Beijos e até amanhã!
Foto de Andrea Pavanello
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Folha em busca de repórter de moda
24/02/2010
Repórter de Moda
A Folha está selecionando currículos de interessados em trabalhar como repórter free-lancer no caderno Moda pelo período de três meses, a partir do dia 16 de março.
Candidatos devem ter:
pleno domínio da língua portuguesa
habilidade para revisar textos
domínio da língua inglesa, para entrevistas
experiência em reportagem em jornal (de preferência diário) ou revista
interesse pelo noticiário de moda
familiaridade com redes sociais da web (twitter, facebook etc), para pesquisa de pautas
boa formação cultural
Curso de pós-graduação concluído ou em andamento, experiência em fechamento e conhecimentos do Novo Manual de Redação da Folha são habilitações desejáveis.
O processo de seleção inclui testes de conhecimentos gerais, conhecimentos específicos, português e regras de padronização estabelecidas pelo manual, além de entrevista.
Envie um currículo sintetizado em uma página (com formação escolar, domínio de idiomas, cursos de especialização e experiência profissional) e um texto de 20 linhas sobre o tema "Qual é o papel da moda no mundo contemporâneo?" até 04/03, para treina@uol.com.br. Escreva no campo "Assunto" a sigla C-1087
ATENÇÃO: mande currículo e texto no corpo da mensagem; links e arquivos anexados não serão considerados
Repórter de Moda
A Folha está selecionando currículos de interessados em trabalhar como repórter free-lancer no caderno Moda pelo período de três meses, a partir do dia 16 de março.
Candidatos devem ter:
pleno domínio da língua portuguesa
habilidade para revisar textos
domínio da língua inglesa, para entrevistas
experiência em reportagem em jornal (de preferência diário) ou revista
interesse pelo noticiário de moda
familiaridade com redes sociais da web (twitter, facebook etc), para pesquisa de pautas
boa formação cultural
Curso de pós-graduação concluído ou em andamento, experiência em fechamento e conhecimentos do Novo Manual de Redação da Folha são habilitações desejáveis.
O processo de seleção inclui testes de conhecimentos gerais, conhecimentos específicos, português e regras de padronização estabelecidas pelo manual, além de entrevista.
Envie um currículo sintetizado em uma página (com formação escolar, domínio de idiomas, cursos de especialização e experiência profissional) e um texto de 20 linhas sobre o tema "Qual é o papel da moda no mundo contemporâneo?" até 04/03, para treina@uol.com.br. Escreva no campo "Assunto" a sigla C-1087
ATENÇÃO: mande currículo e texto no corpo da mensagem; links e arquivos anexados não serão considerados
MODERNA NO ATO como abafar escândalos
Rachel Roy, pré-verão 2010
Jenny Kayne, verão 2010
Givenchy, pré-verão 2010
O mundo hoje é um caixinha de contradições, dizem os looks mais espertos.
Se você exagera de um lado, é preciso ser quase pudica do outro.
Portanto, quando o neon grita, uma cor clássica exige silêncio.
Se o paetê reluz, uma textura opaca (por que não até um tweed?) traz um pouco de sombra e imagen fresca para os olhos.
Jenny Kayne, verão 2010
Givenchy, pré-verão 2010
O mundo hoje é um caixinha de contradições, dizem os looks mais espertos.
Se você exagera de um lado, é preciso ser quase pudica do outro.
Portanto, quando o neon grita, uma cor clássica exige silêncio.
Se o paetê reluz, uma textura opaca (por que não até um tweed?) traz um pouco de sombra e imagen fresca para os olhos.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
É JOIA Art Smith & mais
Por fim, um link luxo de objetos de desejo o século 20.
Entre eles, as joias de Art Smith, verdadeiras esculturas modernistas.
aqui.
E Ted Muehling, um purista.
Entre eles, as joias de Art Smith, verdadeiras esculturas modernistas.
aqui.
E Ted Muehling, um purista.
É JOIA Silk Road, por Sally Dudmesh
Sally Dudmesh nasceu no Paquistão e, filha de plantadores de tabaco, percorreu o Oriente. Suas joias, feitas à mão, são as étnicas mais desejáveis _ e absolutamente acessíveis, com um quê de civilizações passadas.
Clique aqui.
Clique aqui.
É JOIA Delphine-Charlotte Parmentier
Já que o assunto é joia neste fim de semana, anote no seu precioso caderninho de endereços fashion globais Delphine-Charlotte Parmentier.
Basta dizer que ela assina joias para Chanel e Chloé. Ponto.
E eu já vi brincos por menos de 400 dólares _ só que com aparência de muito mais.
aqui (ainda não está no ar)
Basta dizer que ela assina joias para Chanel e Chloé. Ponto.
E eu já vi brincos por menos de 400 dólares _ só que com aparência de muito mais.
aqui (ainda não está no ar)
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
É JOIA Philip Crangi
Joalheiro. O contraste de materiais traduz exatamente para a joia o choque de texturas e moods da moda.
Tem peças lindas, mas ainda permanecem minhas favoritas as da coleção venetian.
Tem peças lindas, mas ainda permanecem minhas favoritas as da coleção venetian.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
É NOVO 60s
É uma contradição em termos. Fato é que uma década passé vira novidade quando suplanta outra década passé.
Eis que, então, nada mais novo do que o clima 60s. (eu já falei, mas vem devagarinho se impondo mais e mais)
Funciona. Especialmente em roupas do ofício. Escarpins com bico levemente quadrado (Francisco Costa fez soberbos para a CK) estão entre os investimentos mais acessíveis e práticos.
Stella McCartney, pré-verão 2010
Stella McCartney, pré-verão 2010
Peter Jensen, pré-verão 2010
Lela Rose, pré-verão 2010
J. Mendel, pré-verão 2010
Eis que, então, nada mais novo do que o clima 60s. (eu já falei, mas vem devagarinho se impondo mais e mais)
Funciona. Especialmente em roupas do ofício. Escarpins com bico levemente quadrado (Francisco Costa fez soberbos para a CK) estão entre os investimentos mais acessíveis e práticos.
Stella McCartney, pré-verão 2010
Stella McCartney, pré-verão 2010
Peter Jensen, pré-verão 2010
Lela Rose, pré-verão 2010
J. Mendel, pré-verão 2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
ROUPAS DO OFÍCIO quarta de jeans
domingo, 14 de fevereiro de 2010
COM QUE ROUPA? namorar
3.1 Phillip Lim, pré-verão 2010
Hoje é Dia de São Valentim, um santo cujo existência é colocada em xeque e uma data em que sutileza não é exatamente o forte.
As pessoas se derretem em mensagem clichês e declarações. Mas não sejamos tão cínicas. Nunca há desculpas demais quando se trata de namorar. O melhor a fazer é aproveitar a bênção do santo, falso ou não, e evitar transformar o look num clichê de sedução.
Philip Lim dá uma ideia ótima de como não entregar os pontos à moda "rapariga fácil" (estou sob forte influência de Beatriz, por Balzac).
Uma camiseta mescla, um paletozinho para usar no restô e uma saia cuja modelagem promete coisas que até São Valentim duvida!
Hoje é Dia de São Valentim, um santo cujo existência é colocada em xeque e uma data em que sutileza não é exatamente o forte.
As pessoas se derretem em mensagem clichês e declarações. Mas não sejamos tão cínicas. Nunca há desculpas demais quando se trata de namorar. O melhor a fazer é aproveitar a bênção do santo, falso ou não, e evitar transformar o look num clichê de sedução.
Philip Lim dá uma ideia ótima de como não entregar os pontos à moda "rapariga fácil" (estou sob forte influência de Beatriz, por Balzac).
Uma camiseta mescla, um paletozinho para usar no restô e uma saia cuja modelagem promete coisas que até São Valentim duvida!
sábado, 13 de fevereiro de 2010
FANTASCHIC a cor sobre os cinzas
Sarah Mower sobre McQueen
Veja no style.com as palavras de Alexander McQueen para a fashion features writer da Vogue inglesa.
Ali ele confirma a melancoia típicas do românticos:
On the psychology behind his work:
“There is something sinister, something quite biographical about what I do—but that part is for me. It’s my personal business. I think there is a lot of romance, melancholy. There’s a sadness to it, but there’s romance in sadness. I suppose I am a very melancholy person.”
Ali ele confirma a melancoia típicas do românticos:
On the psychology behind his work:
“There is something sinister, something quite biographical about what I do—but that part is for me. It’s my personal business. I think there is a lot of romance, melancholy. There’s a sadness to it, but there’s romance in sadness. I suppose I am a very melancholy person.”
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
McQueen, recorde de vendas
A morte de McQueen, como era de se esperar, fez com que as pessoas corressem para as lojas em busca de itens da coleção.
Itens de colecionador, eu diria.
No net-à-porter, no outnet e no farfetch ainda há peças para se arrematar.
Itens de colecionador, eu diria.
No net-à-porter, no outnet e no farfetch ainda há peças para se arrematar.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Alexander, o grande
Todos ficamos chocados _ há poucas coisas tão perturbadoras para o ser humano quanto o suicídio.
Mas Alexander McQueen _ um dos raros e talvez o último dos românticos na moda _ parece ter escolhido um ponto final eloquente para sua trajetória e visão de mundo. Uma espécie de Werther do século 21. Há um senso de fatalidade em ser romântico porque os românticos não procuram refúgio do presente. Há um senso de fatalidade na moda de McQueen. Há fatalidade na sua morte.
Como todo herói romântico, McQueen tinha um desconforto com o hoje. A vida não é fácil, o mundo não é bonito, o pacote não é para polianas.
Um jeito de (não) lidar com a realidade é responder à moda Dior, New Look - escapar para um planeta particular onde tudo é belo e não há dramas, se refugiar num lugar fictício e feliz onde só existe beleza e beleza doce, gentil e feminina.
É uma das funções da moda, aliás, já bem notada por Charles Baudelaire, um dos primeiros a creditar função cultural às roupas e não perdoar nostalgia em ninguém. Roupas não só têm de falar do hoje, mas "a moda deve ser considerada, pois, como um sintoma do gosto pelo ideal que flutua no cérebro humano acima de tudo o que a vida natural nele acumula de grosseiro, terrestre e imundo, como uma deformação sublime da natureza, ou melhor, como tentativa permanente e sucessiva de correção da natureza."
Escapar, na moda (e na vida?), não é necessariamente pior nem mais covarde. É humano acreditar que no passado ou numa terra distante tudo é melhor.
McQueen experimentou esses escapes (Japão - quimono, Brasil - cores, Rússia - czares, anos 50 - loiras gélidas de Hitchcock). O verão 2007, por exemplo, é um revival da Inglaterra edwardiana. Mas, quando se coloca McQueen entre os grandes de hoje (MJ, Galliano), foram poucas as viagens no tempo, a cara fin de siècle do fim do século 20, começo do 21.
Em grande parte das coleções, McQueen não teve medo do feio, do grotesco, do perturbador. Seus desfiles-espetáculo deixavam isso claro, dos temas sombrios (bruxas de Salém, estupro, carrosel macabro, hospícios, a dança interminável do desfile inspirado no filme They Shoot Horses, Don't They?, de Sydney Pollack, sobre a era da depressão na América Roosevelt) aos jogos de cena que transformaram sua passarela num dos programas mais concorridos para a plateia da moda.
A resposta _ muitas vezes descrita como "agressiva", "punk", "iconoclasta", "anticonformista" _ vinha em forma de couro-fetiche, a alfaiataria aprendida em Savile Row (que produziu os melhores tailleurs desde a era de ouro da dupla), a influência dos uniformes militares, o preto. Era a beleza extraída direto do drama e do pessimismo ou, como diz Baudelaire, o seu jeito de corrigir as deformações da natureza.
Como todo bom romântico, McQueen tinha também esperança _ e os vestidos de chiffon, a silhueta ampulheta, a renda, o maxibalonê, o bordado, as estampas, os pássaros, as plumas atestam um otimismo. Não a esperança dos tolos, mas aquela que espera, no fundo, ser desiludida no fim. Era o seu lado mais complexo e mais poético, capaz de produzir cenas memoráveis, como a projeção holográfica de Kate Moss no fim do inverno 2006 (a mesma dos tartãs, uma referência a suas origens escocesas).
Todos esse elementos apareceram nas coleções de McQueen nos seus 15 anos de carreira, desde a formatura no Central St. Martins, 100% comprada pela editora Isabella Blow (sua musa para o verão 2008).
Fiel a seu vocabulário, sem compactuar com nada, McQueen deu uma aula sobre o que é ser um estilista. As características da sua moda (o preto, os vestido, etc, etc...) (a)pareceram sempre novos a cada coleção. Às vezes mais, às vezes menos, McQueen soube usá-lo a cada temporada para reescrever histórias diferentes. Nos últimos cinco anos, de forma infinitamente mais sofisticada do que no começo dos anos 2000.
A beleza é que McQueen, de fato, não se conformou. Não comprometeu sua visão de mundo e sua maneira de representá-la em forma de roupa em nome das tendências ou do mercado (não custa lembrar que, em 15 anos de carreira, só no último ano e meio a marca saiu do vermelho para o azul). Como um genuíno romântico, há uma melancolia quase cínica _ que nada mais é do que um wake up call _ nas suas coleções. O inverno 2009, uma espécie de Dior cruza Chanel, McQueen traduz em roupas impecáveis e altamente desejáveis para qualquer closet em sintonia com o hoje o desencanto com uma moda que só faz insistir na reprodução dos best sellers do século 20. Qual o novo caminho?
Na última coleção, o verão 2010, apresentado em 6 de outubro de 2009, em Paris, McQueen volta ao assunto da ação deletéria do homem e da industrialização sobre a natureza, explorado no verão anterior. Desta vez, McQueen mostra que voltaremos do cataclisma como habitantes de uma espécie de Atlântida, meio humanos, meio répteis. As formas eram arredondadas como as de peixe, os minivestidos foram estampados digitalmente e o plano era o de exibir o desfile pela internet ao vivo _ abortado por excesso de audiência causado pelo twitter de Lady Gaga, que convidou os mais de 1 milhão de seguidores a assistir a première do seu single na passarela. Era a tecnologia a serviço da moda _ e do homem _ jamais, como bom romântico, o contrário. A última coleção de um estilista inconformado e ao mesmo comprometido com o presente.
Por fim, uma das explicações sobre a motivação para o inverno 2008. Romantismo puro:
"Tenho um olmo de 600 anos no meu jardim e então inventei a história de uma menina que vive dentro dele e sai da escuridão para encontrar um príncipe e virar uma rainha", disse.
No twitter, no domingo 7, McQueen resumiu em 140 caracteres que precisava se recompor (sunday evening been a f****** awful week but my friends have been great but now i have to some how pull myself together...).
Românticos não pretendem conseguir.
(eu gostaria muito de saber que cara tem o inverno 2010, que seria desfilado em duas semanas. e acho justo que a marca pare de existir)
O que fica é o pedido para que a moda e o mundo se conectem com o presente e sejam mais humanos. Meus favoritos:
Alexander McQueen na última aparição na passarela, verão 2010
Resort 2010: vestido de renda com silhueta ampulheta é uma especialidade da casa
Resort 2010: nas pré-coleções, McQueen atinge o ponto perfeito entre seu desejo de moda e a exigência comercial. O cotidiano, com McQueen, nunca é banal
Inverno 2009: a desilusão com a moda atual, que se esconde nos best sellers de outros tempos em busca de sucesso de vendas, mas precisa se libertar em busca de outros caminhos
Verão 2009: coleção animal, com um McQueen otimista-cínico em grand finale
Inverno 2008: uma viagem étnica e czarista
Verão 2008: quimono ombré na homenagem à Isabella Blow
Verão 2007: superbalonê e transparência velada da coleção edwardiana
Inverno 2006: projeção holográfica de Kate Moss é um dos marcos da tecnologia digital a favor do desfile-espetáculo
Verão 2006: camiseta-panfleto em apoio à amiga Kate Moss, capa de revistas sensacionalistas cheirando cocaína
Inverno 2005: musas de Hitchcock
Inverno 2004: alfaiataria inconformada com as regras
Verão 2004: dance até cair, uma das apresentações mais melancólicas e poéticas, inspirada no filme de Pollack
Inverno 2003: viagem nômade a um espaço desolador
Verão 2003: as araras brasileiras
Inverno 2003: alfaiataria e renda, os dois lados da personalidade de McQueen
Verão 2001: pássaros, um tema recorrente para quem conhece e quer escapar da loucura do cotidiano
Mas Alexander McQueen _ um dos raros e talvez o último dos românticos na moda _ parece ter escolhido um ponto final eloquente para sua trajetória e visão de mundo. Uma espécie de Werther do século 21. Há um senso de fatalidade em ser romântico porque os românticos não procuram refúgio do presente. Há um senso de fatalidade na moda de McQueen. Há fatalidade na sua morte.
Como todo herói romântico, McQueen tinha um desconforto com o hoje. A vida não é fácil, o mundo não é bonito, o pacote não é para polianas.
Um jeito de (não) lidar com a realidade é responder à moda Dior, New Look - escapar para um planeta particular onde tudo é belo e não há dramas, se refugiar num lugar fictício e feliz onde só existe beleza e beleza doce, gentil e feminina.
É uma das funções da moda, aliás, já bem notada por Charles Baudelaire, um dos primeiros a creditar função cultural às roupas e não perdoar nostalgia em ninguém. Roupas não só têm de falar do hoje, mas "a moda deve ser considerada, pois, como um sintoma do gosto pelo ideal que flutua no cérebro humano acima de tudo o que a vida natural nele acumula de grosseiro, terrestre e imundo, como uma deformação sublime da natureza, ou melhor, como tentativa permanente e sucessiva de correção da natureza."
Escapar, na moda (e na vida?), não é necessariamente pior nem mais covarde. É humano acreditar que no passado ou numa terra distante tudo é melhor.
McQueen experimentou esses escapes (Japão - quimono, Brasil - cores, Rússia - czares, anos 50 - loiras gélidas de Hitchcock). O verão 2007, por exemplo, é um revival da Inglaterra edwardiana. Mas, quando se coloca McQueen entre os grandes de hoje (MJ, Galliano), foram poucas as viagens no tempo, a cara fin de siècle do fim do século 20, começo do 21.
Em grande parte das coleções, McQueen não teve medo do feio, do grotesco, do perturbador. Seus desfiles-espetáculo deixavam isso claro, dos temas sombrios (bruxas de Salém, estupro, carrosel macabro, hospícios, a dança interminável do desfile inspirado no filme They Shoot Horses, Don't They?, de Sydney Pollack, sobre a era da depressão na América Roosevelt) aos jogos de cena que transformaram sua passarela num dos programas mais concorridos para a plateia da moda.
A resposta _ muitas vezes descrita como "agressiva", "punk", "iconoclasta", "anticonformista" _ vinha em forma de couro-fetiche, a alfaiataria aprendida em Savile Row (que produziu os melhores tailleurs desde a era de ouro da dupla), a influência dos uniformes militares, o preto. Era a beleza extraída direto do drama e do pessimismo ou, como diz Baudelaire, o seu jeito de corrigir as deformações da natureza.
Como todo bom romântico, McQueen tinha também esperança _ e os vestidos de chiffon, a silhueta ampulheta, a renda, o maxibalonê, o bordado, as estampas, os pássaros, as plumas atestam um otimismo. Não a esperança dos tolos, mas aquela que espera, no fundo, ser desiludida no fim. Era o seu lado mais complexo e mais poético, capaz de produzir cenas memoráveis, como a projeção holográfica de Kate Moss no fim do inverno 2006 (a mesma dos tartãs, uma referência a suas origens escocesas).
Todos esse elementos apareceram nas coleções de McQueen nos seus 15 anos de carreira, desde a formatura no Central St. Martins, 100% comprada pela editora Isabella Blow (sua musa para o verão 2008).
Fiel a seu vocabulário, sem compactuar com nada, McQueen deu uma aula sobre o que é ser um estilista. As características da sua moda (o preto, os vestido, etc, etc...) (a)pareceram sempre novos a cada coleção. Às vezes mais, às vezes menos, McQueen soube usá-lo a cada temporada para reescrever histórias diferentes. Nos últimos cinco anos, de forma infinitamente mais sofisticada do que no começo dos anos 2000.
A beleza é que McQueen, de fato, não se conformou. Não comprometeu sua visão de mundo e sua maneira de representá-la em forma de roupa em nome das tendências ou do mercado (não custa lembrar que, em 15 anos de carreira, só no último ano e meio a marca saiu do vermelho para o azul). Como um genuíno romântico, há uma melancolia quase cínica _ que nada mais é do que um wake up call _ nas suas coleções. O inverno 2009, uma espécie de Dior cruza Chanel, McQueen traduz em roupas impecáveis e altamente desejáveis para qualquer closet em sintonia com o hoje o desencanto com uma moda que só faz insistir na reprodução dos best sellers do século 20. Qual o novo caminho?
Na última coleção, o verão 2010, apresentado em 6 de outubro de 2009, em Paris, McQueen volta ao assunto da ação deletéria do homem e da industrialização sobre a natureza, explorado no verão anterior. Desta vez, McQueen mostra que voltaremos do cataclisma como habitantes de uma espécie de Atlântida, meio humanos, meio répteis. As formas eram arredondadas como as de peixe, os minivestidos foram estampados digitalmente e o plano era o de exibir o desfile pela internet ao vivo _ abortado por excesso de audiência causado pelo twitter de Lady Gaga, que convidou os mais de 1 milhão de seguidores a assistir a première do seu single na passarela. Era a tecnologia a serviço da moda _ e do homem _ jamais, como bom romântico, o contrário. A última coleção de um estilista inconformado e ao mesmo comprometido com o presente.
Por fim, uma das explicações sobre a motivação para o inverno 2008. Romantismo puro:
"Tenho um olmo de 600 anos no meu jardim e então inventei a história de uma menina que vive dentro dele e sai da escuridão para encontrar um príncipe e virar uma rainha", disse.
No twitter, no domingo 7, McQueen resumiu em 140 caracteres que precisava se recompor (sunday evening been a f****** awful week but my friends have been great but now i have to some how pull myself together...).
Românticos não pretendem conseguir.
(eu gostaria muito de saber que cara tem o inverno 2010, que seria desfilado em duas semanas. e acho justo que a marca pare de existir)
O que fica é o pedido para que a moda e o mundo se conectem com o presente e sejam mais humanos. Meus favoritos:
Alexander McQueen na última aparição na passarela, verão 2010
Resort 2010: vestido de renda com silhueta ampulheta é uma especialidade da casa
Resort 2010: nas pré-coleções, McQueen atinge o ponto perfeito entre seu desejo de moda e a exigência comercial. O cotidiano, com McQueen, nunca é banal
Inverno 2009: a desilusão com a moda atual, que se esconde nos best sellers de outros tempos em busca de sucesso de vendas, mas precisa se libertar em busca de outros caminhos
Verão 2009: coleção animal, com um McQueen otimista-cínico em grand finale
Inverno 2008: uma viagem étnica e czarista
Verão 2008: quimono ombré na homenagem à Isabella Blow
Verão 2007: superbalonê e transparência velada da coleção edwardiana
Inverno 2006: projeção holográfica de Kate Moss é um dos marcos da tecnologia digital a favor do desfile-espetáculo
Verão 2006: camiseta-panfleto em apoio à amiga Kate Moss, capa de revistas sensacionalistas cheirando cocaína
Inverno 2005: musas de Hitchcock
Inverno 2004: alfaiataria inconformada com as regras
Verão 2004: dance até cair, uma das apresentações mais melancólicas e poéticas, inspirada no filme de Pollack
Inverno 2003: viagem nômade a um espaço desolador
Verão 2003: as araras brasileiras
Inverno 2003: alfaiataria e renda, os dois lados da personalidade de McQueen
Verão 2001: pássaros, um tema recorrente para quem conhece e quer escapar da loucura do cotidiano
MÁXIMA DO DIA por Charles Baudelaire
"... quase toda originalidade vem da inscrição que o tempo imprime às nossas sensações."
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