terça-feira, 30 de setembro de 2008

NA DÚVIDA look do estilista, Milão, spring 2009

que estilista apareceu com o melhor look na semana de moda de Milão, spring 2009?


Angela Missoni, Missoni


Anna Molinari, Anna Molinari


Clare Waight Keller, Pringle of Scotland


Consuelo Castiglioni, Marni


Cristina Ortiz, Salvatore Ferragamo


Eva Cavalli, Roberto Cavalli


Frida Giannini, Gucci


Luisa Beccaria e Lucilla Bonaccorsi, Luisa Beccaria


Mina Lee, Derercuny


Veronica Etro, Etro

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

COMO SAIR ÀS RUAS COM ESTILO dobradinha do esmalte preto

Querida Sissi,

Tenho um casamento para ir à tarde (17h). Comprei um vestido floral lindo que tem uma rendinha preta na barra. A minha dúvida eterna é que nunca sei quando passar esmalte escuro só na mão, só no pé ou nos dois. Minha sandália é preta, delicada, de cetim... estava querendo passar esmalte preto no pé... Help me?

Kisses,
N.


Querida Srta Realmente N.,

Eu diria escuro só nos pés - onde, inclusive, serão necessários. Passar qualquer outra cor - digamos, vermelho - nessa combinação (renda + cetim + florido) vai trazer uma informação a mais. Vai deixar a mensagem confusa. Too much às vezes é mesmo too much.

O preto vai dar um superacabamento, vai dar peso aos pés e conviver pacificamente com a sandálias e a renda na mesma cor.

Uma misturinha ou um nude/rosé/bege (para ficar com unhas de naturalmente rica ou naturalmente Barbie) é tão óbvio que entedia. E tira o fator moda do look.

Agora, nas mãos a história é outra. Acho melhor pegar leve: primeiro porque é um casamento de dia; segundo, porque preto nos pés + floral + cetim já basta. Eu não passaria NA-DA mesmo nas mãos - pediria um excesso de zelo da manicura com as cutículas, hidrataria bem e envernizaria as unhas. E colocaria um belo anel numa mão. Pulseira noutra.

C'est tout, bisous.
Sissi

NA DÚVIDA look do estilista, Londres, spring 2009


Stella McCartney, Adidas


Alice Temperley, Temperley London


Vivienne Westwood, Red Label


Wakako Kishimoto, Eley Kishimoto

MÁXIMA DO DIA por Miuccia Prada

Miuccia Prada had a sound bite for her Spring collection. "It's primitive," she said, "going back to what counts." And what counts most in a back-to-basics time, when most of us will need truly visceral temptation to get us out and shopping? Why, glamour and eroticism, of course.

back to basics, de novo

no style.com, de novo: comentários dos desfiles precisam ser lidos com outros olhos...

MÁXIMA DO DIA por Tomas Maier

"It's not a time to be ostentatious with clothes," said Tomas Maier backstage at Bottega Veneta, fingering an artfully faded-out floral-sprigged print on a tea-stained cotton shirtdress. "And it's not about seasonal dressing anymore—that's gone. People like clothes they can collect and wear for years."

Leia em back to basics

No style.com

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

MÁXIMA DO DIA por Tommaso Aquilano & Roberto Rimondi, da Gianfranco Ferré

" 'Rigido et Morbido' - hard and soft," said Rimondi, while Aquilano added that "it is important for a woman to have two sides to her image - front and back."

para Suzy Menkes no IHT.

Parece banal, mas com a obsessão de chegar e causar - e um olhar doutrinado pelo desfiles/fotógrafos a só olhar a roupa de frente - as mulheres se esquecem que somos tridimensionais! Minha mãe já dizia: olhe-se de frente e de costas no espelho.

Maxiresumo de Londres, spring 2009

O que foi fresco, fresco:
- lady-cyber-punk
- laranja
- volume
- onças coloridas

A SEMANA COM Raquel Davidowicz - dia 6

Enquanto Roberto foi a Tóquio a negócios, Raquel Davidowicz ficou em SP bolando o próximo inverno da marca do casal, a UMA.



Loja da UMA, 20h
Raquel Davidowicz, estilista

Usa: Jeans? UMA. Camiseta? UMA. Casaco? GAP. Bolsa? UMA. Sapatos? Comme des Garçons. Relógio? Cartier. Anel? UMA.
Qual a melhor idéia do look? Um bom jeans para um dia de muito trabalho, ótimo com esses sapatos que comprei no Japão e adorei!

Linha do tempo da joalheria

Valor nunca é algo absoluto - é cultural e muda com o tempo e com o espaço. Veja o caso das jóias. As modas que reinaram pelos séculos dizem muito sobre as civilizações. A saber, do presente para o passado (ajuda você a pautar sua compra com outros olhos):

Hoje... Desde os anos 1960, os valores convencionais da jóia têm sido colocados em cheque. Novas tecnologias e materiais não-preciosos (papel, plástico, borracha) desafiam a idéia de status tradicionalmente ligada à jóia. Jóia se transformou em arte usável. E as mudanças continuam.


Bracelete, Kazumi Nagano, 2006, Japão: ouro, prata e Nylon.

Do Art Déco aos anos 1950... Mesmo espremida entre ciclos de depressão econômica e guerra, a joalheria de 1920 a 1950 manteve a inovação e o glamour (talvez por isso mesmo...). Formas geométricas celebravam a era da máquina e conviviam com a inspiração oriental. Alta concentração de pedras preciosas é uma das características das peças do período. E o retorno do ouro em 1933. Artistas e designers de outras áreas se envolveram com a joalheria, num ensaio do que viria a ser um dos caminhos da jóia contemporânea.


Broche, Ramond Templier, 1934, França: ouro, prata, lápis-lázuli e vrido azul.

Durante o Art Noveau... Os designers criaram formas sinuosas e orgânicas, ade alta voltagem erótica (diferentemente das peças botânicas de antes), se distanciaram das pedras preciosas clássicas e enfatisaram o efeito sutil do vidro, esmalte e chifre. Simultaneamente o movimento Garland Style reinterpretava pe;as de diamante dos séculos 18 e começo do 19.


Tiara de chifre, vidro, opala e ouro esmaltado, René Jules Lalique, Paris, 1903: Lalique levao crédito de ter introduzido o chifre na joalheria. Suas peças não focam no valor do material, mas no efeito estético que ele é capaz de produzir.

Durante o movimento Arts&Crafts... O século 19 virou o mundo de cabeça para baixo e, nas últimas décadas, era natural que o mundo industrializado causasse desconforto. Esse desconforto se expressa na joalheria pela rejeição do maquinário na produção. O movimento Arts&Crafts rejeitava pedras grandes e facetadas. Preferia cabochons. Trocou a repetição e regularidade das aramções por designs figurativos e curvos.


Colar de prata, ouro, pérolas, diamantes, granada, 1901, desehado por C. R. Ashbee e feito por Guild of handicraft, Londres: Ashbee foi um dos primeiros desginers do movimento. Ele estabeleceu a visão de que o valor da joalhria morava no design e na manufatura - não nos materiais caros.


No século 19... Nas primeiras décadas, o foco era nas jóias da antigüidade - um interesse renovado pelas escavações arqueológicas. Jóias naturalistas, com flores e frutas reconhecíveis, ficaram populares graças ã influência de poetas românticos como Wordsworth. A partir de 1850, as peças ficam mais extravagantes.


Bracelete, provavelment feito por Charles Riffault para Frederic Boucheron, Paris, cerca de 1875: ouro com esmalte plique-à-jour, pérolas e diamantes: Riffault reavivou o cloisonné, arte de esmaltar.

No século 18... Os diamantes brilham como nunca - e são incrustrados na prata para valorizar a cor.


Fivela de prata, esmalte e vidro verde e vermelho, Chipre.


No século 17...
A moda muda a joalheria. Roupas escuras pedem ouro. Tecidos de tom pastel pedem gemas coloridas e pérolas. O comércio entre países aumenta a oferta de pedras preciosas. E a melhora da técnica de lapidação deixa as pedras ainda mais reluzentes. Laços e temas botânicos são os preferidos.


Colar, Europa Ocidental: laço de 1660; corrente e pingente da virada do século 18 para o 19: ouro, esmalte, pérola e pingente de safira. Herança de Lady Laura Alma-Tadema.

Na Renascença... Esplendor é a palavra chave. O esmalte fica mais colorido. Técnicas de lapidação aumentam o brilho das pedras. Muitas peças têm temas religiosos e também falam de poder político. O interesse pela Antigüidade traz de volta o jeito clássico de incrustrar a pedra e as figuras mitológicas para as peças.


Pingente (frente e verso), provavelmente de alguma colônia espanhola na América do Sul, começo do século 17, de ouro esmaltado, cabochon de esmeraldas, rubis e pérolas: paixão por animais e pássaros na joalheria

Na Idade Média... Entre 1200 e 1500, as jóias passam a ser um atestado de status e hierarquia. Realeza e nobreza usavam ouro, prata e pedras preciosas. Menos favorecidos na pirâmide social, cobre e estanho. Cor - das pedras ou do esmalte - era valorizadíssimo. Até o século 14, as pedras eram polidas e não lapidadas.


Anel de ouro e safiras roxas e azuis, Europa Ocidental, 1200-1300

Na Antigüidade... Saem as ornamentos pré-históricos, feitos de concha, pedra e osso. Entram as peças de ouro, um material raro e valioso, agora que a técnica de trabalhar com o metal é dominada por celtas, gregos, troianos... As peças que chegaram aos nossos dias vêm dos túmulos - as jóias de ouro eram enterradas com seus donos.


Pingente de ouro e vidro (frente e verso), possivelmente da Umbria ou Fenícia, 600 aC-500 aC.

(peças e info do Victoria&Albert Museum)

domingo, 21 de setembro de 2008

AQUI TEM jóias à la Calder


Colar de Calder.


Na barra ao lado você vai ver que o Met prepara uma expo sobre as jóias de Calder. Por coincidência, olhava o novo catálogo da Flor, marca da Juliana Fregonesi, e vi um bracelete e um colar que remetem ao trabalho de Calder - veja a imagem do meu livro, Calder Jewelry. É um jeito de ter algo que se aproxima ao espírito do artista.



Colares, Flor, verão 2009


Bracelete, Flor, verão 2009


Flor, aqui.

NA DÚVIDA a votacão continua...

aqui!

(engraçado como depois de Marc Jacobs vem Carolina Herrera. Não poderiam ser dois universos mais opostos...)

A TEORIA dos dominatrix shoes


Fotos de André Zucca


Gianfranco Ferré, spring 2009: olha só o salto da sandália se não é idêntico ao de 1940s - o mesmo que Marc Jacobs resgatou há umas quatro coleções na Louis Vuitton?

Há muitos meses, minha irmã me mandou essas fotos de um expo polêmica em Paris: a cidade luz durante a ocupação nazista.

Incomoda porque são cenas do cotidiano. As mulheres bem vestidas, com jóias, se maquiando - a moda como sentido de alienação ou de futilidade. Não há nada, a não ser algumas fotos coloridas entre as 270 exibidas de soldados alemães desfilando pela Rue de Rivoli, que indique sofrimento. Ou a Guerra 2.

Eu resgatei duas matérias sobre o tema da expo/da ocupação. O período é um tabu na França. Quem estuda WW2 sabe que hoje, entre os franceses, ninguém era colaboracionista.

A primeira, publicada pelo International Herald Tribune, fala da expo em si e da polêmica das fotos de André Zucca, feitas para uma revista de propaganda nazi, a Signal.

A segunda, do Sunday Times, aponta para um livro que trata das mulheres - e do comportamento erótico - na época. “It is a taboo subject, a story nobody wants to hear,” said Patrick Buisson, author of 1940-1945 Années Erotiques (“erotic years”). “It may hurt our national pride, but the reality is that people adapted to occupation.”

O que me causa admiração são os sapatos. Ou o peso eles. Sei das invencionices de Salvatore Ferragamo (salto de cortiça, sandália invisível - com fios de nylon) por falta de material clássico para a confecção dos pisantes. Mas esses dois exemplares poderiam estar em qualquer das passarelas das últimas temporadas em que statement shoes vêm pisoteando as maxi ou IT bags.

Ontem, lendo a Bazaar USA de setembro 2008, encontrei um trecho que poderia be servir para explicar os sapatos pesados dos anos 1940.

"Shoes have become the key to the new looks as a way of grounding fluidity or giving lift to the sober tailoring." (fluidez e alfaiataria austera em sendo as modas da década de 1940 tbm)


Louis Vuitton, fall 2008


Marni, fall 2008


Prada, fall 2008

Como hoje, os sapatos aterram nossos pés no chão, dão a sensação de controle, presença e poder em tempos difíceis. Também dão poder erótico às mulheres, força mesmo. E, ao contrário da alienação, são, junto com outras preocupações estéticas no meio do caos, uma teimosia de sucumbir, um jeito de resistir, um gesto de sobrevivência.

Diz Buisson, autor do livro: “People needed to prove that they were alive. They did so by making love.” Ou usando sapatos pesados. Ou se maquiando. Ou penteando os cabelos à moda zazoo.

Mesmo entre os sobreviventes que reclamaram da premissa de Buisson há reconhecimento do gesto de sobrevivência:

People who lived through the occupation found it insulting to suggest that they spent it in bed. “It makes me really angry,” said Liliane Schroeder, 88, who risked her life as a member of the resistance and has published her own journal of the occupation. “It’s shocking and ridiculous to say life was just a big party,” she told The Sunday Times. “We had much better things to do.”

Schroeder nevertheless described her life as a messenger in the resistance as a “marvellous time” in which “people got on with life even if they weren’t laughing”. Young women were useful to the resistance, she said, because “when a young woman and a man sat in a café it did not look as if they were plotting. They looked like lovers”.

A vida seguiu/segue, diz Liliane Schroeder. E nos melhores sapatos.


No International Herald Tribune
Photo exhibit shows Paris under Nazi occupation, minus the misery
By Meg Bortin
Friday, April 25, 2008

PARIS: April in Paris. Nazis in uniform. Holiday tables under the trees.

That something is wrong with the old refrain has not escaped the notice of the crowds flocking this April - with chestnut trees in blossom at last - to a photo exhibition so controversial that the Paris mayor's top aide for cultural affairs publicly urged him to shut it down.

The exhibition, "The Parisians Under the Occupation," puts on view 270 color photographs of daily life in the French capital during World War II. These photos have never been displayed before, giving visitors a rare opportunity to see images of Paris during the 1940-44 Nazi occupation.

The fact that the photographer, André Zucca, shot the pictures while working for Signal, a Nazi propaganda magazine, is not the main source of the dispute. Rather, it is that the pictures went up with no historical information to put them in context - as though all Parisians enjoyed days in the park and promenades down broad leafy avenues, when in fact thousands, mainly Jews, were being deported to Nazi extermination camps.

The images on display are indeed striking: Three smiling young women in white-rimmed sunglasses pose in the Luxembourg Gardens in May 1942; well-dressed couples relax at outdoor café tables at Fouquets, on the Champs-Elysées, as two uniformed German officers stroll by; an elegant woman in fur and jewels shares luscious-looking cherries with a well-heeled man on a park bench, their baby beside them in a pram.

The captions, however, give little more than the place and date, if that.

Controversy about the exhibit began building shortly after it went up in mid-March at an annex to the Paris Historical Library, in the Marais district, and escalated sharply last weekend, when Mayor Bertrand Delanoë's chief aide for culture, Christophe Girard, told Le Journal du Dimanche, a leading Sunday newspaper, that when he first saw the display it made him want to vomit.

Girard ordered posters around Paris advertising the exhibition to be taken down, while Delanoë - no stranger to controversy - went into damage control. He acknowledged at a media lunch that the way the exhibition had been organized left plenty to be desired but said it would stay up, declaring that he did not wish to add "a wrong" - censorship - to the errors already committed. He added that debates about the photos would be organized.

Even before Delanoë spoke out, organizers of the exhibition began making small changes after complaints from historians, visitors and groups like the French Human Rights League. On April 2, a panel headlined "Warning" went up, and a few days later leaflets reprinting the warning began being handed to visitors as they entered.

The leaflet describes the photos as exceptional: "The only color pictures taken in occupied Paris by a French photographer" who was not only accredited but also used German Agfacolor film - "almost impossible to get hold of at the time."

It adds: "What André Zucca portrays for us is a casual, even carefree Paris. He has opted for a vision that does not show - or hardly shows - the reality of occupation and its tragic aspects: waiting lines in front of food shops, rounding up of Jews, posters announcing executions."

Colombe Brossel, Delanoë's chief aide for patrimony, said in a telephone interview Friday that captions going up next week would improve on ones like, "Keeping Up With Fashion," the current bright description of the three bespectacled young women in the Luxembourg Gardens in 1942.

Visitors on a recent day pressed into the basement exhibition space as soon as the doors opened. Some were curious to see how familiar spots in Paris had looked during the war: the big Marignan cinema on the Champs-Elysées renamed as the Soldatenkino (Soldiers' Cinema); the flower beds of the Luxembourg Gardens planted with onions and radishes; a man on a tandem "taxi" waiting near the Madeleine church.

Zucca also photographed scenes that made it clear there was a war on: helmeted Nazis marching though Paris, a car festooned with the American, British and Soviet flags during the Liberation. But most show ordinary people: a blonde woman bicycling on a sunny Sunday; a street acrobat; travelers leaving a railway station.

"You can't really feel that it's the Occupation," said Serge Thilloux, 70, who was visiting from Le Mans. "You have the impression that people can walk about freely, while today there are plaques around Paris indicating where this or that person was shot." He said photos showing the darker reality of Paris in the war years should have been included.

Robert Schenker, 66, was visiting from Zurich. "It shows how frighteningly normal life was," he said. "With the exception of the Germans in uniform, you can hardly see any difference from daily life now."

Jean-Pierre Azéma, a historian who has written about Zucca, told the newspaper Le Monde that, among other problems, the exhibition had the wrong title. It "should have been 'Some' Parisians Under the Occupation," he said, "and not 'The' Parisians."

mais duas, de curiosidade:


Keeping up with fashion, nos jardins de Luxemburgo, 1942: o título da foto causou enjôo.



No Sunday Times
May 25, 2008
Paris during Nazi occupation was ‘one big romp’
Matthew Campbell in Paris

A new book which suggests that the German occupation of France encouraged the sexual liberation of women has shocked a country still struggling to come to terms with its troubled history of collaboration with the Nazis.

Like a recent photographic exhibition showing Parisians enjoying themselves under the occupation, the book’s depiction of life in Paris as one big party is at odds with the collective memory of hunger, resistance and fear.

“It is a taboo subject, a story nobody wants to hear,” said Patrick Buisson, author of 1940-1945 Années Erotiques (“erotic years”). “It may hurt our national pride, but the reality is that people adapted to occupation.”


Many might prefer to forget but, with their husbands in prison camps, numerous women slept not only with German soldiers – the young “blond barbarians” were particularly attractive to French women, says Buisson – but also conducted affairs with anyone else who could help them through financially difficult times: “They gave way to the advances of the boss, to the tradesman they owed money to, their neighbour. In times of rationing, the body is the only renewable, inexhaustible currency.”

Cold winters, when coal was in short supply, and a curfew from 11pm to 5am also encouraged sexual activity, says Buisson, with the result that the birth rate shot up in 1942 even though 2m men were locked up in the camps.

The book has stirred painful memories. One French reviewer called it “impertinent” and another accused Buisson of telling only part of the story by focusing on the “beneath the belt” history of the occupation. Le Monde, the bible of the French intellectual elite, chided the author, who is the director of French television’s History Channel, for painting life under the occupation as a “gigantic orgy”.

People who lived through the occupation found it insulting to suggest that they spent it in bed. “It makes me really angry,” said Liliane Schroeder, 88, who risked her life as a member of the resistance and has published her own journal of the occupation. “It’s shocking and ridiculous to say life was just a big party,” she told The Sunday Times. “We had much better things to do.”


Schroeder nevertheless described her life as a messenger in the resistance as a “marvellous time” in which “people got on with life even if they weren’t laughing”. Young women were useful to the resistance, she said, because “when a young woman and a man sat in a café it did not look as if they were plotting. They looked like lovers”.


French sensitivities about the country’s wartime record were demonstrated last month when an exhibition of photographs depicting Parisians enjoying life under the Nazis included a notice explaining that the pictures avoided the “reality of occupation and its tragic aspects”. The photographs showed well-dressed citizens shopping on the boulevards or strolling in the parks. People crowded into nightclubs. Women in bikinis swam in a pool.

Buisson dedicates a chapter in his book to cinemas, which he describes as hotbeds of erotic activity, particularly when it was cold outside. “At a few francs they were cheaper than a hotel room,” he writes, “and, offering the double cover of darkness and anonymity, propitious for all sorts of outpourings.”

The French even had sex in the catacombs, the underground ossuary and warren of subterranean tunnels in Paris: war, Buisson argues, acted as an aphrodisiac, stimulating “the survival instinct”. He said in an interview: “People needed to prove that they were alive. They did so by making love.”

It has been claimed that prostitutes staged the first rebellion against the Nazis by refusing to service the invaders but Buisson called this a myth. The Germans, he claimed, were welcomed into the city’s best brothels, a third of which were reserved for officers. Another 100,000 women in Paris became “occasional prostitutes”, he said.

Elsewhere, members of the artistic elite drowned their sorrows in debauchery. Simone de Beauvoir, the writer, and Jean-Paul Sartre, the philosopher, were devotees of allnight parties fuelled by alcohol and lust.

“It was only in the course of those nights that I discovered the true meaning of the word party,” was how de Beauvoir put it. Sartre was no less enthusiastic: “Never were we as free as under the German occupation.”

De Beauvoir wrote about the “quite spontaneous friendliness” of the conquerors: she was as fascinated as any by the German “cult of the body” and their penchant for exercising in nothing but gym shorts.

“In the summer of 1940,” wrote Buisson, “France was transformed into one big naturist camp. The Germans seemed to have gathered on French territory only to celebrate an impressive festival of gymnastics.” The author said he did not want to make light of a tragic part of French history, but there was a need to correct the “mythical” image of the occupation. “In this horrible period, life continued,” he said.

“It is disturbing to know that while the Jews were being deported, the French were making love. But that is the truth.”

Now Buisson is at work on a sequel, about how women were punished for sleeping with the enemy. The provisional title is Revenge of the Males.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

BELEZA PURA pretinhos básicos + vestido jóia


Keira Knightley, première de The Duchess, 10set

Zero jóias, zero tudo. Só um vestido alta costura Chanel, fall 2008, de cetim de seda bordado nos ombros e uma bela maquiagem.

Bacanérrimo o retorno do bordado como jóia, um recurso bastante usado no começo do século passado e extinto nos anos 1990. Muda o pretinho básico e não requer muita coisa além de um belo rosto bem acabado com make.

Kate Lee, a maquiadora de Keira para a première, focou justamente nos bordados dos ombros para desenhar os olhos. "Quando vi o detalhe diamanté, achei que era perfeito para usar as sombras (CHANEL Quadra Eye Shadow in Smoky Eye)."

Dica de Kate: comece com uma linha bem fina de delineador (CHANEL Professional Eyeliner Duo in Noir-Lamé) bem perto dos cílios. Nas pálpebras, use sombra bege rosada (CHANEL Highlighter Face Pen in Beige Rosé). Nos cílios inferiores, use um lápis preto (CHANEL Intense Eye Pencil in Noir) esfumado com um pincel pequeno. Depois, use a sombra negra para definir a linha dos cílios superiores. Para finalizar, muita máscara (Exceptionnel de CHANEL Mascara in Smoky Noir) negra.


(foto: courtesy of Chanel)

LONGA VIDA jaqueta Sgt. Peppers

Chris Benz é um dos nomes 'novos' da semana de moda de NY. Isso quer dizer que ele entrou para a cena comercial, para o mercadão. Eu tenho prestado muita atenção nele porque ele domina uma coisa dificilérrima na moda - a mistura de cores. É dom de berço. Você pode até vir a aprender uma certa técnica, mas ir além é coisa para quem tem o talento na programação dnasística.

Pós-prefácio, ao que interessa: existem peças e peças. A saber, aquelas em que a gente investe pouco para queimar numa estação; aquelas em que se investe para queimar uma vida inteira.

E usar uma vida não quer dizer usar do mesmo jeito, como se o look fosse um carimbo.

Tudo na vida é imaginação. E, para uma peça longa vida, há sempre um novo jeito de style a cada temporada.

Na estréia dessa seçãozinha, faço uma homenagem à minha amiga LouLou, que, uma pena, não nasceu no fins dos anos 1940 para ser mocinha e groupie dos Beatles nos 1960s.

Ela passou agora por Londres e fez a fotinho cruzando a Abbey Road (não resistiu, né?). E tem uma jaqueta à moda Sgt. Peppers. Na real, uma jaqueta militar do século 18.

É um superinvestimento. Para vestir a vida toda, há séculos!

E, na próxima estação, desse jeito:


Chris Benz, spring 2009, NY

Fofa no lugar do paletó, sobre blusa extrafem. Dá até para trabalhar. A LouLou não vai assim nem pensar - é viciada em pantalonas e Converse. Mas você pode. E moi aussi! A minha já vai sair com sandália de salto assim que a temp aliviar os calafrios.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

COMO SAIR ÀS RUAS COM ESTILO acerto de compras


Foto de Richard Avedon para Harper's Bazaar, anos 1950, em exposição até o dia 27 de setembro no Jeu de Paume (1 Place de la Concorde, Paris): você pode pular com essa classe e essa felicidade se fizer as pazes com o shopping.

Você já leu as manchetes do dia? Bancos vão se juntar para uma ação coordenada contra a crise... Esses tempos - justo agora na hora de abastecer o closet para o verão - não estão para erro na hora de comprar. Estão mais para acerto de compras. Investir só no que você vai de fato usar e jamais sucumbir ao faniquito da compra por impulso.

Antes de entregar o cartão de crédito por aí, leia esse manual de prevenção da tragédia do shopping (os exemplos são dramáticos e caricaturais, but you get the picture).

Enfim, os maiores erros de estilo, adivinhe?, são cometidos nesse momento crucial da vida: você baixando as araras atrás de uma peça. Não use seu cartão de crédito em vão. Faça dele seu melhor amigo.

As síndromes e seus remédios:

1. COMPRA CHAPADA: alguma sinapse errada acontece e você arremata um par de luvas lamê dourado. Talvez você tenha exagerado no Campari Splash na noite anterior e se imaginou com uma taça na mão enluvada à moda de Gilda. O torpor passa, mas a sacola fica. E o conteúdo não tem nada a ver com você. Que fazer?
Remédio: Se você recobrar os sentidos em tempo, corra para a loja e tente a troca - solução mais óbvia. Mas é comum a fantasia-Gilda demorar para passar. Das duas, uma: ou você revende para um brechó ou repassa para uma amiga que segura as luvas no look.

2. COMPRA DO HEMISFÉRIO NORTE: se você vive do lado de baixo do Equador - e só vai no inverno para o lado de cima se for esquiar -, por que investir no 25* mantô? Mesmo quem mora no Região Sul não precisa acumular zilhões de peças térmicas. Páre de se imaginar numa cena de comédia romântica sob a neve de Estocolmo. E sintonize seu termômetro na temperatura do seu CEP.
Remédio: Liberte-se da lenda de que o inverno é a estação mais chic do planeta, especialmente num planeta cujas temperaturas não param de subir. Pare de acreditar que todo mundo parece mais chic no inverno. Isso é pensamento tupiniquim, deslumbramento com o alheio. Verão pode ser chiquérrimo também - desde que você invista na arte de se vestir bem na altas temperaturas. Concentre seus esforços e investimentos em tornar a paisagem tropical ainda mais bonita.

3. COMPRA DO ESPELHO TURVO: você é um bom tamanho M e insiste em comprar o P ou o G, de acordo com o estoque disponível daquela peça. Ou você acredita na palavra de uma certa vendedora que jura que você não parece um fiambre numa calça visivelmente pequena para seu tamanho. Ou tem uma imagem tão distorcida do corpo que acha que tem que esconder as curvas com um suéter que cabe no King Kong.
Remédio: saia da sala de espelhos mágicos e se concentre no reflexo real da sua imagem. Se você se acostumou a pensar que é um tamanho 48, entre no provador e veja o efeito da peça 38 no seu corpo. E não escute vendedoras ou amigas com coração grande, que preferem 1) vender a peça e 2) contar uma mentirinha branca para deixar você feliz com a saia-lápis 34!

4. COMPRA DO TÚNEL DO TEMPO: Você tem 40 e, mesmo que tenha as pernas de Sharon Stone, acha que tudo bem usar uma microssaia de babados pink - por sinal bem parecida com aquela que você usou aos 12 anos. Ou você tem corpo de 20, alma de 60 e closet de 80? Fato é que não consegue simplesmente ser uma pessoa de 30 com cabeça de 30 num corpo de 30. Mon dieu!
Remédio:
faça as pazes com o relógio biológico e respeite as regras do jogo da moda para sua idade. Ou você tem planos de se tornar aquela mulher que, de costas, com o corpo malhado, cabelos longos cacheados, vestido curto e justo, é uma uva; de frente, parece uma passa! (queridas, a gente só promete o que pode cumprir).

5. COMPRA DO ECO: Mais um escarpim de bico fino? Mais um suéter de gola V preto? Mais uma skinny cinza? Quantas irmãs gêmeas você tem?
Remédio: é muito confortável fazer compras no piloto automático. Você sabe o que funciona, pega na prateleira e vai direto ao caixa - sem pit stop no provador. Ok quando se trata de repor uma peça clássica do closet, mas não ok quando isso vira o seu shopping operandi. É como comer feijão-com-arroz todo dia. Você nunca vai variar o cardápio? Comece já e saia do mesmo, da zona do tédio visual.

6. COMPRA DO RG TROCADO: Manolos iguais aos da sua melhor amiga. Colar igual ao da top model na festa do MET. Saia igual a da colega de trabalho. Look total igual ao da Kate Moss. Tudo bem você gostar de uma peça e comprar idêntica, mas quando suas compras se pautam apenas pelo gosto alheio trata-se de um caso "mulher solteira procura".
Remédio: corra para o achados&perdidos atrás da sua identidade. E mesmo que a compra seja igual, expresse sua personalidade própria no jeito de usá-la. Cada um tem o seu...

Remediar é possível, mas a prevenção funciona e serve para todos os casos:

1. Faça uma shopping list,
2. Não saia às compras com fome (de estilo) para não sucumbir à bolachinha de chocolate (vulgo o terceiro escarpim verde-ácido - quem precisa da caloria extra?),
3. Experimente tudo e sempre e,
4. Em caso de emergência, ligue para uma amiga centrada, menos consumista, para ela acalmar você ainda no provador (no meu caso, a Camila, mas eu não sei o que fazer quando ela lançar as jóias Camila Sarpi para Isabella Giobbi na semana que vem. Ah, é bom dizer que a Camila faz seu acerto de compras assim: além das prefs por aqui, "concentro todo o consumismo de um ano em 10 dias em NY, vc ficaria orgulhosa de ver a quantidade de sacolas!! dói o ante-braço, faz aquelas marquinhas vermelhas na pele...").

Enfim, só saia da loja com o necessário e o extraordinário que é demais!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

É NOVO! óculos geek chic


Jim Moore e Madeline Weeks na primeira fila, NYC

Diretor criativo da GQ, Jim Moore tem insistido muito no valor do hi&lo.

“You have to do it with something that’s a little higher end, like a good pair of shoes, or putting an extra $50 into tailoring it right,” disse, para o NYT em maio deste ano.

Aqui, ele aparece com Madeline Weeks, diretora de moda da mesma revista. Jim usa aqueles óculos com aro 70s, parece filme da época, uma tendência que eu não sei localizar, mas faz vários modernos enxergarem mais longe.

Consultei o Jorge Wakabara, do blog Caminho Dourado e da abril.com, que usa algo parecido.

Tecla, seu Jorge:
"na minha opinião é uma coisa geek misturada com indie que eu chamo hipster, mas tem gente que odeia chamar de hipster pq diz que é pejorativo e tem gente tb que diz que o "hipster" morreu, teve até um artigo na Gawker, acho, sobre isso hahaha
ai, tanto nome que a gente se perde, né? (...) é a moda Betty a Feia HAHAHA"

Mas não é que na Madeline deu justo contrário? Nunca tinha visto esse par geek-indie-hipster-Betty-a-feia em moças que não estivessem de black drainpipes e Converse, com cabelo mullets, vestidas iguais aos meninos (que o Jorge me disse que é o gênero meninE - nem A nem O).

Ela, fina, de vestido hi, com um óculos lo investment que muda tudo. Aprendeu com Jim!

(foto: style.com)

COMO SAIR ÀS RUAS COM ESTILO barra da calça

Há muitos jeitos de julgar uma pessoa pela aparência e, bonito ou não, essa está longe de ser a questão (diz o ditado em inglês que não se deve julgar o livro pela capa, mas Oscar Wilde decretou "It is only shallow people who do not judge by appearances". Concordo com ele, mas nada é regra nessa vida. Outro dia julguei um vinho tinto pelo rótulo e o conteúdo era infinitamente inferior à embalagem).

Julgada ou não, ninguém precisa tropeçar em erros básicos. Feito o do comprimento da barra da calça. Ainda mais agora com a pisada firme dos sapatos arquitetônicos e suas plataformas de dar tontura (Manolo Blahnik já declarou que detesta, mas as mulheres estão com peso nos pés. É fato).

Não dá para pegar a calça que você usou com as sapatilhas ou com a sandália fina e achar que o final vai ser feliz com o novo par.

Então, ponto pacífico: um centímetro acima do chão, boa cobertura do salto, como ensina essa simpática foto:


Tuleh, spring 2009

Fim da questão.

Megaresumo de NYC spring 2009

O que foi fresh, fresh:
- 60s: retorno da década à moda Bardot.
- lamê e metalizados em geral, inclusive lurex e paetês
- paletó masculino: reto e cobrindo os quadris
- saia longa: para qualquer hora e compromisso
- calça curta: forma cocoon e comprimento na altura do ossinho do tornozelo - daí para cima sem virar bermuda.
- cenoura e cinza: cores novas
- batom off vermelho: aplicado com a ponta dos dedos para ficar menos uau!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

NA DÚVIDA look do estilista, NY, spring 2009

Você já ouviu que as roupas são seu cartão de visita. E se, depois de um desfile ótimo, o estilista escorrega no look final - justo aquele que ele mesmo veste para os agradecimentos finais na passarela? Isto posto...


Laura Poretzky, Abaeté



Lubov Azria, BCBG Max Azria (Max é o marido)



Lubov Azria, Max Azria



Lubov Azria, Hervé Léger



Behnaz Sarafpour, Behnaz Sarafpour



Carolina Herrera, Carolina Herrera



Donna Karan, Donna Karan



Doo.Ri Chung, Doo.Ri



Erin Fetherson, Erin Fetherson



Lela Rose, Lela Rose



Maria Conejo, Zero Maria Conejo



Miho Aoki, United Bamboo



Sari Gueron, Sari Gueron



Tracey Reese, Tracey Reese



Vera Wang, Vera Wang


E, CLARO...


Marc Jacobs, Marc Jacobs



Marc Jacobs, Marc by Marc Jacobs