domingo, 30 de novembro de 2008
Clássicos dos clássicos
Bianca Jagger, 1972
Minha irmã acabou de sair aqui de casa com um leve bico porque não consegui compartilhar com ela o entusiasmo por um par de gladiadoras estilizadas Forum, geneticamente modificadas. "Chata", ela disse. E mudou de assunto.
Então eu tirei o meu pulso.
Normal.
E a minha temperatura.
Idem.
Posso dizer que a vida (modal) anda sem palpitações. Sem taquicardia para comprar uma coisinha(ona) nova. Eu já falei sobre isso em dois momentos aqui - mas, confesso, a 'doença' vem se agravando.
O tempo vai passando e a minha lista de compras vai ficando cada vez mais atemporal - o que significa que pode ficar para depois do mesmo jeito que poderia ser para ontem. Ao paletó Margiela (para desgosto da Loulou, ainda assim minha amiga fiel), acrescentei uma camisa Pucci.
Só consigo pensar em clássicos, não necessariamente assinados - mas puro sangue na modelagem.
Assim, boas compras a qualquer tempo:
1. CAMISETA BRANCA: impressionante como uma coisa tão simples pode ser tão complicada de encontrar. Não me interessam as de gola redonda, canoa - ou qualquer modelo intercambiável entre meninos e meninas. A tee perfeita é bem fininha, quase com aparência de muito batida (como cashmere extrafino), decote V aberto, mangas japonesas, soltinha. Coisa de mulher, não vitrine de músculos Marlon Brando. Uma amiga encontrou uma perfeita assim na H&M, prova de que o sol nasceu para todos. Eu ainda vou encontrar a minha. Se alguém achar, me avise.
2. CARDIGÃ: escrever masculinos seria redundante, mas, sim, masculinos para não serem confundidos com a metade casaquinho do twin set. Eu já tenho quatro, com lãs de gramaturas (?) e texturas diferentes. Sempre em cores de homem com H. Funcionam sobre tudo, sobretudo para desconcertar o mundo certinho.
3. CALÇAS LARGAS DE ALFAIATARIA: no plural mesmo! Preta, marinho, cinza, areia, preta com risca-de-giz branca, branca com risca-de-giz preta, cinza com risca-de-giz preta, preta com risca-de-giz cinza, espinha-de-peixe, príncipe-de-Gales ... Nunca é demais, é sempre de-mais!
4. TUBINHO: o mínimo em termos de vestido, em todos os sentidos da palavra mínimo. É o mometo Jackie O da vida, que ainda não envelheceu depois de quatro décadas. (vou tentar um versão preto de veludo alemão)
5. SMOKING: quanto mais eu penso em YSL mais me choca a revolução. O black-tie masculino tem um século de 'reinança' e nada mais moderno do que a companhia dele à noite, para dar descanso ao vestidão. Estou para ver os namorados que topem numa boa. Tem que ser muito homem para entrar de braços dados com uma garota de smoking. Vá de YSL, preto com camisa branca. Banque Bianca Jagger, toda de branco ou de branco com camisa preta, mais Capone/malandro.
6. CASAQUETO DE TWEED: Não precisa ser Chanel, mas, se for, considere como uma jóia de família (porque o show vai continuar). Pied-de-poule (ou de-coq) preto e branco e a vida segue, fina, em frente.
7. TRENCH COAT: meus deuses, tem coisa que se prove mais prática nesses tempos úmidos? (lembre-se: acima dos joelhos é mais fresco em todos os sentidos).
MÁXIMA DO DIA por Miuccia Prada
"Todo mundo que é inteligente diz que odeia moda, que moda é uma grande bobagem. Perguntei a muitas desses pessoas super-sérias 'então, me digam, por que moda é tão popular?'. Ninguém conseguiu responder à minha pergunta."
ROUPAS DO OFÍCIO segunda de longuete e paletó
Bruno Peter, spring 2009
Tallieurs não precisam ter sempre uma saia-lápis + um spencer. Uma saia longa e rodada com um paletó dão conta do recado. Esse look é pós-trabalho: tire a camisete sob o paletó decotado e vá (ou tire o paletó decotado e fique com a camisete - depente da temp ambiente ou, mmm, interior).
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
FOREVER GIRLS Babe Paley
Babe Paley no seu chalé em Round Hill, Jamaica. Foto de Slim Aarons.
Se você amarra seu lenço na bolsa e acha que a moda começou ontem, tsc, tsc, tsc.
Foi Barbara Cushing Mortimer Paley que, na década de 1950, deu a idéia. E, com os olhos todos sobre ela, claro que a idéia só podia ser copiada. Ad eternum.
Ex-editora de moda da Vogue América, Babe deixou (Stanley) Mortimer, da Standard Oil, por William Paley, da indústria do entretenimento. E não podia ter acertado mais. Os Paley, garantem os amigos, recebiam como ninguém, fosse no pied-à-terre em Paris, na fazenda ou na 'Riviera americana' em Long Island.
O segredo inspirador? A dose certa de informalidade e de perfeição.
Babe recebia os amigos de calças (!), até então um peça de roupa ultraesportiva. Jamais social. E nunca, jamais, em tempo algum, parecia descabelada, sem maquiagem, amassada (nem mesmo em passeios de barco. Ela parecia imune à maresia).
Amigos como Truman Capote diziam que "seu único defeito era ser perfeita. Fora isso, ela é perfeita".
ROUPAS DO OFÍCIO sexta de roxo e laranja
COMO SAIR ÀS RUAS COM ESTILO lenços
(para a Vica)
Anúncio do primeiro lenço Hermès, Jeu des Omnibus et Dames Blanches: desenho de Hugo Grygkar.
Ninguém melhor do que a Hermès para ensinar como se amarra um lenço. No centenário da marca, em 1937, foi lançado o primeiro carré, Jeu des Omnibus et Dames Blanches (90 cm X 90 cm). Depois veio um livrinho, hoje esgotado, que pode ser baixado do site. Tem mil e um jeitos de usar lenços.
Clique aqui.
Anúncio do primeiro lenço Hermès, Jeu des Omnibus et Dames Blanches: desenho de Hugo Grygkar.
Ninguém melhor do que a Hermès para ensinar como se amarra um lenço. No centenário da marca, em 1937, foi lançado o primeiro carré, Jeu des Omnibus et Dames Blanches (90 cm X 90 cm). Depois veio um livrinho, hoje esgotado, que pode ser baixado do site. Tem mil e um jeitos de usar lenços.
Clique aqui.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
CONTOS DE MODAS The red shoes, por Hans Christian Andersen
Os 'ruby slippers' de Dorothy, sapatinhos mágicos feitos não pela Bruxa Má do Leste, mas pela Swarovski: 70 anos em 2009. (e em expo na Art Basel Miami em dezembro*)
Versão de Moschino (obrigada, Andrea!)
The Red Shoes
A translation of Hans Christian Andersen's "De røde Skoe" by Jean Hersholt.
There was once a little girl, very nice and very pretty, but so poor that she had to go barefooted all summer. And in winter she had to wear thick wooden shoes that chafed her ankles until they were red, oh, as red as could be.
In the middle of the village lived "Old Mother Shoemaker." She took some old scraps of red cloth and did her best to make them into a little pair of shoes. They were a bit clumsy, but well meant, for she intended to give them to the little girl. Karen was the little girl's name.
The first time Karen wore her new red shoes was on the very day when her mother was buried. Of course, they were not right for mourning, but they were all she had, so she put them on and walked barelegged after the plain wicker coffin.
Just then a large old carriage came by, with a large old lady inside it. She looked at the little girl and took pity upon her. And she went to the parson and said: "Give the little girl to me, and I shall take good care of her."
Karen was sure that this happened because she wore red shoes, but the old lady said the shoes were hideous, and ordered them burned. Karen was given proper new clothes. She was taught to read, and she was taught to sew. People said she was pretty, but her mirror told her, "You are more than pretty. You are beautiful."
It happened that the Queen came traveling through the country with her little daughter, who was a Princess. Karen went with all the people who flocked to see them at the castle. The little Princess, all dressed in white, came to the window to let them admire her. She didn't wear a train, and she didn't wear a gold crown, but she did wear a pair of splendid red morocco shoes. Of course, they were much nicer than the ones "Old Mother Shoemaker" had put together for little Karen, but there's nothing in the world like a pair of red shoes!
When Karen was old enough to be confirmed, new clothes were made for her, and she was to have new shoes. They went to the house of a thriving shoemaker, to have him take the measure of her little feet. In his shop were big glass cases, filled with the prettiest shoes and the shiniest boots. They looked most attractive but, as the old lady did not see very well, they did not attract her. Among the shoes there was a pair of red leather ones which were just like those the Princess had worn. How perfect they were! The shoemaker said he had made them for the daughter of a count, but that they did not quite fit her.
"They must be patent leather to shine so," said the old lady.
"Yes, indeed they shine," said Karen. As the shoes fitted Karen, the old lady bought them, but she had no idea they were red. If she had known that, she would never have let Karen wear them to confirmation, which is just what Karen did.
Every eye was turned toward her feet. When she walked up the aisle to the chancel of the church, it seemed to her as if even those portraits of bygone ministers and their wives, in starched ruffs and long black gowns-even they fixed their eyes upon her red shoes. She could think of nothing else, even when the pastor laid his hands upon her head and spoke of her holy baptism, and her covenant with God, and her duty as a Christian. The solemn organ rolled, the children sang sweetly, and the old choir leader sang too, but Karen thought of nothing except her red shoes.
Before the afternoon was over, the old lady had heard from everyone in the parish that the shoes were red. She told Karen it was naughty to wear red shoes to church. Highly improper! In the future she was always to wear black shoes to church, even though they were her old ones.
Next Sunday there was holy communion. Karen looked at her black shoes. She looked at her red ones. She kept looking at her red ones until she put them on.
It was a fair, sunny day. Karen and the old lady took the path through the cornfield, where it was rather dusty. At the church door they met an old soldier, who stood with a crutch and wore a long, curious beard. It was more reddish than white. In fact it was quite red. He bowed down to the ground, and asked the old lady if he might dust her shoes. Karen put out her little foot too.
"Oh, what beautiful shoes for dancing," the soldier said. "Never come off when you dance," he told the shoes, as he tapped the sole of each of them with his hand.
The old lady gave the soldier a penny, and went on into the church with Karen. All the people there stared at Karen's red shoes, and all the portraits stared too. When Karen knelt at the altar rail, and even when the chalice came to her lips, she could think only of her red shoes. It was as if they kept floating around in the chalice, and she forgot to sing the psalm. She forgot to say the Lord's Prayer.
Then church was over, and the old lady got into her carriage. Karen was lifting her foot to step in after her when the old soldier said, "Oh, what beautiful shoes for dancing!"
Karen couldn't resist taking a few dancing steps, and once she began her feet kept on dancing. It was as if the shoes controlled her. She danced round the corner of the church-she simply could not help it. The coachman had to run after her, catch her, and lift her into the carriage. But even there her feet went on dancing so that she gave the good old lady a terrible kicking. Only when she took her shoes off did her legs quiet down. When they got home the shoes were put away in a cupboard, but Karen would still go and look at them.
Shortly afterwards the old lady was taken ill, and it was said she could not recover. She required constant care and faithful nursing, and for this she depended on Karen. But a great ball was being given in the town, and Karen was invited. She looked at the old lady, who could not live in any case. She looked at the red shoes, for she thought there was no harm in looking. She put them on, for she thought there was no harm in that either. But then she went to the ball and began dancing. When she tried to turn to the right, the shoes turned to the left. When she wanted to dance up the ballroom, her shoes danced down. They danced down the stairs, into the street, and out through the gate of the town. Dance she did, and dance she must, straight into the dark woods.
Suddenly something shone through the trees, and she thought it was the moon, but it turned out to be the red-bearded soldier. He nodded and said, "Oh, what beautiful shoes for dancing."
She was terribly frightened, and tried to take off her shoes. She tore off her stockings, but the shoes had grown fast to her feet. And dance she did, for dance she must, over fields and valleys, in the rain and in the sun, by day and night. It was most dreadful by night. She danced over an unfenced graveyard, but the dead did not join her dance. They had better things to do. She tried to sit on a pauper's grave, where the bitter fennel grew, but there was no rest or peace for her there. And when she danced toward the open doors of the church, she saw it guarded by an angel with long white robes and wings that reached from his shoulders down to the ground. His face was grave and stern, and in his hand he held a broad, shining sword.
"Dance you shall!" he told her. "Dance in your red shoes until you are pale and cold, and your flesh shrivels down to the skeleton. Dance you shall from door to door, and wherever there are children proud and vain you must knock at the door till they hear you, and are afraid of you. Dance you shall. Dance always."
"Have mercy upon me!" screamed Karen. But she did not hear the angel answer. Her shoes swept her out through the gate, and across the fields, along highways and byways, forever and always dancing.
One morning she danced by a door she knew well. There was the sound of a hymn, and a coffin was carried out covered with flowers. Then she knew the old lady was dead. She was all alone in the world now, and cursed by the angel of God.
Dance she did and dance she must, through the dark night. Her shoes took her through thorn and briar that scratched her until she bled. She danced across the wastelands until she came to a lonely little house. She knew that this was where the executioner lived, and she tapped with her finger on his window pane.
"Come out!" she called. "Come out! I can't come in, for I am dancing."
The executioner said, "You don't seem to know who I am. I strike off the heads of bad people, and I feel my ax beginning to quiver."
"Don't strike off my head, for then I could not repent of my sins," said Karen. "But strike off my feet with the red shoes on them."
She confessed her sin, and the executioner struck off her feet with the red shoes on them. The shoes danced away with her little feet, over the fields into the deep forest. But he made wooden feet and a pair of crutches for her. He taught her a hymn that prisoners sing when they are sorry for what they have done. She kissed his hand that held the ax, and went back across the wasteland.
"Now I have suffered enough for those red shoes," she said. "I shall go and be seen again in the church." She hobbled to church as fast as she could, but when she got there the red shoes danced in front of her, and she was frightened and turned back.
All week long she was sorry, and cried many bitter tears. But when Sunday came again she said, "Now I have suffered and cried enough. I think I must be as good as many who sit in church and hold their heads high." She started out unafraid, but the moment she came to the church gate she saw her red shoes dancing before her. More frightened than ever, she turned away, and with all her heart she really repented.
She went to the pastor's house, and begged him to give her work as a servant. She promised to work hard, and do all that she could. Wages did not matter, if only she could have a roof over her head and be with good people. The pastor's wife took pity on her, and gave her work at the parsonage. Karen was faithful and serious. She sat quietly in the evening, and listened to every word when the pastor read the Bible aloud. The children were devoted to her, but when they spoke of frills and furbelows, and of being as beautiful as a queen, she would shake her head.
When they went to church next Sunday they asked her to go too, but with tears in her eyes she looked at her crutches, and shook her head. The others went to hear the word of God, but she went to her lonely little room, which was just big enough to hold her bed and one chair. She sat with her hymnal in her hands, and as she read it with a contrite heart she heard the organ roll. The wind carried the sound from the church to her window. Her face was wet with tears as she lifted it up, and said, "Help me, O Lord!"
Then the sun shone bright, and the white-robed angel stood before her. He was the same angel she had seen that night, at the door of the church. But he no longer held a sharp sword. In his hand was a green branch, covered with roses. He touched the ceiling with it. There was a golden star where it touched, and the ceiling rose high. He touched the walls and they opened wide. She saw the deep-toned organ. She saw the portraits of ministers and their wives. She saw the congregation sit in flower-decked pews, and sing from their hymnals. Either the church had come to the poor girl in her narrow little room, or it was she who had been brought to the church. She sat in the pew with the pastor's family. When they had finished the hymn, they looked up and nodded to her.
"It was right for you to come, little Karen," they said.
"It was God's own mercy," she told them.
The organ sounded and the children in the choir sang, softly and beautifully. Clear sunlight streamed warm through the window, right down to the pew where Karen sat. She was so filled with the light of it, and with joy and with peace, that her heart broke. Her soul traveled along the shaft of sunlight to heaven, where no one questioned her about the red shoes.
* NYT, July 17, 2008
Front Row
We’re Off to See the Ruby Slippers
By ERIC WILSON
GIVEN the opportunity, the exuberant designer Betsey Johnson would be wearing ruby slippers just about anywhere.
That “The Wizard of Oz” is probably her favorite movie for fashion inspiration goes without saying. She once designed a collection that included the Scarecrow, the Tin Man, the Cowardly Lion and Dorothy (played by her daughter, Lulu) leading a rented Toto for the occasion.
“And those little Munchkins, I mean, really!” said Ms. Johnson, who is among a group of 20 designers now recreating Dorothy’s glittering ruby slips to commemorate the 70th anniversary of “The Wizard of Oz” next year. The consumer products division of Warner Brothers and Swarovski, the crystal company, came up with the promotion to benefit the Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation, with an auction planned in the fall of 2009.
Until then, the shoes will cover more ground than a Kansan in a tornado, with appearances at Saks Fifth Avenue and in Bryant Park in New York during the September fashion shows, at Art Basel Miami Beach in December and elsewhere next year.
Two pairs of each shoe, by designers like Oscar de la Renta, Diane Von Furstenberg and Manolo Blahnik, will be produced for the auction, said Brad Globe, the president of the Warner Brothers consumer products division, which has increasingly reached out to fashion designers to update the look of its stable of characters. (Ms. Von Furstenberg, for example, is working on a collection inspired by Wonder Woman.)
Ms. Johnson’s design was a slipper made into a high heel, “as high as I could go, as sparkly as I could go and as fun and full of polka dots and a tulle bow as I could make them,” she said. A sketch for a Jimmy Choo shoe is far more sedate, showing a red snakeskin pump with a caged toe.
Amy Smilovic, the designer of the contemporary fashion line Tibi, said she chose to add a spat to a pump, creating a sort of low boot with a cutout at the heel.
“We did ours in red crocodile so it would have a luxury feel,” Ms. Smilovic said. “And we added a flower for a more feminine look. We made Dorothy look tough and feminine at the same time, because she was pretty tough-looking in that gingham dress.”
ROUPAS DO OFÍCIO quinta de lenço
Isabelle Hupert, na temporada de desfiles de verão
Não precisa inventar a moda. Basta um jeans escuro (eterno) + um paletó masculino (idem) + uma camiseta preta (ibidem). O segredo de vida é o lenço amarrado no pescoço numa das 910 milhões de formas à francesa.
Nos pés, para deixar tudo atual, sandálias pesadas e esmalte extrapreto. Ou não.
BOA APLICAÇÃO sapatinhos de limusine
Marchesa, spring 2009
Sapatos de limusine é minha expressão favorita para chamar os modelinhos que não foram feitos para enfrentar as calçadas. São pares espetaculares, daqueles que ficam em primeiro plano quando você movimenta os pezinhos para sair do táx..., ops, quer dizer, da limo, e a primeira coisa que fica à vista da platéia. Os olhos seguem os sapatinhos e vão subindo, à medida em que você desce do carro, até chegar ao penteado da noite.
Enfim, se você encontrar algo bem fresco, bem Cinderela, pode comprar. Em algum(ns) momento(s), eles vão sair da caixinha de cristal para um glamouroso rolê de limouuu.
TO THE FASHION TRAVELLER YSL em São Francisco
The Yves Saint Laurent exhibition at the de Young museum includes a section, "From Sketch to Garment," seen here. (Drew Altizer Photography)
IHT
Trying to grasp the revolution that was YSL
By Suzy Menkes
Monday, November 24, 2008
SAN FRANCISCO: The first thought is how current the African inspirations look - dresses woven in raffia, decorated with ball embroideries or with pointed cones at the breasts. Then there is the sharp intake of breath at the date: 1967, more than 40 years before the current batch of designers came up with African inspirations.
Looking at a fashion exhibition of Yves Saint Laurent is a bit like studying the photographs of Man Ray: both in their own fields were artists who did almost everything first and defined the 20th century.
The challenge for the de Young museum in San Francisco, which is hosting "Yves Saint Laurent" (until April 5), is to put this great body of YSL work in context. The death of the designer earlier this year brought many of the couturier's iconic inventions into the limelight: the safari jacket, the tuxedo, the Mondrian-inspired dress.
Yet it is still difficult to grasp that a display of pantsuits, from tuxedos to tweeds, and with a wide range of dates, was part of a cultural revolution. Since the pantsuit has now migrated to a generation of women, like Nancy Pelosi and Hillary Clinton, who see it as a work tool, the original shock of the new is lost.
And how to re-live the shiver of surprise at Saint Laurent putting black models on a catwalk for the very first time?
Similarly, the layers of French history - light and dark - that lie behind the Schiaparelli-inspired coat with lips embroidery and the fur chubby, referring to the queasy memories of the wartime years, cannot be woven easily into this touring exhibition from the Pierre Bergé-Yves Saint Laurent Foundation in Paris.
But visually, the show is a treat, fitting comfortably into the museum space as the sober daytime pieces give way to the drumbeat of Africa, the flora and fauna dresses and a knitted cocoon of a bridal gown - until the show reaches its crescendo: tracing the connections between art and fashion that produced a dress outlined with a Georges Braque bird and a jacket embroidered with van Gogh irises.
A scattering of multimedia screens, including the giant retrospective show at the couturier's retirement in 2002, show how these couture clothes moved with the body. A few more visual props - or even fashion reviews - might have helped a general public understand the importance and the impertinence of YSL.
But the setting of the de Young in Golden Gate Park, opposite the new Academy of Sciences, designed by the architect Renzo Piano to create a "green" environment from planted rooftop to the rain forest inside, brings a fresh perspective.
The de Young exhibition has brought out Saint Laurent's fascination with florals and his exceptional color palette that is the nearest fashion can get to beating nature at its own game.
TO THE FASHION TRAVELLER Moda na história da arte, Met NY
NYT, November 24, 2008
Front Row
Scanning the Masters for Blahniks
By ERIC WILSON
IN lieu of a winter exhibition this year, the Costume Institute of the Metropolitan Museum of Art introduced on Tuesday its first fashion audio tour of the museum, describing the importance of clothes as seen in a portrait by Jacques-Louis David or a fourth-century B. C. Greek statue or a German suit of armor.
That may sound like a dull substitute for a fashion show, but the tour — because it is narrated by Sarah Jessica Parker, who talks about art history with the same breathy relish and melodic rhythm she might deploy to deliver a pun-soaked voice-over as Carrie Bradshaw — becomes a sassy exploration of dress that both reveals and titillates. That’s more than you could typically say for Asmat body masks or a Peruvian nose ornament resting in a glass case.
“There’s no tailoring here,” Ms. Parker says of the tunics inscribed on a terra-cotta bell krater in the Greek and Roman galleries. “No cutting,” pause, “no sewing,” pause, “but look what you can do-oo with a woven rectangle.”
She is no Philippe de Montebello, but walking through the museum, listening on a headset to Ms. Parker and Met curators talking about fashion and art for an hour or so, you begin to appreciate the significance to art of the stiff ruff collars of Elizabethan England (in a Rembrandt painting) or the slashing technique on a doublet jacket (signifying the subject of Bronzino’s “Portrait of a Young Man” was an elite, hyper-sensitive fellow). Or you can begin to look at the paintings like the pages of Vogue, as when Ms. Parker notes that the dress worn by Madame Charpentier in a painting by Renoir was designed by Charles Frederick Worth, who dominated Parisian fashion in the latter half of the 19th century but is not typically referenced by H. W. Janson.
“This helps open up the museum through fashion,” said Andrew Bolton, a Costume Institute curator. “And I love her voice. It’s so melodic and also accessible.”
Ms. Parker does indeed describe that bell krater as “a sort of fifth-century B. C. E. fashion spread”; and, at one point, she notes an early example of fashion as a status symbol, depicted in necklaces in Benin plaques from the 16th and 17th centuries.
“Just like today,” she says, “right out there on Madison Avenue,” pause, “imported goods implied high status.”
Front Row
Scanning the Masters for Blahniks
By ERIC WILSON
IN lieu of a winter exhibition this year, the Costume Institute of the Metropolitan Museum of Art introduced on Tuesday its first fashion audio tour of the museum, describing the importance of clothes as seen in a portrait by Jacques-Louis David or a fourth-century B. C. Greek statue or a German suit of armor.
That may sound like a dull substitute for a fashion show, but the tour — because it is narrated by Sarah Jessica Parker, who talks about art history with the same breathy relish and melodic rhythm she might deploy to deliver a pun-soaked voice-over as Carrie Bradshaw — becomes a sassy exploration of dress that both reveals and titillates. That’s more than you could typically say for Asmat body masks or a Peruvian nose ornament resting in a glass case.
“There’s no tailoring here,” Ms. Parker says of the tunics inscribed on a terra-cotta bell krater in the Greek and Roman galleries. “No cutting,” pause, “no sewing,” pause, “but look what you can do-oo with a woven rectangle.”
She is no Philippe de Montebello, but walking through the museum, listening on a headset to Ms. Parker and Met curators talking about fashion and art for an hour or so, you begin to appreciate the significance to art of the stiff ruff collars of Elizabethan England (in a Rembrandt painting) or the slashing technique on a doublet jacket (signifying the subject of Bronzino’s “Portrait of a Young Man” was an elite, hyper-sensitive fellow). Or you can begin to look at the paintings like the pages of Vogue, as when Ms. Parker notes that the dress worn by Madame Charpentier in a painting by Renoir was designed by Charles Frederick Worth, who dominated Parisian fashion in the latter half of the 19th century but is not typically referenced by H. W. Janson.
“This helps open up the museum through fashion,” said Andrew Bolton, a Costume Institute curator. “And I love her voice. It’s so melodic and also accessible.”
Ms. Parker does indeed describe that bell krater as “a sort of fifth-century B. C. E. fashion spread”; and, at one point, she notes an early example of fashion as a status symbol, depicted in necklaces in Benin plaques from the 16th and 17th centuries.
“Just like today,” she says, “right out there on Madison Avenue,” pause, “imported goods implied high status.”
A SEMANA COM Camila Sarpi - dia 5
Camila Sarpi morou anos em Nova York e volta e meia volta para lá, onde revê os amigos e reabastece o closet (tem faro fino para high-street mas não despreza o high-end) e desfila as jóias que faz – e muito bem.
No pier de Miami, esperando o resto da turma chegar para sair de barco.
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Biquíni? Jo de Mer. Chemise e chapéu? Comprados em uma lojinha local na véspera. E, finalmente, o mesmo bom e velho lenço Pucci na cintura.
Qual a melhor idéia do look? Passeio de barco em Miami, precisa dizer mais? O chapéu também é ótimo para viagens porque é de ráfia e não de palha, então pode dobrar e por na mala sem problemas.
No pier de Miami, esperando o resto da turma chegar para sair de barco.
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Biquíni? Jo de Mer. Chemise e chapéu? Comprados em uma lojinha local na véspera. E, finalmente, o mesmo bom e velho lenço Pucci na cintura.
Qual a melhor idéia do look? Passeio de barco em Miami, precisa dizer mais? O chapéu também é ótimo para viagens porque é de ráfia e não de palha, então pode dobrar e por na mala sem problemas.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
PEQUENO DICIONÁRIO ILUSTRADO DE MODA costume jewelry
"And then the gems, those great mythical gems that are now only rarely worn; they represent historical values, which are sterilized, embalmed, sliced from the feminine body, and condemned to a safe. In a nutshell, fashion – and this says it all – no longer knows the gem, only the jewel." Roland Barthes
Clique aqui para saber mais.
Clique aqui para saber mais.
MODERNA NO ATO fita no cabelo
Ahhhhh, Louboutin
O que eu sei é que no ano que vem Christian Louboutin abre a primeira loja entre nós, no Shopping Iguatemi.
O primeiro passo foi dado. Resta agora melhorar as calçadas.
O primeiro passo foi dado. Resta agora melhorar as calçadas.
ROUPAS DO OFÍCIO segunda de tricô
Missoni, spring 2009
Pela primeira vez em uma semana a primeira preocupação do dia não é como sobreviver ao temporal com estilo. Então, comemore o sol com um tricô colorido no lugar da camisa blánca – opa, branca! – mais uma boa calça de tom neutro.
Como se conectar com a vida real também conta muitos pontos no universo do estilo, se eu fosse você carregava o trench, a sombrinha e protegia a sandália com as galochas.
domingo, 23 de novembro de 2008
A SEMANA COM Camila Sarpi - dia 4
Camila Sarpi morou anos em Nova York e volta e meia volta para lá, onde revê os amigos e reabastece o closet (tem faro fino para high-street mas não despreza o high-end) e desfila as jóias que faz – e muito bem.
Drinks by the pool do Hotel Gansevoort, que abriu há pouco tempo em South Beach, Miami.
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Vestido? Lita Mortari de vários anos atrás. Lenço? Pucci, agora na cintura. Bolsa? De uma lojinha de NY cujo nome não me lembro. Pulseira? umm, Camila Sarpi, talvez?
Qual a melhor idéia do look? O vestido frente-única é super fresquinho e fica ótimo com sandália rasteira. O lenço dá uma animada geral. Adoro levar lenço em viagens, serve de cachecol, cinto, tiara, o que for.
Drinks by the pool do Hotel Gansevoort, que abriu há pouco tempo em South Beach, Miami.
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Vestido? Lita Mortari de vários anos atrás. Lenço? Pucci, agora na cintura. Bolsa? De uma lojinha de NY cujo nome não me lembro. Pulseira? umm, Camila Sarpi, talvez?
Qual a melhor idéia do look? O vestido frente-única é super fresquinho e fica ótimo com sandália rasteira. O lenço dá uma animada geral. Adoro levar lenço em viagens, serve de cachecol, cinto, tiara, o que for.
BELEZA PURA esmalte rosa-maravilha
John Galliano, spring 2009
Elizabeth Saltzman, da Vanity Fair
Foi o preto com unhas curtas, as unhas ovais com esmalte-escuro e meia-lua branca (à moda anos 1930), o azul metálico e agora, rosa-maravilha, uma cor tão setenta que dá vontade de ... bem, levantar um look de tons neutros ou mergulhar na alienada alegria jet setter pucciana, excelente antítodo anticrise.
Dá para bancar a mulher-bibelô, com unhas compridas e ovaladas, ou dá para usar cutinhas, como Ms. Saltzman em Paris, no melhor estilo moderninha e extraordinária.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
A SEMANA COM Camila Sarpi - dia 3
Camila Sarpi morou anos em Nova York e volta e meia volta para lá, onde revê os amigos e reabastece o closet (tem faro fino para high-street mas não despreza o high-end) e desfila as jóias que faz – e muito bem.
Em um dos novos restaurantes do momento em NY, o Double Crown.
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Blusa? StudioPilar. Saia? John John. Meia-calça? De lã, japonesa. Pulseira? Adivinha?!
Qual a melhor idéia do look? Look fácil de levar em viagens: a mesma saia jeans e meia calça opaca vão para a noite com um bom top de seda e escarpins.
Em um dos novos restaurantes do momento em NY, o Double Crown.
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Blusa? StudioPilar. Saia? John John. Meia-calça? De lã, japonesa. Pulseira? Adivinha?!
Qual a melhor idéia do look? Look fácil de levar em viagens: a mesma saia jeans e meia calça opaca vão para a noite com um bom top de seda e escarpins.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A SEMANA COM Camila Sarpi - dia 2
Camila Sarpi morou anos em Nova York e volta e meia volta para lá, onde revê os amigos e reabastece o closet (tem faro fino para high-street mas não despreza o high-end) e desfila as jóias que faz – e muito bem.
9th Ave e Little West 12th St, saindo do Pastis, NY
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Calça? Uniqlo. Suéter? Club Monaco. Colete? Emprestado de uma amiga (não estava tão frio quanto esperava). Lenço? Pucci. Tênis? Adidas. Bolsa? Bottega Veneta.
Qual a melhor idéia do look? Confortável para andar o dia todo.
9th Ave e Little West 12th St, saindo do Pastis, NY
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Calça? Uniqlo. Suéter? Club Monaco. Colete? Emprestado de uma amiga (não estava tão frio quanto esperava). Lenço? Pucci. Tênis? Adidas. Bolsa? Bottega Veneta.
Qual a melhor idéia do look? Confortável para andar o dia todo.
MÁXIMA DO DIA John Keats
“Beauty is truth, truth beauty — that is all/Ye know on earth, and all ye need to know.”
terça-feira, 18 de novembro de 2008
10 SEGREDOS DE ESTILO com Andrea Garcia
Andrea Garcia, do StudioPilar, fez o fashion da Forum depois de passar pela VivaVida com Jum Nakao e depois de Walter Rodrigues. Roy Halston é seu deus no céu e nas agulhas e sedas - então, espere que a moça tem mão para vestidos de noite com glamour, leveza e modernidade. Aqui, a estilista diz como ficar fabulosa em cinco minutos – apertar as bochechas à moda Scarlett O'Hara ajuda, viu? – e como ficar feliz sem jamais descer do salto 10 mesmo que a festa vá madrugada afora.
1. PARA ACHAR O VESTIDO CERTO DE FESTA Seja fiel ao seu estilo. Caso não encontre um modelo - o que é bem comum - sinta-se no mínimo linda e confortável.
2. UM BOM INVESTIMENTO DE ESTILO Adquirir peças atemporais, com alma e que te dão a sensação de poder.
3. COMPRAS CERTAS NOS LUGARES BARATOS Bazares e vendas especiais são uma ótima pedida para quem não quer gastar tanto sem abrir mão de produtos com qualidade e estilo. A única coisa desagradável é que nem sempre "aquela" peça que você namorou a estação inteira vai estar lá te esperando. Mas vai que você tira a sorte grande?
4. 'ACESSORANDO' UM PRETINHO BÁSICO Nada que um belo par de sapatos, pulseiras e a combinação rímel e blush não resolvam.
5. COMO SER FEMININA SER PREJUDICAR A IMAGEM POWER WOMAN Não importa se você está de terno: são detalhes, gestos e sobretudo atitude que fazem de você uma mulher feminina. A imagem de power woman é apenas uma personagem das milhões que existem dentro do nosso universo particular. É um código e você não vive o tempo todo assim. Não sofra com esse personagem, fique em paz e mantenha a atitude feminina.
6. ROTINA MATINAL PARA NÃO ERRAR NA IMAGEM Separar seu look na noite anterior é uma saída, mas essa prática nem sempre dá certo. Os vestidos estão aí para isso e não é à toa que eles resistem a tantos séculos no nosso closet. Beber água, dormir bem e se sentir feliz também ajuda a simplificar essa rotina.
7. FICAR FABULOSA EM CINCO MINUTOS Uiiiiiiii... aperte as bochechas, adote uma postura esguia, sorria e pense na Dalma Callado.
8. ACERTANDO O PASSO COM OS SAPATOS Tenho pavor de sapatos apertados por isso uso um tamanho maior que o meu. Uma dica que dou para as minhas clientes ao usar saltos é para intercalá-los com modelos rasteiros a cada dois dias da semana para ir se acostumando com a vida nas alturas. Assim, você se diverte a noite toda sem parecer um poste cumprimentando as pessoas de longe. Ahh... e doa o que doer, nunca, mas nunca, em momento algum, tire seus sapatos numa festa. Uma mulher fina jamais se renderia a um par de havaianas.
9. PARA SE SENTIR A PRÓPRIA BIANCA JAGGER Vestido Judy do Studio Pilar, que é um tomara-que-caia em crepe de chine de seda para ser usado com sandália de amarrações e uma boca vermelha.
10. CONSELHO TOP DE ESTILO Seja você, mesmo se estiver interpretando uma de suas personagens. Ao adquirir uma peça de roupa, doe outra. Mergulhar nas gavetas de vovó e de mamãe pode render décadas de estilo sem você ter que bater perna por horas a fio. E, pra finalizar, procure conhecer o designer que fez sua roupa.
1. PARA ACHAR O VESTIDO CERTO DE FESTA Seja fiel ao seu estilo. Caso não encontre um modelo - o que é bem comum - sinta-se no mínimo linda e confortável.
2. UM BOM INVESTIMENTO DE ESTILO Adquirir peças atemporais, com alma e que te dão a sensação de poder.
3. COMPRAS CERTAS NOS LUGARES BARATOS Bazares e vendas especiais são uma ótima pedida para quem não quer gastar tanto sem abrir mão de produtos com qualidade e estilo. A única coisa desagradável é que nem sempre "aquela" peça que você namorou a estação inteira vai estar lá te esperando. Mas vai que você tira a sorte grande?
4. 'ACESSORANDO' UM PRETINHO BÁSICO Nada que um belo par de sapatos, pulseiras e a combinação rímel e blush não resolvam.
5. COMO SER FEMININA SER PREJUDICAR A IMAGEM POWER WOMAN Não importa se você está de terno: são detalhes, gestos e sobretudo atitude que fazem de você uma mulher feminina. A imagem de power woman é apenas uma personagem das milhões que existem dentro do nosso universo particular. É um código e você não vive o tempo todo assim. Não sofra com esse personagem, fique em paz e mantenha a atitude feminina.
6. ROTINA MATINAL PARA NÃO ERRAR NA IMAGEM Separar seu look na noite anterior é uma saída, mas essa prática nem sempre dá certo. Os vestidos estão aí para isso e não é à toa que eles resistem a tantos séculos no nosso closet. Beber água, dormir bem e se sentir feliz também ajuda a simplificar essa rotina.
7. FICAR FABULOSA EM CINCO MINUTOS Uiiiiiiii... aperte as bochechas, adote uma postura esguia, sorria e pense na Dalma Callado.
8. ACERTANDO O PASSO COM OS SAPATOS Tenho pavor de sapatos apertados por isso uso um tamanho maior que o meu. Uma dica que dou para as minhas clientes ao usar saltos é para intercalá-los com modelos rasteiros a cada dois dias da semana para ir se acostumando com a vida nas alturas. Assim, você se diverte a noite toda sem parecer um poste cumprimentando as pessoas de longe. Ahh... e doa o que doer, nunca, mas nunca, em momento algum, tire seus sapatos numa festa. Uma mulher fina jamais se renderia a um par de havaianas.
9. PARA SE SENTIR A PRÓPRIA BIANCA JAGGER Vestido Judy do Studio Pilar, que é um tomara-que-caia em crepe de chine de seda para ser usado com sandália de amarrações e uma boca vermelha.
10. CONSELHO TOP DE ESTILO Seja você, mesmo se estiver interpretando uma de suas personagens. Ao adquirir uma peça de roupa, doe outra. Mergulhar nas gavetas de vovó e de mamãe pode render décadas de estilo sem você ter que bater perna por horas a fio. E, pra finalizar, procure conhecer o designer que fez sua roupa.
A SEMANA COM Camila Sarpi - dia 1
Camila Sarpi morou anos em Nova York e volta e meia volta para lá, onde revê os amigos e reabastece o closet (tem faro fino para high-street mas não despreza o high-end) e desfila as jóias que faz – e muito bem.
Central Park South, a caminho do restaurante Via Quadronno na 73rd St para tomar um café com amigos, NY
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Casaco? J. Crew. Suéter? Club Monaco. Saia? John John. Meia? DKNY. Sapato? De uma lojinha em Nolita. Colares? São meus mesmo.
Qual a melhor idéia do look? Cara de outono em Nova York, para já entrar no clima logo no primeiro dia.
Central Park South, a caminho do restaurante Via Quadronno na 73rd St para tomar um café com amigos, NY
Camila Sarpi, joalheira
Usa: Casaco? J. Crew. Suéter? Club Monaco. Saia? John John. Meia? DKNY. Sapato? De uma lojinha em Nolita. Colares? São meus mesmo.
Qual a melhor idéia do look? Cara de outono em Nova York, para já entrar no clima logo no primeiro dia.
LONGA VIDA lurex
Derek Lam, resort 2009
Os fios metálicos, aka lurex, foram lançados no Brasil na década de 1970s, big hit das Fenits.
A Jane, do brechó fechado (você só vai se for indicada por alguém) la Botica de Jane, na Tijuca, Rio – favorito das figurinistas globais – é fascinada e traz levas e levas de roupinhas de lurex de Buenos Aires e onde quer que o faro fino dela encontre uma peça brilhante.
É o tipo de coisas que fica. Se encontrar qualquer peça – pode ser lurex usado como risca-de-giz, caso desse Derek Lam e, se sua pele agüentar, um tricô –, arremate. Vai ter longa vida no seu closet.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Carrie Donovan, editora de moda
Carrie Donovan, por Jesse Frohman (1997)
Li várias matérias dela muito, muito boas no NYT. Foi pupila de Diana Vreeland, que foi de Carmel Snow.
A saber:
November 13, 2001
Carrie Donovan, One-of-a-Kind Fashion Editor and TV's 'Old Navy Lady,' Dies at 73
By CATHY HORYN
Carrie Donovan, a fashion editor who could easily have rested on her laurels and leopard skins but came out of semiretirement to find a new and even more enthusiastic audience as ''the lady from Old Navy,'' died yesterday in Manhattan. She was 73.
She had been ailing for several months, said George O'Brien, a friend, and died at New York Weill Cornell Center.
From the beginning, Ms. Donovan's career had a screwball quality worthy of Hollywood. Though she studied dressmaking at the Parsons School of Design, she could never master a needle and thread. She lacked a similar command of automobiles and typewriters, and as a reporter for The New York Times, then as an editor for Vogue, Harper's Bazaar and The New York Times Magazine, she wrote all her copy by hand.
And though she was among the first to applaud the designs of Donna Karan and Perry Ellis and brought a virtually unknown Elsa Peretti to the attention of Tiffany, Ms. Donovan was something of an Auntie Mame when it came to managing her own affairs. Money was silk in her fingers, and the rest was often serendipity.
''She was perfectly cast for a fashion editor,'' said Karl Lagerfeld, the designer. ''She was the leading lady of that role.''
What Ms. Donovan possessed was an eye for talent and a nose for news, a combination that, with her inevitable pearls and outsized black glasses, set her apart from her fashion sisters. She loved the fantastical, which was reflected in her Upper East Side apartment -- with its red walls, red furnishings and leopard carpeting -- but in her editorial pages she was adamantly on the side of readers. She may have been French in her leanings, sprinkling her pronouncements with French même choses, but in her translations of fashion's edicts, she was as American as Carrie.
As her mentor Diana Vreeland once told her: ''My dear, you've got the common touch!''
Nowhere did she apply this more surprisingly than in her television ads for Old Navy, which began running in fall 1997. In all, Ms. Donovan appeared in 42 spots, including one that featured her piloting an airplane with a dog named Magic. If Ms. Donovan, the last of a trilogy of great fashion dames that included Mrs. Vreeland and Carmel Snow of Bazaar, reigned in a small world, she now had fans everywhere. Teenagers and grandmothers alike hailed her in the street, sometimes singing an Old Navy jingle.
''She was tickled pink,'' the director Joel Schumacher, a friend since the 1960's, said of her new visibility. ''It made her a celebrity.''
As a child in Lake Placid, N.Y., where Carolyn Gertrude Amelia Donovan was born on March 22, 1928, she craved fashion, and struggled with home economics. At 10, she sent the actress Jane Wyman sketches for a wardrobe, and received a handwritten reply.
Her first job was in the hat department at Saks under the imperious Tatiana Liberman, whose husband was Alexander Liberman of Vogue. By the time Ms. Donovan graduated from Parsons School of Design in 1950, she had formed friendships with two of the world's leading dressmakers, Norman Norell and Jacques Fath. More would follow.
But Ms. Donovan's outgoing personality masked an ambivalent relationship with her mother, Margaret, and an isolated childhood spent with grandparents. She and her sister, Joan Donovan, saw nothing of their father, who left the family early, and the girls did not live regularly with their mother until 1942, when the independent-minded Margaret was working for a war production factory in Brooklyn. She later received a teaching degree from Columbia University.
All her career, Ms. Donovan, who is survived by her sister, of Cambridge, Mass., left the impression that she and Margaret were opposites.
In 1955, recognizing her limitations as a designer, Ms. Donovan went to work as a fashion reporter for The Times, where, according to Mr. O'Brien, a former colleague, she felt outgunned by more experienced writers. She persevered, snaring an interview with Mrs. Vreeland in 1963, when she went to Vogue, and Ms. Donovan soon joined the magazine as one of Mrs. Vreeland's acolytes.
At Vogue, Ms. Donovan flourished, filling her pages with the new and the exciting. She wrote about a young Mr. Schumacher when he and some friends opened a shop called Paraphernalia. On another occasion, a former staff member recalled being sent out to the lobby to tell a group of young men waiting for Ms. Donovan not to sit on the floor. They turned out to be Jim Morrison and the Doors.
She inherited Mrs. Vreeland's mannerisms, like the fortissimo ''divine!'' but not her mantle, and when Mrs. Vreeland was fired from Vogue in 1971, Ms. Donovan decamped for Bazaar. By then, Ms. Donovan had switched from wearing chaste Mainbocher to chic Halston, and like her friends, the decorators Chessy Rayner and Mica Ertegun, she had taken to covering her blond bob with a turban.
Like other editors of that era, Ms. Donovan was an instigator as well as a tastemaker. In February 1974, she helped bring Tiffany and Ms. Peretti together. The designer said Ms. Donovan had the idea that contemporary jewelry would bring the white-glove store a new customer. Today, that arrangement is a $250 million business. ''Nobody would do a favor like this now,'' Ms. Peretti said.
Unable to perform similar magic at Bloomingdale's, where she worked briefly as a public relations executive, Ms. Donovan returned to The Times in 1977 as style editor of the magazine. At their first meeting, Edward Klein, then editor of the magazine, recalled that Ms. Donovan produced some colored markers and began sketching out her plans, all in a brisk monologue of ''mmm's'' and exclamation points. Mr. Klein had no idea what she was talking about.
Ms. Donovan was not unaware of her effect, least of all on newspapermen. Armed with tidbits of fashion gossip and ''always fully fragranced,'' as a former protégée, Linda Wells, the editor of Allure, said, Ms. Donovan could turn a routine meeting into a performance. Yet, as her editors knew, her flamboyance was balanced by a pragmatic streak that for 16 years pleased both readers and advertisers.
These were her best years. She introduced readers to Ms. Karan and Paloma Picasso. She documented the opulence of the 1980's and ushered in the next decade by photographing the trendiest clothes on people in their 90's.
Although in many ways Ms. Donovan was simple in her tastes, preferring plain food and the subway, she was also at home in the upper reaches of fashion and society, a friend to Mr. Lagerfeld as well as the philanthropist Bunny Mellon. While this access improved her insight, it occasionally impaired her objectivity.
At the same time, her more dogmatic assertions often betrayed a deeper need to burn her bridges. She and Bill Blass, a frequent escort, fell out in 1993 when Ms. Donovan excluded him from a published list of 50 people who had influenced fashion in modern times.
In 1997, as if to disprove the dictum that there are no second acts in American life, Ms. Donovan went to work for Old Navy, playing herself to the hilt. The ads, which brought her financial security, drew on her flamboyant image to promote earthly things like cargo pants.
''She gave us fashion credibility,'' said Dennis Leggett, the creative director at Old Navy, a division of Gap.
In the final months of her life, Ms. Donovan returned to where her career had begun, The Times. She wrote in its magazine about a little-known designer named Marjan Pejoski, whose feathered-swan dress for the singer Bjork had caused a stir at the Academy Awards. She thought Mr. Pejoski had flair.
Stilettos
do nty
High-Heeled History
Was it Roger Vivier or Salvatore Ferragamo who invented the stiletto heel?
"That remains a bit of a mystery," said Sarah Beam, the assistant curator of the Bata Shoe Museum in Toronto, a collection of 12,000 pieces of footwear covering five millenniums. The museum is marking its 10th anniversary with an exhibition, "Icons of Elegance," for which Ms. Beam and Elizabeth Semmelhack, the museum's head curator, organized some 100 designs around the innovations that made them possible.
The stiletto, for one, was made possible after World War II, when manufacturers were able to devise thin steel rods strong enough to support a woman's weight. While Vivier is commonly credited with popularizing the style with his designs for Christian Dior in the 1950's, the curators point to contemporaneous examples from Ferragamo and the American designer Beth Levine, which make it difficult to determine whose came first.
Platform shoes can be traced more directly to the Ferragamo workshops in Italy as a reaction to wartime rationing. Because steel was not readily available, Ferragamo realized he could achieve the same support by assembling layers of cork. Before that, heels were made of carved wood or punched out of stacked layers of leather.
"He did a series of rainbow platform shoes and a series of wedge platform soles that he covered with opposing leathers, often that were heavily decorated," Ms. Beam said. "When I think about Ginger Spice's platform boots in 1994, they kind of look like plain Doc Martens."
Throughout the 20th century, innovation was driven by the political climate, fetishism or feminism, but mostly it was designers who chased the next big idea, beginning at the turn of the century with Jean-Louis François Pinet, the first to design under his own name and produce in large quantities. André Perugia, a discovery of Paul Poiret, is considered the major innovator of the first half of the century. His whimsical designs referred to the Cubist paintings of Picasso and Léger (including a high heel in the shape of a fish after a study by Georges Braque).
The fame of Ferragamo and Vivier at midcentury and the colorful variety and mass production of Charles Jourdan led to the modern cast of designers, including Manolo Blahnik and Christian Louboutin, who are celebrated for their teetering designs.
"One of the things that is underrated in fashion history is just how much the 20th century changed footwear design," Ms. Semmelhack said. "The innovations were profound. That designers are coming back to these ideas again and again is an homage to this incredible shift."
High-Heeled History
Was it Roger Vivier or Salvatore Ferragamo who invented the stiletto heel?
"That remains a bit of a mystery," said Sarah Beam, the assistant curator of the Bata Shoe Museum in Toronto, a collection of 12,000 pieces of footwear covering five millenniums. The museum is marking its 10th anniversary with an exhibition, "Icons of Elegance," for which Ms. Beam and Elizabeth Semmelhack, the museum's head curator, organized some 100 designs around the innovations that made them possible.
The stiletto, for one, was made possible after World War II, when manufacturers were able to devise thin steel rods strong enough to support a woman's weight. While Vivier is commonly credited with popularizing the style with his designs for Christian Dior in the 1950's, the curators point to contemporaneous examples from Ferragamo and the American designer Beth Levine, which make it difficult to determine whose came first.
Platform shoes can be traced more directly to the Ferragamo workshops in Italy as a reaction to wartime rationing. Because steel was not readily available, Ferragamo realized he could achieve the same support by assembling layers of cork. Before that, heels were made of carved wood or punched out of stacked layers of leather.
"He did a series of rainbow platform shoes and a series of wedge platform soles that he covered with opposing leathers, often that were heavily decorated," Ms. Beam said. "When I think about Ginger Spice's platform boots in 1994, they kind of look like plain Doc Martens."
Throughout the 20th century, innovation was driven by the political climate, fetishism or feminism, but mostly it was designers who chased the next big idea, beginning at the turn of the century with Jean-Louis François Pinet, the first to design under his own name and produce in large quantities. André Perugia, a discovery of Paul Poiret, is considered the major innovator of the first half of the century. His whimsical designs referred to the Cubist paintings of Picasso and Léger (including a high heel in the shape of a fish after a study by Georges Braque).
The fame of Ferragamo and Vivier at midcentury and the colorful variety and mass production of Charles Jourdan led to the modern cast of designers, including Manolo Blahnik and Christian Louboutin, who are celebrated for their teetering designs.
"One of the things that is underrated in fashion history is just how much the 20th century changed footwear design," Ms. Semmelhack said. "The innovations were profound. That designers are coming back to these ideas again and again is an homage to this incredible shift."
MÁXIMA DO DIA por Camille Miceli
"I'm not afraid to show off my body, but I also think I have that French sense of property", Camille Miceli, designer de jóias e amiga de Marc Jacobs
domingo, 16 de novembro de 2008
COM QUE ROUPA devo ir a um almocinho na casa da sogra?
Lacoste, spring 2009
It's Sunday, it's sunny! Dia oficial de socializar com a família do beau.
Então, um
VESTIDO LONGUETE + RASTEIRAS
de algodão e sandália de couro cru, tudo bem natural, despretensioso e confortável, vão deixar o almoço mais fresco e gostoso.
(sem contar que os sogros não vão achar que voê está muito saidinha, mostrando pele demais)
ps. o turbante é opcional. Meça a escolha mais pelo seu estilo e menos pelo impacto que causara nos sogros. A não ser que eles sejam viajados e abertos.
sábado, 15 de novembro de 2008
INSTANT GLAM cabelo + óculos
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
MODERNA NO ATO jeans destroyed
MÁXIMA DO DIA por Bill Cunningham
"Tous les jours ils changent, tous les jours c'est la même chose."
Algo como "eles sempre mudam e sempre é igual...", sobre moda de outono nas ruas de Paris 2008, igual a da primeira viagem dele à capital da moda, em 1947.
Parece o slogan da Hermès: "tudo muda, nada muda".
É o resumo da moda da última década.
ps. Bill é o fotógrafo do On the Street do NYT.
Algo como "eles sempre mudam e sempre é igual...", sobre moda de outono nas ruas de Paris 2008, igual a da primeira viagem dele à capital da moda, em 1947.
Parece o slogan da Hermès: "tudo muda, nada muda".
É o resumo da moda da última década.
ps. Bill é o fotógrafo do On the Street do NYT.
ROUPAS DO OFÍCIO sexta de camisa + saia-lápis
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO quinta de trench, bege & cinza
PEQUENO DICIONÁRIO ILUSTRADO DE MODA gurkha
Já que falamos de dhoti X sarouel X harem = calça folgada com cavalo baixo, aqui vai o post do NYT sobre gurkha pants!
(ele escreveu com o H entre o G e o U, mas é entre o K e o A)
Novas formas de calça estão no ar - é bom para desafiar a ditadura da alfaiataria. Democracia de shapes!!!!
November 11th, 2008 12:01 PM
Feeling For … Ghurka Pants
By Bruce Pask
Ghurka pants, cooler than khakis — the high waist and buckles of traditional Ghurka wear. (Fox Photos/Getty Images)
Bruce Pask, T Magazine’s men’s fashion director, writes on style every two weeks.
It’s not some obscure fashion-speak term — and I’m not going to get into a history lesson, because I’m sure we could go on. Basically, Ghurka pants (and shorts) were a staple in British colonial men’s wardrobes abroad, especially in North Africa and India. Usually made of substantial cotton khaki twill, these pants featured a higher waistband with side buckles for two tabs; one slipped inside the other to fasten. Early Banana Republic catalogs (from the era when the stores were decorated with Jeeps and trees and the brand was more about urban safari outfits than pre-career and casual wardrobes) featured Ghurkas as a basic. Now, they are back. At Pitti Uomo, the Japanese-designed line Haversack had them, making a boring khaki trouser look really interesting and, shockingly, even fashion-y. Color me khaki, but I’m feeling for a Ghurka pant!
(ele escreveu com o H entre o G e o U, mas é entre o K e o A)
Novas formas de calça estão no ar - é bom para desafiar a ditadura da alfaiataria. Democracia de shapes!!!!
November 11th, 2008 12:01 PM
Feeling For … Ghurka Pants
By Bruce Pask
Ghurka pants, cooler than khakis — the high waist and buckles of traditional Ghurka wear. (Fox Photos/Getty Images)
Bruce Pask, T Magazine’s men’s fashion director, writes on style every two weeks.
It’s not some obscure fashion-speak term — and I’m not going to get into a history lesson, because I’m sure we could go on. Basically, Ghurka pants (and shorts) were a staple in British colonial men’s wardrobes abroad, especially in North Africa and India. Usually made of substantial cotton khaki twill, these pants featured a higher waistband with side buckles for two tabs; one slipped inside the other to fasten. Early Banana Republic catalogs (from the era when the stores were decorated with Jeeps and trees and the brand was more about urban safari outfits than pre-career and casual wardrobes) featured Ghurkas as a basic. Now, they are back. At Pitti Uomo, the Japanese-designed line Haversack had them, making a boring khaki trouser look really interesting and, shockingly, even fashion-y. Color me khaki, but I’m feeling for a Ghurka pant!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO quarta de terno a 30s
Vivienne Westwood Red label, spring 2009
A calça marinheiro não morre. A camisa estampada deixa tudo ainda menos sério. É possível que você tenha que, em São Paulo, trocar as sandálias por um sapato fechado. Que seja à moda masculina também, rateiro ou alto.
Continue com o trench de ontem - a previsão diz que você vai precisar dele até o fim de semana.
ROUPAS DO OFÍCIO terça de trench e saia-lápis
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
PEQUENO DICIONÁRIO ILUSTRADO DE MODA sarouel, dhoti, harem?
Qual é a diferença entre as calças Sarouel e Dhoti? No “Dicionário da Moda”, do Marco Sabino, diz que a primeira é comum aos países do Norte da África enquanto a segunda é um tradicional traje indiano. Mas acontece que, ao pesquisar imagens delas na internet, percebi que a modelagem de ambas é muito parecida. Existe alguma diferença fundamental para distingui-las ou as pessoas usam o nome de uma para denominar a outra – criando, assim, uma grande confusão fashion?
Obrigado desde já,
João
João, querido,
Sabia que mais cedo ou mais tarde uma boa alma ia trazer isso à tona.
Eis o que se passa na nossa santa ignorância/arrogância ocidental: tudo o que é étnico é um pacotão fashion só.
Ou seja: qualquer calça folgada, mais larga em cima, com o cavalo lá embaixo e tornozelos naturalmente mais estreitos, vira dhoti, sarouel ou, agora modinha, harem (o espírito é 'ah, harém, lá das odaliscas que vivem naquele canto de lá do mundo, distante...')
Então, as calças da Osklen & cia podem ser chamadas de dhoti, sarouel, harém - a gosto do freguês.
Mas, sim, elas são diferentes na origem e na modelagem.
Falei sobre a dhoti no Pequeno Dicionário Ilustrado. Mas é indiana, sim, tradicional dos hindus - homens. E basicamente trata-se de um pano enrolado com maestria no corpo - a ponto de ficar segura e ter até 'bolsos' sem ter nenhuma costura. É lindo isso porque mostra total domínio do tecido. Num certo sentido, é o que a gente chama de moulage. Dizem as minhas queridas clientes do Dener que ele não raro pegava um corte de musselina (ai, ai, o português!) e enrolava um vestido no corpo de uma delas - aquelas que, como a Adri, precisavam solucionar a roupa de festa-baile em cinco minutos e sair do ateliê direto para o salão da alta. Sem costuras, querido, só as dobraduras (e não é que parece grego?) e o caimento do tecido.
Lu-xo, Dener diria.
A sarouel - na original, saroual loubia - vem do armário dos homens mzabi, a maior fatia das oito tribos representantes do grupo étnico Bérbere (os tuaregues também são Bérberes, por exemplo).
Os mzabi moram em oásis no norte do Saara, na Algéria - portanto norte da África, como diz o Sabino - desde o século 9. São muçulmanos ultra-rígidos: as mulheres vivem cobertas e jamais deixam o oásis. Mas também são conhecidos pelo sistema de irrigação, que permite que tenham água e jardins luxuriantes em pleno deserto (os mzabi construíram cinco cidades, conhecidas como Pentapoli, na encosta do Uadi Mzab, rio que corre apenas uma vez a cada doze anos), pela arquitetura, que chamou atenção de Le Corbusier, viajante na região em 1931, pela joalheria e cerâmica.
Bom, feita essa viagenzita, vale dizer que a Algéria foi ocupada pelos franceses no século 19 e a região dos mzabi só voltou a pertencer à Algéria em 1962.
Achei essa imagem no site do professor Richard Wall, mestre em Relações Internacionais pelo London School of Economics & Political Science. Pena que ele não credita o autor, mas o que se vê é o legionário francês, de calças vermelhas, e o soldado mzabi, de uniforme de exército, com calça sarouel.
Olha só a diferença de proporção entre o casaco + calça franceses e o bolero + sarouel saarianos.
Circa 1840
Gosto dessa imagem porque ela não fala para mim da colaboração entre norte-africanos e franceses, mas sim da troca de (in)civilizações. Imagino nesse momento o francês absorvendo visualmente e depois incorporando as calças folgadas ao repertório. "Mon amie mzabi, c'est un beau pantalon!"
Não é coincidência que Pierre Leroux (17abr1797 - 11abr1871), filósofo, economista, socialista e fundador de jornais e enciclopédias tenha registrado, em 1839, a palavra sérouâl = pantalon bouffant en Afrique du Nort num dos oito volumes da Encyclopédie Nouvelle.
Os mzabi passaram para os franceses e os franceses, como bons ditadores da moda, espalharam o vocabulário pelo mundo (você sabe, YSL nasceu na Algéria, em 1936, e três décadas depois as mulheres estavam enlouquecidas por um saharienne).
Sarouel, saroual virou sinônimo de qualquer pantalon bouffant.
ps. mandei um email, mas vou ligar para a Embaixada da Algéria para confirmar se a sarouel é cortada & costurada. Mas pelo que eu já vi de imagens da peça desfeita, ela é sim - o que seria a diferença entre dhoti e sarouel originais.
Obrigado desde já,
João
João, querido,
Sabia que mais cedo ou mais tarde uma boa alma ia trazer isso à tona.
Eis o que se passa na nossa santa ignorância/arrogância ocidental: tudo o que é étnico é um pacotão fashion só.
Ou seja: qualquer calça folgada, mais larga em cima, com o cavalo lá embaixo e tornozelos naturalmente mais estreitos, vira dhoti, sarouel ou, agora modinha, harem (o espírito é 'ah, harém, lá das odaliscas que vivem naquele canto de lá do mundo, distante...')
Então, as calças da Osklen & cia podem ser chamadas de dhoti, sarouel, harém - a gosto do freguês.
Mas, sim, elas são diferentes na origem e na modelagem.
Falei sobre a dhoti no Pequeno Dicionário Ilustrado. Mas é indiana, sim, tradicional dos hindus - homens. E basicamente trata-se de um pano enrolado com maestria no corpo - a ponto de ficar segura e ter até 'bolsos' sem ter nenhuma costura. É lindo isso porque mostra total domínio do tecido. Num certo sentido, é o que a gente chama de moulage. Dizem as minhas queridas clientes do Dener que ele não raro pegava um corte de musselina (ai, ai, o português!) e enrolava um vestido no corpo de uma delas - aquelas que, como a Adri, precisavam solucionar a roupa de festa-baile em cinco minutos e sair do ateliê direto para o salão da alta. Sem costuras, querido, só as dobraduras (e não é que parece grego?) e o caimento do tecido.
Lu-xo, Dener diria.
A sarouel - na original, saroual loubia - vem do armário dos homens mzabi, a maior fatia das oito tribos representantes do grupo étnico Bérbere (os tuaregues também são Bérberes, por exemplo).
Os mzabi moram em oásis no norte do Saara, na Algéria - portanto norte da África, como diz o Sabino - desde o século 9. São muçulmanos ultra-rígidos: as mulheres vivem cobertas e jamais deixam o oásis. Mas também são conhecidos pelo sistema de irrigação, que permite que tenham água e jardins luxuriantes em pleno deserto (os mzabi construíram cinco cidades, conhecidas como Pentapoli, na encosta do Uadi Mzab, rio que corre apenas uma vez a cada doze anos), pela arquitetura, que chamou atenção de Le Corbusier, viajante na região em 1931, pela joalheria e cerâmica.
Bom, feita essa viagenzita, vale dizer que a Algéria foi ocupada pelos franceses no século 19 e a região dos mzabi só voltou a pertencer à Algéria em 1962.
Achei essa imagem no site do professor Richard Wall, mestre em Relações Internacionais pelo London School of Economics & Political Science. Pena que ele não credita o autor, mas o que se vê é o legionário francês, de calças vermelhas, e o soldado mzabi, de uniforme de exército, com calça sarouel.
Olha só a diferença de proporção entre o casaco + calça franceses e o bolero + sarouel saarianos.
Circa 1840
Gosto dessa imagem porque ela não fala para mim da colaboração entre norte-africanos e franceses, mas sim da troca de (in)civilizações. Imagino nesse momento o francês absorvendo visualmente e depois incorporando as calças folgadas ao repertório. "Mon amie mzabi, c'est un beau pantalon!"
Não é coincidência que Pierre Leroux (17abr1797 - 11abr1871), filósofo, economista, socialista e fundador de jornais e enciclopédias tenha registrado, em 1839, a palavra sérouâl = pantalon bouffant en Afrique du Nort num dos oito volumes da Encyclopédie Nouvelle.
Os mzabi passaram para os franceses e os franceses, como bons ditadores da moda, espalharam o vocabulário pelo mundo (você sabe, YSL nasceu na Algéria, em 1936, e três décadas depois as mulheres estavam enlouquecidas por um saharienne).
Sarouel, saroual virou sinônimo de qualquer pantalon bouffant.
ps. mandei um email, mas vou ligar para a Embaixada da Algéria para confirmar se a sarouel é cortada & costurada. Mas pelo que eu já vi de imagens da peça desfeita, ela é sim - o que seria a diferença entre dhoti e sarouel originais.
domingo, 9 de novembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO segunda de vestido e cardi
sábado, 8 de novembro de 2008
COMO SAIR ÀS RUAS COM ESTILO dilema do esmalte + jantar entre desconhecidos
Querida, adorei o esmalte preto no pé, mas gostaria de saber a sua opinião sobre esmalte da mesma cor nos pés e nas mãos?
E, mais, podemos fazer mais perguntas do tipo, que roupa usar no sábado? Vou a um jantar de pessoas que nem imagino quem sejam. Devo ir dentro de um pretinho de renda, discreto e honesto ou envergar um 1/2 turbante ou lenços ou faixas na cabeça?
beijo
Ah, saiba que tenho entrado aqui todo dia. Adoro
Adriana, estou te devendo essa, não?
(pode, sim fazer todas as perguntas (publicáveis) que quiser!)
O seu jantar já deve ter fica no passado remoto a essa altura... Mas, enfim, nunca é tarde para uma sabedoria fashion.
É fogo ir a um lugar onde não se conhece ninguém porque não se sabe o que esperar da platéia... Eu diria que um tubinho rendado (honesto e discreto é o mínimo que todo mundo deve ser. A renda aqui é o que salva, que deixa tudo mais especial, menos nulidade na multidão, não?), cabelo preso e sandálias de salto médio dão uma aula de diplomacia em território desconhecido. É mais bacana do que ser território neutro, com uma roupa blá: você não abre mão da sua personalidade (considerando que você sugeriu o vestido rendado porque combina com ela) mas não passa em branco e também não choca ninguém!
Dito isso, acho bacana você ter alfinetado com o turbante e a faixa no cabelo. Eu acho turbante lindo, mas ainda não encontrei ninguém que conseguisse usá-lo com a cabeça naturalmente erguida com que as mulheres dos anos 1910/40s portavam o seu, fosse com terno diurno (ah, Katharine Hepburn...) ou com pijamas de seda noturnos (bem Denise Poiret para festas). Se você consegue sem parecer uma reedição do passado ou uma Prada fashion victim, Prêmio Moda Brasil para você! (olha a Catherine Deneuve na foto do ex-marido, david Bailey, mais abaixo).
Faixas são mais administráveis e aceitáveis nos anos 2000. Aí depende mais da produção e do tecido. Um lenço de cetim de seda terminado com um laço mega na nuca pode ser o único acessório do look, por que não? Só acho que tem que tomar cuidado para não passar a idéia de que você colocou a faixa com o mesmo espírito de quem está na praia e precisa domar/esconder as madeixas vítimas da maresia.
Ah, e sobre os esmaltes. Adoro cores de personalidade usadas em par, combinadinhas. Outro dia estive com a Natalie Klein e ela estava com preto nos pés e nas mãos. Idem para Isabella Giobbi, que vive combinadinha de pink ou tomate. Ladies, mas modernas - muito diferente de usar misturinha nos pés e nas mãos, não?
Mas a escolha do esmalte deve ser pensada como parte do figurino. Um vestido completamente neutro (cinza, bege, verde água) ganha vida se você passar esmalte coral nas mãos e roxo nos pés (!!! assustou? fica lindoooo de morrer...). Mas todo o resto vai ter que passar despercebido (sandálias de couro natural ou marrom), bolsa idem. Vai mais da intimidade que se tem com cores e a vontade de (des)combiná-las.
beijos,
Sissi
E, mais, podemos fazer mais perguntas do tipo, que roupa usar no sábado? Vou a um jantar de pessoas que nem imagino quem sejam. Devo ir dentro de um pretinho de renda, discreto e honesto ou envergar um 1/2 turbante ou lenços ou faixas na cabeça?
beijo
Ah, saiba que tenho entrado aqui todo dia. Adoro
Adriana, estou te devendo essa, não?
(pode, sim fazer todas as perguntas (publicáveis) que quiser!)
O seu jantar já deve ter fica no passado remoto a essa altura... Mas, enfim, nunca é tarde para uma sabedoria fashion.
É fogo ir a um lugar onde não se conhece ninguém porque não se sabe o que esperar da platéia... Eu diria que um tubinho rendado (honesto e discreto é o mínimo que todo mundo deve ser. A renda aqui é o que salva, que deixa tudo mais especial, menos nulidade na multidão, não?), cabelo preso e sandálias de salto médio dão uma aula de diplomacia em território desconhecido. É mais bacana do que ser território neutro, com uma roupa blá: você não abre mão da sua personalidade (considerando que você sugeriu o vestido rendado porque combina com ela) mas não passa em branco e também não choca ninguém!
Dito isso, acho bacana você ter alfinetado com o turbante e a faixa no cabelo. Eu acho turbante lindo, mas ainda não encontrei ninguém que conseguisse usá-lo com a cabeça naturalmente erguida com que as mulheres dos anos 1910/40s portavam o seu, fosse com terno diurno (ah, Katharine Hepburn...) ou com pijamas de seda noturnos (bem Denise Poiret para festas). Se você consegue sem parecer uma reedição do passado ou uma Prada fashion victim, Prêmio Moda Brasil para você! (olha a Catherine Deneuve na foto do ex-marido, david Bailey, mais abaixo).
Faixas são mais administráveis e aceitáveis nos anos 2000. Aí depende mais da produção e do tecido. Um lenço de cetim de seda terminado com um laço mega na nuca pode ser o único acessório do look, por que não? Só acho que tem que tomar cuidado para não passar a idéia de que você colocou a faixa com o mesmo espírito de quem está na praia e precisa domar/esconder as madeixas vítimas da maresia.
Ah, e sobre os esmaltes. Adoro cores de personalidade usadas em par, combinadinhas. Outro dia estive com a Natalie Klein e ela estava com preto nos pés e nas mãos. Idem para Isabella Giobbi, que vive combinadinha de pink ou tomate. Ladies, mas modernas - muito diferente de usar misturinha nos pés e nas mãos, não?
Mas a escolha do esmalte deve ser pensada como parte do figurino. Um vestido completamente neutro (cinza, bege, verde água) ganha vida se você passar esmalte coral nas mãos e roxo nos pés (!!! assustou? fica lindoooo de morrer...). Mas todo o resto vai ter que passar despercebido (sandálias de couro natural ou marrom), bolsa idem. Vai mais da intimidade que se tem com cores e a vontade de (des)combiná-las.
beijos,
Sissi
COM QUE ROUPA comemoro o desaniversário de uma amiga?
Michael Kors, resort 2009
Hoje o dia está cinza desbotado e não dá para entrar nesse mal-humor. Antídoto para festinha de desaniversário: pink, aqui moderninho na versão mix de estampas (em tecidos finos).
O toque de dourado nas bijoux deixa tudo com um quê glamour 60s.
Uma pesquisa diz que pink é a cor mais vendida nos Estados Unidos. Gostaria de saber qual a cor mais comprada pelos brasileiros.
O que você acha?
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO quarta de jeans branco
terça-feira, 4 de novembro de 2008
MÁXIMA DO DIA Maison Martin Margiela
20 anos incognito, 20 anos respondendo como time. O melhor site de moda do planeta - mais visão redonda de design, impossível. Uma recém-lançada e linda coleção de jóias.
Para desgosto da minha amiga LouLou, minha peça máxima de desejo é o paletó com ombros triangulares, o máximo da alfaiataria.
Muitos máximos para um post só. Não é à toa que o estilista sem rosto é o máximo para gente como Marc Jacobs & the gang.
"Never take anything for granted. Question all that is established."
Para desgosto da minha amiga LouLou, minha peça máxima de desejo é o paletó com ombros triangulares, o máximo da alfaiataria.
Muitos máximos para um post só. Não é à toa que o estilista sem rosto é o máximo para gente como Marc Jacobs & the gang.
"Never take anything for granted. Question all that is established."
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
ROUPAS DO OFÍCIO terça de tailleur
NA DÚVIDA zen ou bling?
LONGA VIDA trench curto
Derek Lam, resort 2009
Trench coat, criação da Burberry no fim do século 19 e usado como impermeável nas trincheiras na Primeira Guerra, entrou para a lista de clássicos do closet.
O que ninguém fala é de proporções. A versão curtinha, mais assentada no corpo, é eterna, feminina e eficiente. E dá mais a impressão de 'bem acabada' e fina. Melhor que o comprimento fique sempre acima dos joelhos.
domingo, 2 de novembro de 2008
A TEORIA da compra sustentável +
receita de beleza na prática no fim deste post!
O texto do NYT sobre esse novo termo da moda conclui que recessionista – o fashionista em tempos de recessão – nada mais é do que uma desculpa para comprar mais do mais barato.
Não sei vocês, mas o ar dos tempos me pegou de outro jeito. Não tenho vontade de comprar baratinho pra comprar mais.
Tenho andado mais depressionista num certo sentido.
Não tenho vontade de ir às compras. É mais assim: não tenho vontade de gastar em algo que daqui a três meses ficará datado com o prefall 2010. Tenho vontade de arrematar uma sandália meia-pata Biba verão 2009 só porque ela é exatamente igual a uma desenhada pelo YSL original, 1970s - época em que ele reeditou os 1940s... Tenho vontade de achar a camiseta branca perfeita, o cashmere cinza mescla ideal...
E vontade de enxugar, enxugar, enxugar meu guarda-roupa a ponto de ele ficar mais sequinho do que Jean Shrimpton!
Jean Shrimpton por David Bailey, NY, 1962: charme e frescor com clássicos à prova do tempo (NY JS DB 62, da admirável editora, a Steidl)
Sexta, numa conversa com minha amiga Même, ela também se mostrou desanimada com o megasupérfluo. Não quer mais ser uma pessoa cheia de bolsas e sapatos - e só.
E no dia anterior, numa conversa ótima sobre o mercado com uma empresária de moda da nova geração, ela me disse que trabalhar com moda cansa o olhar - a gente acha tudo velho antes de a temporada se concretizar. Perguntava sobre as idéias mais bacanas do verão que ela iria adotar e ela suspirou 'o verão já era, já estou no inverno'. Estava de vestidinho preto, sandália rasteira com YSL de couro destacado no peito do pé, jaqueta perfecto, maxibolsa de couro. Brinquei que toda vez que a gente se encontrava ela estava de cor neutra, tudo muito básico, sem sobreposição, sem mistério (no bom sentido), tudo muito tranqüilinho e isso só acentuava meu lado (rocco) barroooooco. Mas ela tem coisas antiquésimas no armário, um armário que facilmente poderia engordar, engordar, engordar.
Rita, a estilista, desbafou no telefone comigo que está deprê com esse consumismo todo - parece uma praga de gafanhotos famintos só que soltos nas araras das lojas. Última das românticas, artistinha de alma e de família, ela não vê mais sentido em gastar viscoelastano para fazer MAIS UMA camiseta. Acha que a moda morreu - o que vai substituir a frase de Max Ernst ("Art is dead. Long live fashion") se fashion is dead? Long live marketing?!?
Ela quer reciclar tudo. Eu também - principalmente o jeito de usar as coisas que já temos. No Prêmio Moda, uma das mais bem vestidas era minha amiga joalheira, de saia-lápis e outra saia usada como top tomara-que-caia. Gloria Kalil usou um Lita Mortari antigo. Todo mundo atualiza, claro: Gloria escolheu sandálias pesadas Sergio Rossi, por exemplo.
Something old, something new - e esse novo bem escolhido, bem especial.
E assim caminha a humanidade.
Mas, se você ainda está com a coceirinha gastadora, leia The Thrift Book: Live Well and Spend Less, India Knight (Fig Tree) para usar o cartão de crédito com sabedoria.
India é uma autora de best-sellers em Londres - um deles sobre shopping, já que, como ela mesmo diz como boa filha dos consumistas anos 1980, não sente a menor culpa de ter um zilhão de bolsas. Eu me identifico com o que ela escreveu para o Sunday Times hoje: "It’s not that I can’t earn money, or that I don’t earn enough of it. It’s a complete inability to manage money, full stop — and, to be frank, an inborn lack of interest in doing so. I think I subconsciously saw my financial idiocy as a sign of a rather charmingly bohemian easy-come, easy-go approach to life in general. I know: it’s pathetic."
Ela entendeu que nada mudaria a não ser que ela mudasse o jeito de se relacionar com dinheiro - o que muita gente vai ter de fazer, querendo ou não, mais cedo do que tarde (não é Même?). Aos poucos, depois de virar ecoconsciente, sentiu um certo "nojo" de gastar simplesmente pelo fato de querer algo naquele minuto, fácil assim, vulgo compra por impulso.
Por fim, ela conclui exatamente o que a Rita concluiu no seu apezinho agora nos Jardins: eu vou fazer a minha parte, ainda que seja pequenininha. Parece pouco, mas a Rita está fazendo a parte dela aqui em SP (aguarde post com convite para a próxima idéia da moça), a India em Londres e de ponto em ponto se costura algo, não?
India descobriu a 'compra sustentável'. E dá as dicas, no artigo para o Sunday Times, de como viver bem e com estilo "valuing beauty, in saving money in unexpectedly satisfying ways and in feeling like a useful member of the human race at the same time as enhancing your life in dozens of little but significantly pleasing ways."
Ela recomenda:
* FAÇA COMPRAS ESPERTAS NO SUPERMERCADO: escolha produtos locais, faça compras diárias e leve apenas o necessário para o consumo imediato. Eu acho uma delícia fazer compras diárias, descobrir o que está mais fresco e pautar seu cardápio assim (que é exatamente o que os mestre-cucas fazem). Mas se você detesta mercado ou tem problemas em cuidar do lar (oh-la-la!) o jeito é comprar online para não cair na tentação da bobagem. E é bom também comprar seus produtos favoritos em mercados que não injetam no preço do produto luxos associados à experiência da compra (deixe a experiência da compra ser um item quando você for comprar seu eterno Louboutin, entende?).
* ALIMENTE SUA FAMÍLIA: com receitas caseiras, simples, feitas com produtos frescos. Girrrrls, se vocês assistem Jamie Oliver sabem que há um movimento aí - como diz a Rita, o luxo do futuro é esse tempo para fazer coisas gostosas, com produtos naturais, usar seu iMac no meio de um jardim florido e por aí vai... Bom, no caso das receitas, India diz que se você faz listas de compra semanais, consegue fazer uma refeição para servir, outra para congelar, duas usando sobras e mais e mais... Planejar e usar tudo de maneira inteligente é o lance.
* RECEBA DESPRETENSIOSAMENTE: comidinha daquelas que todo mundo ama, vinho, água - o principal é boa companhia. Não é preciso armar um jantar com ingredientes caros - se você está tentando impressionar os amigos, diz India, talvez seja hora de trocar os amigos.
* PENSE ANTES DE COMPRAR O PRÓXIMO LOOK: Uma etiqueta com poucos números pode ser tentadora, mas se você respirar dois segundos, se pergunte: como é possível algo custar tão pouco? Quanto deve ganhar a pobre alma que fez essa peça? Em que condições ela trabalha? Quando Ronaldo Fraga fez a coleção da China, visitou fábricas de roupas e viu uma linha de produção em que as mulheres ficavam sentadas em penicos - para evitar que tempo de trabalho fosse desperdiçado com uma ida ao banheiro (para mais histórias 'otimistas' sobre a China, leia Deluxe, de Dana Thomas). Não é preciso ir tão longe: como trabalham os bolivianos (ilegais) nas confecções de coreanos no Bom Retiro? Talvez em breve os fabricantes de roupas sejam obrigados a colocar uma etiqueta com informações sobre a peça, algo equivalente ao "nutrition facts" que os fabricantes de comida colocam em suas embalagens. Talvez eles tenham que dizer coisas como faz a indústria da beleza "não testado em animais": "nenhuma mão-de-obra infantil foi utilizada na fabricação desse tênis" e por aí afora...
* BELEZA ROUBADA: essa é de total responsa de India (eu não testei nem perguntei a minha dermato). Máscara de aspirina, uma receita que ela encontrou no makeupalley.com, um site de "street smart beauty"(!). Segundo ela, aspirina contém ácido salicílico (beta-hidroxiácido), componente principal de esfoliantes e cremes carérrimos. Receitinha: esmague seis aspirinas com uma olher. Misture com água para fazer uma pasta e aplique a mistura no rosto. Deixe agir por 10 minutos. Enxágüe, massageando. Use uma vez por semana - duas em caso de emergência.
Portrait (Miss N.) de Gertrude Kasebier (1852-1934): e se a pele ficar linda assim depois de tentar a máscara caseira de aspirina?
O texto do NYT sobre esse novo termo da moda conclui que recessionista – o fashionista em tempos de recessão – nada mais é do que uma desculpa para comprar mais do mais barato.
Não sei vocês, mas o ar dos tempos me pegou de outro jeito. Não tenho vontade de comprar baratinho pra comprar mais.
Tenho andado mais depressionista num certo sentido.
Não tenho vontade de ir às compras. É mais assim: não tenho vontade de gastar em algo que daqui a três meses ficará datado com o prefall 2010. Tenho vontade de arrematar uma sandália meia-pata Biba verão 2009 só porque ela é exatamente igual a uma desenhada pelo YSL original, 1970s - época em que ele reeditou os 1940s... Tenho vontade de achar a camiseta branca perfeita, o cashmere cinza mescla ideal...
E vontade de enxugar, enxugar, enxugar meu guarda-roupa a ponto de ele ficar mais sequinho do que Jean Shrimpton!
Jean Shrimpton por David Bailey, NY, 1962: charme e frescor com clássicos à prova do tempo (NY JS DB 62, da admirável editora, a Steidl)
Sexta, numa conversa com minha amiga Même, ela também se mostrou desanimada com o megasupérfluo. Não quer mais ser uma pessoa cheia de bolsas e sapatos - e só.
E no dia anterior, numa conversa ótima sobre o mercado com uma empresária de moda da nova geração, ela me disse que trabalhar com moda cansa o olhar - a gente acha tudo velho antes de a temporada se concretizar. Perguntava sobre as idéias mais bacanas do verão que ela iria adotar e ela suspirou 'o verão já era, já estou no inverno'. Estava de vestidinho preto, sandália rasteira com YSL de couro destacado no peito do pé, jaqueta perfecto, maxibolsa de couro. Brinquei que toda vez que a gente se encontrava ela estava de cor neutra, tudo muito básico, sem sobreposição, sem mistério (no bom sentido), tudo muito tranqüilinho e isso só acentuava meu lado (rocco) barroooooco. Mas ela tem coisas antiquésimas no armário, um armário que facilmente poderia engordar, engordar, engordar.
Rita, a estilista, desbafou no telefone comigo que está deprê com esse consumismo todo - parece uma praga de gafanhotos famintos só que soltos nas araras das lojas. Última das românticas, artistinha de alma e de família, ela não vê mais sentido em gastar viscoelastano para fazer MAIS UMA camiseta. Acha que a moda morreu - o que vai substituir a frase de Max Ernst ("Art is dead. Long live fashion") se fashion is dead? Long live marketing?!?
Ela quer reciclar tudo. Eu também - principalmente o jeito de usar as coisas que já temos. No Prêmio Moda, uma das mais bem vestidas era minha amiga joalheira, de saia-lápis e outra saia usada como top tomara-que-caia. Gloria Kalil usou um Lita Mortari antigo. Todo mundo atualiza, claro: Gloria escolheu sandálias pesadas Sergio Rossi, por exemplo.
Something old, something new - e esse novo bem escolhido, bem especial.
E assim caminha a humanidade.
Mas, se você ainda está com a coceirinha gastadora, leia The Thrift Book: Live Well and Spend Less, India Knight (Fig Tree) para usar o cartão de crédito com sabedoria.
India é uma autora de best-sellers em Londres - um deles sobre shopping, já que, como ela mesmo diz como boa filha dos consumistas anos 1980, não sente a menor culpa de ter um zilhão de bolsas. Eu me identifico com o que ela escreveu para o Sunday Times hoje: "It’s not that I can’t earn money, or that I don’t earn enough of it. It’s a complete inability to manage money, full stop — and, to be frank, an inborn lack of interest in doing so. I think I subconsciously saw my financial idiocy as a sign of a rather charmingly bohemian easy-come, easy-go approach to life in general. I know: it’s pathetic."
Ela entendeu que nada mudaria a não ser que ela mudasse o jeito de se relacionar com dinheiro - o que muita gente vai ter de fazer, querendo ou não, mais cedo do que tarde (não é Même?). Aos poucos, depois de virar ecoconsciente, sentiu um certo "nojo" de gastar simplesmente pelo fato de querer algo naquele minuto, fácil assim, vulgo compra por impulso.
Por fim, ela conclui exatamente o que a Rita concluiu no seu apezinho agora nos Jardins: eu vou fazer a minha parte, ainda que seja pequenininha. Parece pouco, mas a Rita está fazendo a parte dela aqui em SP (aguarde post com convite para a próxima idéia da moça), a India em Londres e de ponto em ponto se costura algo, não?
India descobriu a 'compra sustentável'. E dá as dicas, no artigo para o Sunday Times, de como viver bem e com estilo "valuing beauty, in saving money in unexpectedly satisfying ways and in feeling like a useful member of the human race at the same time as enhancing your life in dozens of little but significantly pleasing ways."
Ela recomenda:
* FAÇA COMPRAS ESPERTAS NO SUPERMERCADO: escolha produtos locais, faça compras diárias e leve apenas o necessário para o consumo imediato. Eu acho uma delícia fazer compras diárias, descobrir o que está mais fresco e pautar seu cardápio assim (que é exatamente o que os mestre-cucas fazem). Mas se você detesta mercado ou tem problemas em cuidar do lar (oh-la-la!) o jeito é comprar online para não cair na tentação da bobagem. E é bom também comprar seus produtos favoritos em mercados que não injetam no preço do produto luxos associados à experiência da compra (deixe a experiência da compra ser um item quando você for comprar seu eterno Louboutin, entende?).
* ALIMENTE SUA FAMÍLIA: com receitas caseiras, simples, feitas com produtos frescos. Girrrrls, se vocês assistem Jamie Oliver sabem que há um movimento aí - como diz a Rita, o luxo do futuro é esse tempo para fazer coisas gostosas, com produtos naturais, usar seu iMac no meio de um jardim florido e por aí vai... Bom, no caso das receitas, India diz que se você faz listas de compra semanais, consegue fazer uma refeição para servir, outra para congelar, duas usando sobras e mais e mais... Planejar e usar tudo de maneira inteligente é o lance.
* RECEBA DESPRETENSIOSAMENTE: comidinha daquelas que todo mundo ama, vinho, água - o principal é boa companhia. Não é preciso armar um jantar com ingredientes caros - se você está tentando impressionar os amigos, diz India, talvez seja hora de trocar os amigos.
* PENSE ANTES DE COMPRAR O PRÓXIMO LOOK: Uma etiqueta com poucos números pode ser tentadora, mas se você respirar dois segundos, se pergunte: como é possível algo custar tão pouco? Quanto deve ganhar a pobre alma que fez essa peça? Em que condições ela trabalha? Quando Ronaldo Fraga fez a coleção da China, visitou fábricas de roupas e viu uma linha de produção em que as mulheres ficavam sentadas em penicos - para evitar que tempo de trabalho fosse desperdiçado com uma ida ao banheiro (para mais histórias 'otimistas' sobre a China, leia Deluxe, de Dana Thomas). Não é preciso ir tão longe: como trabalham os bolivianos (ilegais) nas confecções de coreanos no Bom Retiro? Talvez em breve os fabricantes de roupas sejam obrigados a colocar uma etiqueta com informações sobre a peça, algo equivalente ao "nutrition facts" que os fabricantes de comida colocam em suas embalagens. Talvez eles tenham que dizer coisas como faz a indústria da beleza "não testado em animais": "nenhuma mão-de-obra infantil foi utilizada na fabricação desse tênis" e por aí afora...
* BELEZA ROUBADA: essa é de total responsa de India (eu não testei nem perguntei a minha dermato). Máscara de aspirina, uma receita que ela encontrou no makeupalley.com, um site de "street smart beauty"(!). Segundo ela, aspirina contém ácido salicílico (beta-hidroxiácido), componente principal de esfoliantes e cremes carérrimos. Receitinha: esmague seis aspirinas com uma olher. Misture com água para fazer uma pasta e aplique a mistura no rosto. Deixe agir por 10 minutos. Enxágüe, massageando. Use uma vez por semana - duas em caso de emergência.
Portrait (Miss N.) de Gertrude Kasebier (1852-1934): e se a pele ficar linda assim depois de tentar a máscara caseira de aspirina?
Assinar:
Postagens (Atom)