Issa, inverno 2009
Stella McCartney, pré-inverno 2009
Diane von Furstenberg, pré-inverno 2009
Algumas de nós nascem com um DNA modificado geneticamente: o amor incondicional pelos bichos.
Para a entrevista que fiz com Diane von Furstenberg há duas semanas (leiam na Estilo de junho!), usei uma jaqueta de pelo estampado de onça Isabella Giobbi de muitas coleções atrás.
DVF disse que eu fazia parte das mulheres felinas, como ela, e para quem ela inventou o wrap dress.
Eu poderia usar felinos (e zebras) estampados e tricotados de muitos jeitos nas mais diferentes peças.
Inclusive deste que salta das passarelas agora, com efeito mortal (para o bem) no look. Sai o close up na pele estampada, com efeito gráfico, e entra a estampa (ou o tricô) figurativa. O retrato falado, por assim dizer.
Não preciso lembrar – mas já vou lembrando – que peles de bicho são um dos elementos mais arcaicos de status. Quem tem poder, mata. Quem mata, tem. É de homo sapiens para antes. Engraçado (?) como virou sinônimo de glamour.
Modelo June Pickney com casaco e óculos de leopardo. Mesmo. Foto Stan Wayman, circa 1960s.
Bailarinas da Norbert Schmitt Corps modelam casacos de pele de leopardo. Foto H. Dempster, 1969.
Uma vez que você foi domesticada pelos bichos, nunca mais vai abandoná-los. Mas não dá mais aumentar a lista de extinção por vaidade.
Essa nova interpretação para a estampa de bicho diz isso. É um jeito chic (intencional ou não) de caçoar de uma moda mortal (para o mal), que melhor mesmo fique no passado.
O novo status é criar o bicho solto. E ele pode até posar de modelo vivo para sua próxima estampa.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
c'est Sissi bon indicou primeiro!
terça-feira, 28 de abril de 2009
ROUPAS DO OFÍCIO quarta de cores chatas em proporções bacanas
Chloé, pré-inverno 2009
Não dá para subestimar a força do jogo de proporções numa roupa.
O poder de uma cintura deslocada mais para cima + uma barra de calça idem + o comprimento de um casaco idem faz milagres para um jogo de cores (aqui, bege, ocre e preto) que tem tudo para ser suicídio fashion.
Ufff, salve o alto QF!
Não dá para subestimar a força do jogo de proporções numa roupa.
O poder de uma cintura deslocada mais para cima + uma barra de calça idem + o comprimento de um casaco idem faz milagres para um jogo de cores (aqui, bege, ocre e preto) que tem tudo para ser suicídio fashion.
Ufff, salve o alto QF!
Miss Bangu – as tecelagens e a criação de moda
Essa foto é daqui.
Bangu, por 'n' razões sociais, virou sinônimo de cafona. Mas o bairro da Zona Oeste carioca já teve seus dias de glória, prova de que a moda tem, além de seu poder embelezador, social.
Nos anos 1950, a Fábrica de Tecidos Bangu manteve o concurso Miss Elegante Bangu.
As mocinhas da alta desfilavam no Copa, tudo devidamente beneficente, com modelos e tecidos Bangu bolados por José Ronaldo.
Sobre ele, Dener, versão azedinho (oba!), disse: "No Rio, é uma pena que José Ronaldo tenha ficado tão acostumado à Bangu. Só criou para a Bangu, só fala de Bangu. Ninguém tem saúde para aguentar sempre a mesma história e os mesmos padrões coloridos". (Dener, o Luxo, pg 100, 1972).
Fato é que a Bangu, criada em 1893, mudou a cara do bairro. Manteve escolas, fez calçadas, tinha creche – acho que seria aprovada como empresa com cara de século 21. Até a década de 60, dizem que foi megaexportadora de tecidos. E aí Bangu começou a desandar (hoje, confesso, não sei como está. Mas sei que na reedição do Miss Elegante Bangu, versão 2007, as pessoas adoraram os guardanapos de linho da Fábrica).
Vista da fábrica em foto de Jean Manzon, o gênio da revista O Cruzeiro, circa 1950.
As tecelagens foram fundamentais para o desenvolvimento da moda brasileira nos anos 1950, começo dos 60. Junto com a Miss Elegante Bangu, no Rio, a Matarazzo-Boussac fazia em São Paulo desfiles com as margaridinhas vestidas pelos costureiros com modelos criados a partir dos tecidos produzidos pela tecelagem do Conde + a Boussac francesa, que nada mais é do que a financiadora de Christian Dior.
Mais tarde, entraria em cena a Rhodia. Um passo anterior à tecelagem.
Para as queridas que estudam moda e me lêem sempre, fica a sugestão. Essa história rende um lindo TCC. Como estão as parcerias hoje? Que papel têm as tecelagens na criação?
Bangu, por 'n' razões sociais, virou sinônimo de cafona. Mas o bairro da Zona Oeste carioca já teve seus dias de glória, prova de que a moda tem, além de seu poder embelezador, social.
Nos anos 1950, a Fábrica de Tecidos Bangu manteve o concurso Miss Elegante Bangu.
As mocinhas da alta desfilavam no Copa, tudo devidamente beneficente, com modelos e tecidos Bangu bolados por José Ronaldo.
Sobre ele, Dener, versão azedinho (oba!), disse: "No Rio, é uma pena que José Ronaldo tenha ficado tão acostumado à Bangu. Só criou para a Bangu, só fala de Bangu. Ninguém tem saúde para aguentar sempre a mesma história e os mesmos padrões coloridos". (Dener, o Luxo, pg 100, 1972).
Fato é que a Bangu, criada em 1893, mudou a cara do bairro. Manteve escolas, fez calçadas, tinha creche – acho que seria aprovada como empresa com cara de século 21. Até a década de 60, dizem que foi megaexportadora de tecidos. E aí Bangu começou a desandar (hoje, confesso, não sei como está. Mas sei que na reedição do Miss Elegante Bangu, versão 2007, as pessoas adoraram os guardanapos de linho da Fábrica).
Vista da fábrica em foto de Jean Manzon, o gênio da revista O Cruzeiro, circa 1950.
As tecelagens foram fundamentais para o desenvolvimento da moda brasileira nos anos 1950, começo dos 60. Junto com a Miss Elegante Bangu, no Rio, a Matarazzo-Boussac fazia em São Paulo desfiles com as margaridinhas vestidas pelos costureiros com modelos criados a partir dos tecidos produzidos pela tecelagem do Conde + a Boussac francesa, que nada mais é do que a financiadora de Christian Dior.
Mais tarde, entraria em cena a Rhodia. Um passo anterior à tecelagem.
Para as queridas que estudam moda e me lêem sempre, fica a sugestão. Essa história rende um lindo TCC. Como estão as parcerias hoje? Que papel têm as tecelagens na criação?
quarta-feira, 22 de abril de 2009
É NOVO bolsa de mão
Lanvin, inverno 2009
Proenza Schouler, pré-inverno 2009
Moschino pré-inverno 2009
Michael Kors, pré-inverno 2009
Louis Vuitton, pré-inverno 2009
Loewe, pré-inverno 2009
Christian Lacroix, pré-inverno 2009
Alberta Ferretti, pré-inverno 2009
As bolsas foram pegas de alças curtas. Culpe o retorno dos anos 1940 e suas bolsinhas pré-2.55. É para ladies, sim, daquelas que podem ter unhas bem longas e ocupar as mãos carregando bolsinhas porque é o melhor a fazer com elas. (Schouler & Kors já desobedecem tudo e querem carregar bolsinhas de mão como carteiras. Nada como os rebeldes).
Proenza Schouler, pré-inverno 2009
Moschino pré-inverno 2009
Michael Kors, pré-inverno 2009
Louis Vuitton, pré-inverno 2009
Loewe, pré-inverno 2009
Christian Lacroix, pré-inverno 2009
Alberta Ferretti, pré-inverno 2009
As bolsas foram pegas de alças curtas. Culpe o retorno dos anos 1940 e suas bolsinhas pré-2.55. É para ladies, sim, daquelas que podem ter unhas bem longas e ocupar as mãos carregando bolsinhas porque é o melhor a fazer com elas. (Schouler & Kors já desobedecem tudo e querem carregar bolsinhas de mão como carteiras. Nada como os rebeldes).
terça-feira, 21 de abril de 2009
COM QUE ROUPA? falso feriado
COMO SAIR ÀS RUAS COM ESTILO? preguiça de se vestir para um jantar
Sissi,
Tenho um jantar semiformal, que mistura amigos e ilustres desconhecidos. O jantar é num restaurante bacana e eu não estou com a menor vontade de me arrumar. Para falar a real, minha ideia é ir de jeans e camiseta. O que eu faço para dar um up no visual?
Juliana, por email
Donna Karan, verão 2009
Narciso Rodriguez, verão 2009
Thakoon, idem
Juliana, querida,
Preguiça é mesmo o mal da humanidade, não? Mas todas estamos sujeitas a sentir aquela leseira, como gostava de dizer o meu mineiro avô, na hora de se vestir. Então, pontos para você por admitir essa fraqueza.
Dito isso, há um zilhão de jeitos de se combater a pregui de se vestir sem sacrificar o estilo.
A opção número um é deslizar para dentro de um vestido. Não requer prática, habilidade nem tico-e-teco para montar um look. É uma história totalmente das calças, que exigem QF (quociente fashion) pura e simplesmente porque requerem uma parte de cima, que normalmente requer uma sobreposição para causar um efeito interessante, que exige um cuidado para não estragar a proporção, etc, etc, etc. Vestidos fazem parte da categoria 'põe-e-vai'.
Mas vestidos estão descartados, pelo jeito, porque provavelmente você já foi picada pelo mosquito da calça do inverno 2009. Buenos, então, às calças. Para ir de jeans e camiseta, prepare-se para um exercício de styling.
Check list: saltos? Sim. Paletó de smoking ou casaca (minha atual obsessão)? Sim. Bijoux de strass? Sim. Carteira de mão? Sim. Cabelos falsamente arrumados? Sim.
Aqui está a sua salvação: um coque bem sem-vergonha, fazendo puffs laterais à moda Belle Époque ou atrás mesmo. É o toque inesperado nessa produção quase roqueira (eu visualizo tudo preto e cinza, preto e branco, talvez um escarpim vermelho se você não quiser bijoux se empoleirando em você).
Como você vê, não há preguiça impune na moda. Um ou outro esforço você acaba fazendo. O jeito é mudar o chip e encarar o ato de se vestir como um exercício de criatividade. É o antídoto mais eficiente contra a leseira.
Bom jantar!
Beijo,
Sissi
Tenho um jantar semiformal, que mistura amigos e ilustres desconhecidos. O jantar é num restaurante bacana e eu não estou com a menor vontade de me arrumar. Para falar a real, minha ideia é ir de jeans e camiseta. O que eu faço para dar um up no visual?
Juliana, por email
Donna Karan, verão 2009
Narciso Rodriguez, verão 2009
Thakoon, idem
Juliana, querida,
Preguiça é mesmo o mal da humanidade, não? Mas todas estamos sujeitas a sentir aquela leseira, como gostava de dizer o meu mineiro avô, na hora de se vestir. Então, pontos para você por admitir essa fraqueza.
Dito isso, há um zilhão de jeitos de se combater a pregui de se vestir sem sacrificar o estilo.
A opção número um é deslizar para dentro de um vestido. Não requer prática, habilidade nem tico-e-teco para montar um look. É uma história totalmente das calças, que exigem QF (quociente fashion) pura e simplesmente porque requerem uma parte de cima, que normalmente requer uma sobreposição para causar um efeito interessante, que exige um cuidado para não estragar a proporção, etc, etc, etc. Vestidos fazem parte da categoria 'põe-e-vai'.
Mas vestidos estão descartados, pelo jeito, porque provavelmente você já foi picada pelo mosquito da calça do inverno 2009. Buenos, então, às calças. Para ir de jeans e camiseta, prepare-se para um exercício de styling.
Check list: saltos? Sim. Paletó de smoking ou casaca (minha atual obsessão)? Sim. Bijoux de strass? Sim. Carteira de mão? Sim. Cabelos falsamente arrumados? Sim.
Aqui está a sua salvação: um coque bem sem-vergonha, fazendo puffs laterais à moda Belle Époque ou atrás mesmo. É o toque inesperado nessa produção quase roqueira (eu visualizo tudo preto e cinza, preto e branco, talvez um escarpim vermelho se você não quiser bijoux se empoleirando em você).
Como você vê, não há preguiça impune na moda. Um ou outro esforço você acaba fazendo. O jeito é mudar o chip e encarar o ato de se vestir como um exercício de criatividade. É o antídoto mais eficiente contra a leseira.
Bom jantar!
Beijo,
Sissi
domingo, 19 de abril de 2009
COM QUE ROUPA? champanhota com amigos na varanda da casa nova
Michael Kors, resort 2009
Eu só tenho elogios a fazer ao caftã e ao djebala (sabe a diferença? aguarde aqui mais um pequeno dicionário ilustrado de moda!).
É o tipo da peça curinga, uma boa aplicação, uma peça longa vida. É sempre impactante, sempre confortável e sempre parece que você é uma socilaite saída das fotos de Slim Aarons.
Então, hoje que a noite está uma delícia – e depois de um longo dia de trabalho entre letras e arrumações domésticas – champanhota rosé sob as estrelas.
De caftã.
(adote como dress code para qualquer recepção em casa quando a tenperatura sugerir Marrocos)
Eu só tenho elogios a fazer ao caftã e ao djebala (sabe a diferença? aguarde aqui mais um pequeno dicionário ilustrado de moda!).
É o tipo da peça curinga, uma boa aplicação, uma peça longa vida. É sempre impactante, sempre confortável e sempre parece que você é uma socilaite saída das fotos de Slim Aarons.
Então, hoje que a noite está uma delícia – e depois de um longo dia de trabalho entre letras e arrumações domésticas – champanhota rosé sob as estrelas.
De caftã.
(adote como dress code para qualquer recepção em casa quando a tenperatura sugerir Marrocos)
sábado, 18 de abril de 2009
DESOBEDIÊNCIA MODAL maxiluvas no lugar de mangas compridas no Brasil
Giovanna Battaglia, editora da L'Uomo Vogue
YSL, pré-inverno 2009
Huis Clos, inverno 2009
Pollini, inverno 2009
Loewe, inverno 2009
Giambattista Valli, inverno 2009
Alberta Ferretti, pré-inverno 2009
Entendo completamente porque não se usa luvas acima do trópico de Capricórnio. Mas quem circula abaixo da linha imaginária sente um frio no inverno que não tem nada de fantasia.
Mesmo assim, é difícil ver gente de luvas – como se as mãos precisassem sofrer no inverno.
Então, aqui vai o que eu penso. Reveja sua cultura sobre luvas no país. Principalmente as longas. Não vejo nada mais coerente com a temperatura transiente até o inverno-inverno se instalar no dia-a-dia.
Até lá, no lugar de andar encapuzada, você escolhe mangas curtas – até tomara-que-caia – e protege braços com maxiluvas de lã (Huis Clos) ou couro (Loewe) ou camurça. Para proteger os ombros, pashmina ou bolero (Alberta Ferretti).
Quando você entra no ambiente quentinho, é só tirar as luvas (sexy and glam!) e a cobertura dos ombros. E pronto – não vai passar calor com blusa de lã de gola rulê quando não é hora para isso.
YSL, pré-inverno 2009
Huis Clos, inverno 2009
Pollini, inverno 2009
Loewe, inverno 2009
Giambattista Valli, inverno 2009
Alberta Ferretti, pré-inverno 2009
Entendo completamente porque não se usa luvas acima do trópico de Capricórnio. Mas quem circula abaixo da linha imaginária sente um frio no inverno que não tem nada de fantasia.
Mesmo assim, é difícil ver gente de luvas – como se as mãos precisassem sofrer no inverno.
Então, aqui vai o que eu penso. Reveja sua cultura sobre luvas no país. Principalmente as longas. Não vejo nada mais coerente com a temperatura transiente até o inverno-inverno se instalar no dia-a-dia.
Até lá, no lugar de andar encapuzada, você escolhe mangas curtas – até tomara-que-caia – e protege braços com maxiluvas de lã (Huis Clos) ou couro (Loewe) ou camurça. Para proteger os ombros, pashmina ou bolero (Alberta Ferretti).
Quando você entra no ambiente quentinho, é só tirar as luvas (sexy and glam!) e a cobertura dos ombros. E pronto – não vai passar calor com blusa de lã de gola rulê quando não é hora para isso.
COM QUE ROUPA? petit vernissage
sexta-feira, 17 de abril de 2009
BOA APLICAÇÃO bordados e tachas
Top Shop, verão 2009
Sim, há uma austeridade quase franciscana no ar, mas para aquelas de espírito rock'n'roll essa é uma boa causa contra a qual se rebelar.
Faça isso investindo numa peça que pode entrar e sair do closet ao sabor da passagem do tempo: um blazer bordado, com proporções masculinas, pode rodar a rua agora e por mais algumas estações.
Quando o ânimo voltar a dar o ar da graça, tachas e bordados country/punk servem bem a looks roqueiros.
Sim, há uma austeridade quase franciscana no ar, mas para aquelas de espírito rock'n'roll essa é uma boa causa contra a qual se rebelar.
Faça isso investindo numa peça que pode entrar e sair do closet ao sabor da passagem do tempo: um blazer bordado, com proporções masculinas, pode rodar a rua agora e por mais algumas estações.
Quando o ânimo voltar a dar o ar da graça, tachas e bordados country/punk servem bem a looks roqueiros.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Outnet no ar!
Finalmente entrou no ar a ponta de estoque de luxo do Net-à-Porter, vulgo Outnet.
Se você for extremamente rápida, vai conseguir arrematar peças como o peep-toe Jolie Noued Dorcet, de Christian Louboutin – de 665 dólares por 266 dólares, ou seja, menos 60% – em tempo de usá-las na festinha de inauguração oficial da loja dele no Shopping Iguatemi.
Chiconômico, como dizem as editoras do Outnet.
(ps. Diane von Furstenberg, amiga na vida real e fiel na passarela, não vai ficar para a festa. Embarca hoje para o Rio, onde Louboutin e ela serão recebidos com confete, e depois negócios em Nova York.)
Chiconômico, como dizem as editoras do Outnet.
(ps. Diane von Furstenberg, amiga na vida real e fiel na passarela, não vai ficar para a festa. Embarca hoje para o Rio, onde Louboutin e ela serão recebidos com confete, e depois negócios em Nova York.)
ROUPAS DO OFÍCIO quinta de estampas trans-estações
Tory Burch, pre-inverno 2009
O outono é a época mais linda do ano – e também uma das mais complicadas para se vestir. O céu está tinindo de azul, mas a brisa já anuncia que a temperatura começa a ir de mal a pior.
Em outras palavras, a paisagem é de verão e a sensação térmica é de inverno.
'O que usar?', eis a questão.
Tory Burch, a margaridinha americana que faz ótimas roupas, dá uma ótima solução para equilibar extremos. Aplaque sua vontade de verão com estampas, mas entre no clima 'frio' com cores fechadas, bem mais invernais.
Ainda não é hora de usar meia-calça. Pernocas de fora, por que não? É o privilégio do pré-inverno do lado de baixo do equador.
O outono é a época mais linda do ano – e também uma das mais complicadas para se vestir. O céu está tinindo de azul, mas a brisa já anuncia que a temperatura começa a ir de mal a pior.
Em outras palavras, a paisagem é de verão e a sensação térmica é de inverno.
'O que usar?', eis a questão.
Tory Burch, a margaridinha americana que faz ótimas roupas, dá uma ótima solução para equilibar extremos. Aplaque sua vontade de verão com estampas, mas entre no clima 'frio' com cores fechadas, bem mais invernais.
Ainda não é hora de usar meia-calça. Pernocas de fora, por que não? É o privilégio do pré-inverno do lado de baixo do equador.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
BELEZA PURA grampos & grampos
Christian Dior, inverno 2009
Dries Van Noten, inverno 2009
Christian Dior, idem
Christian Dior, idem
Grampos, puros e simples, têm sido desprezados. São olhados com desdém porque parecem improvisos numa terra de cabelos bem arumados (um-hum!).
Até Dior e Driesorem um novo cabelo arrumado, que não tem nada de "deselaborado". Com mil grampos – no caso de Dior, referência extra-explícita a melindrosas art déco.
Numa voltinha pelo Rio, descolei maxigrampos – alouu, alguém da indústria, por que vocês não reeditam isso? – ingleses dos anos 1920, fabricados para produzir ondas em cabelos pega-rapaz. As mulheres colocavam nos cabelos molhados e deixavam secar. O resultado é um cabelinho tobogã, por assim dizer, bem siren glamour...
Então, eis os grampos salvos e reabilitados. Eu usaria para trabalhar (Dries), para ir ao mercado, para a festa-baile (Dior).
O que muda é a quantidade de grampos e a forma como você prende os cabelos.
ps. você pode usar os grampos da cor do seu cabelo ou em puro contraste!
Dries Van Noten, inverno 2009
Christian Dior, idem
Christian Dior, idem
Grampos, puros e simples, têm sido desprezados. São olhados com desdém porque parecem improvisos numa terra de cabelos bem arumados (um-hum!).
Até Dior e Driesorem um novo cabelo arrumado, que não tem nada de "deselaborado". Com mil grampos – no caso de Dior, referência extra-explícita a melindrosas art déco.
Numa voltinha pelo Rio, descolei maxigrampos – alouu, alguém da indústria, por que vocês não reeditam isso? – ingleses dos anos 1920, fabricados para produzir ondas em cabelos pega-rapaz. As mulheres colocavam nos cabelos molhados e deixavam secar. O resultado é um cabelinho tobogã, por assim dizer, bem siren glamour...
Então, eis os grampos salvos e reabilitados. Eu usaria para trabalhar (Dries), para ir ao mercado, para a festa-baile (Dior).
O que muda é a quantidade de grampos e a forma como você prende os cabelos.
ps. você pode usar os grampos da cor do seu cabelo ou em puro contraste!
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Em busca do encantamento perdido
(para meus amigos fotógrafos e o eterno dilema entre fotografar roupa ou fotografar moda. onde vamos parar?)
Versuchka é tema de um livro-luxo publicado pela Assouline esse ano. Espere gastar mais de 1 000 reais por um exemplar, com caixa. Faz parte da seleta que a editora francesa chama, não à toa, de The Ultimate Collection.
Versuchka também está, em forma de fotos, em The Model as a Muse, expo de verão do Costume Institute do Metropolitan Museum de NY, que 'usa' as modelos como símbolos da estética de uma época (nesse caso, de 1947 a 1997). Abre em 6maio, apoio Marc Jacobs (esse, o muse do começo do século 21).
Versuchka não é um RG, é uma obra de arte criada pela Condessa Vera von Lehndorff. Nascida na Alemanha – ela completou 60 anos em janeiro –, Vera é filha do Conde Henrich, morto pela Gestapo depois que o bom complô tramado por altos militares e civis para matar Hitler em 1944 deu errado, como prova a história. Henrich foi executado, a família enviada para um campo de concentração.
Vera não brincou na infância, ela conta num perfil escrito pelo jornalista de moda Tim Blanks para a AnOther. Encontrou na moda um jeito de fantasiar. E de ser muitas outras personagens, como ela, menina, desejou ser para não estar na própria pele (ela odeia psicologia, barata essa, mas admite a tese de Blanks).
Em 1961, apresentou-se a fotógrafos de moda & afins como Vera. Tédio. Não conseguiu bookar nada. No ano seguinte, fez-se protagonista de um conto de fadas sombrio. Era exótico ser russa (antes de virar 'crime' pela Guerra Fria) e Vera URSSeia seu nome para Versuchka, uma expatriada da fronteira entre Alemanha, Rússia e Polônia. O mundo da moda adorou. Diana Vreeland, escolada em fantasias, principalmente.
Com olhos gigantes, corpo de contorcionista (até hoje, ela revela), naturalmente aristocrática, Versuchka parou diante da lente de Irving Penn. Não podia abrir a boca para palpitar. E ela tinha muitas ideias para sugerir – hoje, os personagens que cria para as imagens em colaboração com o fotógrafo Andreas Hubertus Ilse, expostas em galerias e museus, provam isso. Um dia pediu para ver as fotos de Penn. Pensou que havia elegância, classe, mas as fotos apenas mostravam as roupas. Assim, nunca serviriam à arte.
Numa conversa com Richard Avedon – o fotógrafo com quem mais se entendeu, sem ter qualquer envolvimento, além do ex-Franco Rubartelli –, Versuchka soube que ele pretendia fazer um livro com todas as suas musas. Ao rever as fotos, ficou admirado com o tanto de coisas lindas que havia sido escanteado, imagens reprovadas simplesmente porque "o vestido não ficou bom". Avedon morreu logo depois do encontro.
Os anos Vreeland – portanto, os anos Versuchka – foram felizes. Muito além da Vogue. Vreeland personificava o tempo em que comércio era a consequência de uma alta revista de moda. Não que fossem universos paralelos, mas dinheiro jamais restringiu, limitou a criatividade de Vreeland. Em uma das fotos do livro da Assouline, feita por Rubartelli, Veruschka aparece de duas-peças amarelo pintada de verde no Rio (abril69). Tinta de verdade, ela lembra, porque 'não se tratava apenas de vender roupas'.
Então, Veruschka cansou de vender roupas. "Fiz muito esse papel, todos esses personagens diferentes tentando ser apenas bonitos e femininos. Depois de um tempo, cansa. Vira tudo falsidade." Versuchka hoje vira zebra, aves, pedras nas imagens de Ilse.
A roupa é consequência do personagem. A serviço da arte.
ps. talvez a imagem mais marcante de Veruschka seja a foto em que ela veste a saharienne de YSL, com rifle apoiado nas costas, feita por Franco Rubartelli para o editorial "The Jungle Look", da Vogue França, 1968.
ps 1. (re)veja Blow Up, de Antonioni, 1966. Veruschka protagoniza aquela que pode ser a cena mais quente do cinema no estúdio do fotógrafo inspirado em David Bailey. A relação modelo-fotógrafo, no entanto, foi inspirada em Versuchka-Avedon.
Versuchka é tema de um livro-luxo publicado pela Assouline esse ano. Espere gastar mais de 1 000 reais por um exemplar, com caixa. Faz parte da seleta que a editora francesa chama, não à toa, de The Ultimate Collection.
Versuchka também está, em forma de fotos, em The Model as a Muse, expo de verão do Costume Institute do Metropolitan Museum de NY, que 'usa' as modelos como símbolos da estética de uma época (nesse caso, de 1947 a 1997). Abre em 6maio, apoio Marc Jacobs (esse, o muse do começo do século 21).
Versuchka não é um RG, é uma obra de arte criada pela Condessa Vera von Lehndorff. Nascida na Alemanha – ela completou 60 anos em janeiro –, Vera é filha do Conde Henrich, morto pela Gestapo depois que o bom complô tramado por altos militares e civis para matar Hitler em 1944 deu errado, como prova a história. Henrich foi executado, a família enviada para um campo de concentração.
Vera não brincou na infância, ela conta num perfil escrito pelo jornalista de moda Tim Blanks para a AnOther. Encontrou na moda um jeito de fantasiar. E de ser muitas outras personagens, como ela, menina, desejou ser para não estar na própria pele (ela odeia psicologia, barata essa, mas admite a tese de Blanks).
Em 1961, apresentou-se a fotógrafos de moda & afins como Vera. Tédio. Não conseguiu bookar nada. No ano seguinte, fez-se protagonista de um conto de fadas sombrio. Era exótico ser russa (antes de virar 'crime' pela Guerra Fria) e Vera URSSeia seu nome para Versuchka, uma expatriada da fronteira entre Alemanha, Rússia e Polônia. O mundo da moda adorou. Diana Vreeland, escolada em fantasias, principalmente.
Com olhos gigantes, corpo de contorcionista (até hoje, ela revela), naturalmente aristocrática, Versuchka parou diante da lente de Irving Penn. Não podia abrir a boca para palpitar. E ela tinha muitas ideias para sugerir – hoje, os personagens que cria para as imagens em colaboração com o fotógrafo Andreas Hubertus Ilse, expostas em galerias e museus, provam isso. Um dia pediu para ver as fotos de Penn. Pensou que havia elegância, classe, mas as fotos apenas mostravam as roupas. Assim, nunca serviriam à arte.
Numa conversa com Richard Avedon – o fotógrafo com quem mais se entendeu, sem ter qualquer envolvimento, além do ex-Franco Rubartelli –, Versuchka soube que ele pretendia fazer um livro com todas as suas musas. Ao rever as fotos, ficou admirado com o tanto de coisas lindas que havia sido escanteado, imagens reprovadas simplesmente porque "o vestido não ficou bom". Avedon morreu logo depois do encontro.
Os anos Vreeland – portanto, os anos Versuchka – foram felizes. Muito além da Vogue. Vreeland personificava o tempo em que comércio era a consequência de uma alta revista de moda. Não que fossem universos paralelos, mas dinheiro jamais restringiu, limitou a criatividade de Vreeland. Em uma das fotos do livro da Assouline, feita por Rubartelli, Veruschka aparece de duas-peças amarelo pintada de verde no Rio (abril69). Tinta de verdade, ela lembra, porque 'não se tratava apenas de vender roupas'.
Então, Veruschka cansou de vender roupas. "Fiz muito esse papel, todos esses personagens diferentes tentando ser apenas bonitos e femininos. Depois de um tempo, cansa. Vira tudo falsidade." Versuchka hoje vira zebra, aves, pedras nas imagens de Ilse.
A roupa é consequência do personagem. A serviço da arte.
ps. talvez a imagem mais marcante de Veruschka seja a foto em que ela veste a saharienne de YSL, com rifle apoiado nas costas, feita por Franco Rubartelli para o editorial "The Jungle Look", da Vogue França, 1968.
ps 1. (re)veja Blow Up, de Antonioni, 1966. Veruschka protagoniza aquela que pode ser a cena mais quente do cinema no estúdio do fotógrafo inspirado em David Bailey. A relação modelo-fotógrafo, no entanto, foi inspirada em Versuchka-Avedon.
BOA APLICAÇÃO longo de chiffon ou organza
quarta-feira, 8 de abril de 2009
NA DÚVIDA look do estilista, NY-Londres-Milão-Paris, inverno 2009
Vanessa Bruno
Savannah e Sienna Miller
Vera Wang
Amy Smilovic
Anna Sui
Behnaz Sarafpour
Carly Cushnie e Michelle Ochs
Carolina Herrera
Catherine Malandrino
Charlotte Ronson
Donna Karan
Donna Karan, DK
Diane Von Furstenberg
Erin Fetherson
Eva Cavalli
Flora Gill e Alexa Adams
Jill Stuart
Karen Walker
Laura Poretzky
Lela Rose
Chloé Sevigny
Daniella Helayel
Louise Goldin
Luella Bartley
Vivienne Westwood, Red Label
Lubov Azria
Marcella Lindenberg
Maria Conejo
Cristina Ortiz, Salvatore Ferragamo
Michelle Smith, Milly
Miho Aoki, United Bamboo
Alberta Ferretti
Angela Missoni
Anna Molinari
Consuelo Castiglioni, Marni
Donatella Versace
Lucilla Bonaccorsi e Luisa Beccaria
Miuccia Prada
Veronica Etro
Nanette Lepore
Nicole Miller
Collette Dinnigan
Hannah MacGibbon, Chloé
Isabel Marant
Stella McCartney
Vivienne Westwood
Clare Waight Keller, Pringle of Scotland
Rebecca Taylor
Tracey Reese
Victoria Bartlett
Frida Giannini
Mary Katrantzou
Savannah e Sienna Miller
Vera Wang
Amy Smilovic
Anna Sui
Behnaz Sarafpour
Carly Cushnie e Michelle Ochs
Carolina Herrera
Catherine Malandrino
Charlotte Ronson
Donna Karan
Donna Karan, DK
Diane Von Furstenberg
Erin Fetherson
Eva Cavalli
Flora Gill e Alexa Adams
Jill Stuart
Karen Walker
Laura Poretzky
Lela Rose
Chloé Sevigny
Daniella Helayel
Louise Goldin
Luella Bartley
Vivienne Westwood, Red Label
Lubov Azria
Marcella Lindenberg
Maria Conejo
Cristina Ortiz, Salvatore Ferragamo
Michelle Smith, Milly
Miho Aoki, United Bamboo
Alberta Ferretti
Angela Missoni
Anna Molinari
Consuelo Castiglioni, Marni
Donatella Versace
Lucilla Bonaccorsi e Luisa Beccaria
Miuccia Prada
Veronica Etro
Nanette Lepore
Nicole Miller
Collette Dinnigan
Hannah MacGibbon, Chloé
Isabel Marant
Stella McCartney
Vivienne Westwood
Clare Waight Keller, Pringle of Scotland
Rebecca Taylor
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