ps. Reinaldo Lourenço, SPFW

Reinaldo Lourenço, verão 2010


Por pura falta de tempo _coisas do fechamento do SPFW Journal_ não pude comentar que foi com muito gosto que tomei o café de Reinaldo Lourenço.

Olho para as fotos acima e acho moda com M maiúsculo, de gente grande.

Se eu não legendasse e dissesse que é Louis Vuitton todo mundo acreditaria. Não é com muxoxo que eu penso isso não. Pelo contrário.

No verão 2003, Marc Jacobs convidou Takashi Murakami para dar um colorido novo ao batido monograma da grife. E o que Murakami fez, como bom japonês, foi incluir na toile as cerejeiras do seu país de duas formas: sorridentes flores (cherry blossoms) e as cerejinhas em si.

A novidade causou uma histeria coletiva nas consumidoras. Até na 25 de março _todo mundo sabe que o comércio popular é o termômetro do sucessso de uma ideia_ houve releitura de Murakami para LV. Além das bolsas, sandálias e pingentinhos com cereja apareceram em todo lugar.

(vale dizer que cerejinha na moda não é ideia original de MJ. Moschino fez, Stella fez, YSL fez.)

Os acessórios de Reinaldo Lourenço também têm potencial histérico!

Têm cara de coisa boa, como diz minha mãe, para começar.

E são frescos, que é uma palavrinha danada do povo da moda pra dizer que parece novo aos olhos _encanta e dá desejo do mesmo jeito que uma vitrine de doces para criança (é isso que este verbete do fashionês significa).

Ademais, a inspiração é o café, um tema recorrente quando os estilistas querem voltar às raízes.

Nos anos 1960, junto com o Instituto Brasileiro do Café, a Rhodia patrocinou uma coleção chamada Brazilian Coffee, que reunia uma penca de estilistas (à época, costureiros como Dener, José Nunes, Guilherme Guimarães) fazendo vestidos inspirados nas frutinhas vermelhas sinônimo de Brasil bom para exportação. A coleção rodou o mundo. (eu daria tudo para ver essas peças em tecido e costura. cadê, cadê?)

Café, afinal, é uma das coisas bem boas que se tem por aqui. E, dentro e fora do território nacional, todo mundo aprecia sem moderação.