"É somente em Paris que se encontram reunidas todas as condições para o lançamento de uma nova moda: a presença de 800 jornalistas na apresentação das coleções, à cata de informações diárias; as revistas especializadas que, um mês depois, publicarão a síntese fotográfica; por fim, os compradores profissionais, cujos dólares, libras ou francos permitirão que as mulheres concretizem idéias consideradas, às vezes, destemidas ou, pelo contrário, tímidas." La haute couture parisienne, laboratoire international de la mode, Nathalie Mont-Servan, 12 de julho de 1967.
"A moda só se torna verdadeiramente o que é devido ao jornalismo. Você pode me dizer como apresentar vestidos se estes não passarem primeiramente pelo estágio da imagem?" Pierre Cardin
"Com a apresentação da coleção, obtemos 350 páginas nas publicações de moda. Há 600 jornalistas que escrevem sobre a alta costura."Chambre Syndicale de la Haute Couture
O poder do criador nada mais é que a capacidade de mobilizar a energia simbólica produzida pelo conjunto dos agentes comprometidos com o funcionamento do campo: jornalistas objetivamente encarregados de valorizar as operações de valorização dos criadores (com todas a parafernália de jornais e revistas que torna possível sua ação); intermediários e clientes, antecipadamente, convertidos; por fim, outros criadores que, na e pela própria concorrência, afirmam o valor das implicações da concorrência. (...) O discurso performativo dos jornalistas de moda é a manifestação mais perfeita da lógica de um sistema de produção que, para produzir o valor de seu produto, deve produzir, entre os próprios produtores, o desconhecimento do mecanismo de produção.
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Um comentário:
Na sexta-feira ouvi uma conversa na sala dos professores na Cásper. Um professor estava ironizando a proposta de trocar a disciplina "Cultura brasileira" por "jornalismo de moda". Sem entrar no mérito da questão... a ironia dele forte, simplesmente por causa da palavra moda.
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